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França: seca coloca pecuária em perigo

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 13/10/2022

3 MIN DE LEITURA

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“A França está estabelecendo diariamente um novo recorde de secura do solo”, alertou o serviço meteorológico francês no final de julho.

Com uma queda de 85% das chuvas em todo o país e temperaturas recordes, o solo estava ainda mais seco do que na mesma data em 1976 e 2003. Se isso não bastasse, as coisas ficaram ainda piores em agosto.

As consequências já estão afetando os pecuaristas em toda a França. Em áreas montanhosas, alguns deles foram forçados a trazer seus rebanhos de volta das pastagens alpinas. No Pays de la Loire, bem como na Bretanha e no norte da França, os pecuaristas viram seus rendimentos de forragem reduzidos pela metade e seus rendimentos de milho reduzidos em 50 a 80%.

Segundo o Agreste (escritório de estatística agrícola), o déficit no crescimento das plantas chegou a 60% em julho no sul da França, e nem uma única gota de chuva caiu na região de Provence, Alpes e Côte d'Azur desde o início do verão. Em todos os cantos do país, os produtores estão trazendo seus rebanhos de volta para dentro devido à falta de pastagens e estão alimentando-os com forragem realmente destinada ao inverno.

Alguns como Tanguy Le Bonniec, produtor de leite orgânico em um agrupamento agrícola (GAEC) em Côtes-d'Armor (550.000 litros/ano em 110 hectares), já antecipam uma queda na produção: “Este ano, nossos estoques diminuíram em 50%, pois começamos a usá-los cinco meses antes do habitual. Para compensar, reduzimos nosso rebanho e secamos nossas novilhas de primeira cria por seis meses em vez de dois. Aliado à redução do volume de leite devido a pastagens de baixa qualidade, estamos olhando para uma queda estimada de 150 mil litros nas vendas de leite. Com o leite vendido a 0,5 euros (US$ 0,49) por litro, o que representa 75.000 euros (US$ 73.750,30), acrescente-se a isso uma queda de preço de 50 euros (US$ 49,1) por 1000 litros, ou seja, mais 20.000 euros (US$ 19.666,75), e um acréscimo estimado de 10.000 euros (US$ 9.833,37) para comprar feno, e estamos prestes a experimentar um perda de receita de 100.000 euros (US$ 98.333,73).”

Estimativas da Coordination Rurale na Bretanha mostram que o custo da queda no rendimento do milho é de cerca de 100 euros (US$ 98,33) por 1000 litros.

Nesta situação de seca, alguns criadores de vacas em lactação “não terão outra escolha a não ser vender o seu rebanho, pois não podem alimentar as suas vacas com pasto nem podem comprar ração por falta de fundos para ração que é muito cara”, prevê S. Charbonneau, chefe da Seção de Carnes da Coordenação Rurale.

Segundo este pecuarista da Vendée, este contexto “ameaça uma redução muito severa do rebanho em lactação na França”. Esta situação já aconteceu no sul da França – no planalto de Aubrac, onde as autoridades foram forçadas a trazer caminhões-pipa devido à gravidade da seca. O criador de gado Noël Entraygues afirma que outros criadores preferem vender suas vacas leiteiras prematuramente porque simplesmente não têm fundos para mantê-las alimentadas.

Restrições à irrigação para a agricultura foram aplicadas em todos os departamentos da França metropolitana em diferentes graus (proibição total ou quantidades limitadas ou durante períodos específicos); no entanto, isso não impede que as pessoas ataquem os agricultores e seus rebanhos.

Atos de sabotagem, como os dois reservatórios de água em Vendée, infelizmente se tornaram uma ocorrência regular. Os bebedouros também não são poupados como em Haute-Marne, onde dezenas de animais morreram de sede depois que seus bebedouros foram esvaziados.

Diante dessa realidade, as principais demandas da CR só se tornam mais relevantes: garantir preços decentes ao produtor é absolutamente urgente; o armazenamento de água no inverno deve ser aumentado para facilitar o acesso à irrigação e, assim, garantir rendimentos. Embora o governo não controle a chuva e o clima, deve medir o impacto dessa seca histórica e liberar fundos de crise imediatamente para ajudar os produtores a sobreviver a essa situação terrível e, assim, preservar a soberania alimentar do país.

As informações são do European Milk Board, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint. 

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