Grupo Lala estabelece estratégia de crescimento e disciplina financeira

As ações do grupo Lala, produtor de lácteos do México, mantêm uma boa perspectiva de crescimento até o final deste ano, com potencial para gerar rendimentos de 26,7%, segundo projeções do Grupo Moneciero Monex.

Até agora este ano, seus papéis listados na Bolsa de Valores do México (BMV) acumulam um ganho de 6,3%, com um preço de venda de 22,42 pesos (US$ 1,14). Esse percentual é quase o dobro dos 3,30% que o índice S&P/BMV IPC apresentou no mesmo período, que concentra as 35 empresas mais negociadas.

A visão positiva da empresa é explicada porque ela adotou uma estratégia de crescimento e disciplina financeira que permitirá aumentar sua lucratividade até 2022, concordaram analistas do mercado de ações que foram ao Lala Day, em Torreón, Coahuila.

Dentro dessa estrutura, a estação compartilhou suas expectativas de crescimento para 2020 e a estratégia que a ajudará a alcançar seus objetivos.

A Lala espera alcançar uma margem EBITDA de 13,5 a 14,0% em 2020 no México e 10% para suas operações no Brasil. Por outro lado, nos mercados dos Estados Unidos e da América Central, a emissora BMV espera avanços marginais.

Em termos de investimentos, planeja alocar entre 3,5 e 4% de suas vendas para 2019 e 2020, principalmente em termos de manutenção e produtividade, bem como em suas estratégias de crescimento em questões de sustentabilidade e governança corporativa, destacou Marisol Huerta, analista do Banco Ve por Más (BX +).

Novas aquisições

A Lala também está aberta a fazer uma aquisição que agrega valor e visa reduzir seu nível de endividamento. A empresa, que opera em um mercado avaliado em 134.000 milhões de dólares no México, disse que 53% de suas vendas são provenientes da divisão de leite. Os outros 43% são referentes a outros produtos lácteos, como queijos e creme e a minoria - 4% - estão relacionados a bebidas e embutidos. 

Jimena Colín, analista da Monex, considerou que, “embora os objetivos da Lala sejam ambiciosos, durante a primeira metade de 2019, a empresa mostrou uma melhoria significativa em termos de lucratividade (+63 pontos base em relação ao mesmo período de 2018) , então ela está confiante de que essa tendência continuará ao longo deste ano e até 2020.

"No momento, reiteramos nossa recomendação de compra com um preço-alvo de 28 pesos (US$ 1,42) até o final de 2019, esperando conhecer os resultados do terceiro trimestre de 2019 para fornecer nossa visão para 2020", disse Colín em uma análise.

Essa posição coincide com os analistas da Actinver Casa de Bolsa, que apontaram em nota que depois de visitar as várias instalações da empresa e ouvir a conferência dos diretores, ficaram com uma visão positiva na estratégia da empresa para a 2019-2022. A recomendação para as ações da Lala é de compra e eles estimam um preço-alvo de 26 pesos (US$ 1,32) por título neste ano.

Marisol Huerta também tem uma visão positiva da estratégia da Lala para fortalecer sua liderança de mercado nas diferentes categorias. “Valorizamos o investimento em inovação, ingressando em novas categorias e usando novas tecnologias para sustentar seu crescimento. Acreditamos que o maior risco seria a desaceleração nas economias em que participa e o aumento dos custos”, acrescentou Huerta.

Sob seu novo modelo de negócios, denominado ciclo virtuoso, o Grupo Lala encontra no México oportunidades para inovação e premiumização de alimentos no segmento de valor com a marca Nutrileche, e outros produtos, como o Lala 100, Lala Suprema e o iogurte grego.

Enquanto isso, no Brasil, continuará com a expansão da Vigor e ganhando mercado com produtos como iogurte grego e queijo, além de aproveitar o negócio de fast food. Nos Estados Unidos, sua estratégia é direcionada ao mercado latino-americano. Por fim, na América Central, o foco será o aumento do segmento de sorvetes, bem como do queijo e iogurte.

O Grupo Lala, produtor de laticínios, se prepara para retornar ao mercado de ações com uma emissão de dívida de 7.000 milhões de pesos (US$ 357 milhões). A venda dos títulos está prevista para 6 de novembro na Bolsa de Valores do México e será oferecida em duas parcelas, por um período de sete e 5,6 anos.

Em um documento enviado à Comissão Nacional de Bancos e Valores Mobiliários, é detalhado que os recursos obtidos serão utilizados "na íntegra para o refinanciamento de passivos com custo".

Essa seria uma das maiores emissões levantadas este ano, junto com a Alsea e a operadora de restaurantes como a Vips, que levantou 10 bilhões de pesos (US$ 510 milhões) com a oferta de certificados de ações.

Somente em setembro, 12,450 bilhões de pesos (US$ 635 milhões) foram financiados no mercado de dívida, em comparação com 19,528 milhões de pesos (US$ 996 milhões) reportados no mesmo mês de 2018.

A emissão da Lala corresponde à quarta e quinta que o faz como parte de um programa total de certificados de ações previamente autorizados por 20 bilhões de pesos (US$ 1,02 bilhão). Marco Montañez, analista da Vector Casa de Bolsa, disse em um relatório que a Lala é uma empresa "defensiva", dadas as atuais condições de baixo crescimento no México.

“Até 2020, o objetivo da alavancagem é atingir um nível inferior a 2,5 vezes. Há uma melhoria substancial na gestão do seu capital de giro, beneficiando a geração de caixa”, afirmou Montañez.

A dívida líquida do Grupo Lala era de 25,692 bilhões de pesos (US$ 1,31 bilhão) até junho do ano passado, com o qual o nível da dívida líquida em relação ao EBITDA era de 3,1 vezes. O analista da Vector acrescentou que a empresa continua focada na implementação de iniciativas de produtividade em todas as regiões, principalmente o orçamento básico zero e a otimização de receita no México.

Os intermediários de colocação de ofertas da Lala são as corretoras BBVA Bancomer, J.P. Morgan e Santander.

As informações são do El Economista, traduzidas pela Equipe MilkPoint.

Em 30/09/19 - 1 Peso Mexicano = US$ 0,05101
19,6051 Peso Mexicano = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)