Fonterra alerta que corre o risco de perder clientes se não atender às expectativas de sustentabilide

A Fonterra alertou os produtores acionistas que corre o risco de perder clientes e enfrentar barreiras comerciais em seus mercados no exterior se não atender às expectativas de sustentabilidade.

Em sua reunião anual em Rotorua, o presidente Peter McBride e o executivo-chefe Miles Hurrell disseram aos produtores que a cooperativa provavelmente estabeleceria uma meta para as emissões de carbono do Escopo 3, que abrangeria as emissões pelas quais a empresa é indiretamente responsável, incluindo os produtores.

A Fonterra se reuniria com os produtores antes do final do ano para discutir a meta e o que o efeito de fluxo para os produtores pode significar, disse Hurrell. “Em suma, cabe a nós atendermos coletivamente às expectativas de mudança climática de nossos stakeholders e o risco se não o fizermos”, disse ele. “O assunto que domina as conversas com nossos clientes e provedores de capital de dívida é a sustentabilidade.”

De acordo com a Fonterra, 73% dos consumidores globais consideraram importantes as promessas de sustentabilidade ao comprar produtos lácteos.

Os clientes de alto valor da Fonterra estavam definindo metas de redução de emissões e, se a empresa não pudesse dar a eles confiança para ajudá-los a atingir suas metas, eles procurariam concorrentes, incluindo o uso de alternativas ao leite, disse Hurrell.

Embora os produtores de leite da Nova Zelândia tenham uma pegada de carbono inferior a um terço da média global, “não podemos ficar parados”, disse Hurrell. “Clientes e consumidores esperam mais, e não fazer nada simplesmente não é uma opção. Precisamos manter essa vantagem e acompanhar as expectativas deles”, disse.

McBride disse que definir uma meta de Escopo 3 ajudaria a Fonterra a manter o acesso competitivo a alguns de seus principais mercados internacionais.

Ele observou que a União Europeia havia proposto um imposto de ajuste de fronteira de carbono sobre alguns bens intensivos em carbono que estavam sujeitos a um preço de emissão de carbono por meio do Esquema de Comércio de Emissões da UE.

A agricultura não estava atualmente no escopo, mas poderia ser incluída no esquema, e outros mercados seguiriam, disse ele. “Espero que esses tipos de barreiras comerciais se tornem mais frequentes à medida que os governos internacionais respondem aos seus próprios compromissos climáticos”, disse McBride. “É importante nos anteciparmos a eles.”

Ele disse que era uma oportunidade para a Fonterra, maior exportadora de lácteos do mundo, alavancar suas vantagens naturais, observando que os produtores de leite da Nova Zelândia já tinham a menor pegada de carbono do mundo. “Se pudermos manter essa vantagem, teremos uma excelente oportunidade de construir relacionamentos mutuamente benéficos com nossos clientes premium”, disse ele.

McBride disse que ser capaz de demonstrar relatórios básicos e progresso ambiental seria fundamental para fins de empréstimo no futuro. Os próprios bancos e financiadores da Fonterra queriam saber os passos que a empresa estava tomando para reduzir sua pegada de emissões, disse Hurrell.

No mês passado, a Fonterra anunciou sua estrutura de finanças sustentáveis, que detalhou como pode usar e gerenciar qualquer dívida sustentável, incluindo títulos verdes e títulos e empréstimos vinculados à sustentabilidade.

“É nossa expectativa que os bancos estabeleçam suas próprias metas para o setor nos próximos anos”, disse Hurrell. “Antecipamos que você terá conversas semelhantes com seus bancos em relação aos seus negócios agrícolas individuais dentro de um prazo semelhante, por isso é uma conversa e uma mudança que precisamos fazer juntos”.

No ano passado, mais de 70% das fazendas da Fonterra conseguiram um pagamento adicional sob o esquema da cooperativa que recompensava os produtores que atingiram suas metas de sustentabilidade.

Hurrell e McBride reconheceram que as mudanças para os produtores tiveram um custo. “Sabemos que a taxa e a extensão de algumas das mudanças que os laticínios estão sendo solicitados a fazer é uma preocupação e não sem um custo significativo – tanto financeiro quanto pessoal”, disse McBride. “Nosso foco é apoiá-lo nas mudanças, sinalizando-as com antecedência.”

Ele disse que a Fonterra apoiou a intenção de He Waka Eke Noa, um sistema proposto de precificação de emissões de fazendas para recompensar agricultores amigos do clima, observando que está alinhado com a estratégia da empresa de se concentrar no leite sustentável da Nova Zelândia.

Mas, como a organização do setor DairyNZ, a Fonterra tinha reservas sobre a abordagem do governo ao processo de fixação de preços, governança, sequestro e apoiou mudanças nessas questões, disse ele. “É importante que o pacote final funcione para todo o setor primário”, disse McBride. “Não será perfeito para todos, mas acreditamos firmemente que a proposta original de He Waka Eke Noa é uma opção melhor do que ser forçado a entrar no Esquema de Comércio de Emissões – que é o que acontece se o consenso sobre He Waka Eke Noa não for alcançado.”

As informações são do Stuff, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.