O fenômeno La Niña está com os dias contados, e é bem possível que a partir deste mês de março, os índices mudem para a classe de neutralidade. Isso é sinalizado por pelo menos três centros de previsão diferentes, sendo eles o Bureau of Meteorology da Austrália, o NOAA Americano, e o Instituto de Pesquisas para o Clima e Sociedade da Universidade de Columbia.
Entretanto, é importante ressaltar que, mesmo com a mudança do padrão climático, os impactos serão refletidos em pelo menos dois meses. Portanto, ainda para o final desta safra de verão 2022/23 o comportamento das chuvas seguem com as características do La Niña.
E, possivelmente, a safra de inverno será desenvolvida com a influência do padrão de neutralidade climática. Outro ponto relevante para a agricultura, é a possibilidade do estabelecimento de um El-Niño a partir do trimestre de março, junho e julho.
Clima em março/2023
O padrão do La-Niña deve permanecer atuando no decorrer das próximas semanas, englobando também o mês de março. Com isso, as chuvas devem ficar acima da média entre o Paraná, sul de Minas Gerais, praticamente todas as áreas do Centro-Oeste, Tocantins, Maranhão, Piauí e Ceará.
Já nas regiões entre o norte de Minas Gerais e centro-sul da Bahia, a expectativa é de chuvas abaixo da média para o período. Isso pode limitar o desenvolvimento das lavouras de algodão na região e acelerar a maturação das lavouras de milho, porém pode contribuir para os trabalhos de colheita da soja.
Ainda na região nordeste, a tendência é de chuvas também abaixo da média sobre o extremo nordeste do nordeste, abrangendo áreas do leste do Rio Grande do Norte e leste da Paraíba.
Outra região com previsão de chuvas abaixo da média, que vem em uma situação crítica para a safra 2022/23 é o sudoeste do Rio Grande do Sul. Além das baixas precipitações, as chuvas de fevereiro foram abaixo da média e a previsão para março também indicam chuvas abaixo da média.
Em linhas gerais, as temperaturas esperadas para o mês de março estão dentro do padrão para a maioria do território nacional. Entretanto, na faixa norte do país, que abrange estados como Roraima, norte do Pará, Amapá e Ceará, é esperado um volume maior de chuvas e, consequentemente, temperaturas mais amenas.
Essa situação se deve ao fato de que, durante o período de chuvas, a umidade do ar aumenta, o que acaba reduzindo a temperatura. Assim, é esperado que a faixa norte do país apresente temperaturas abaixo da média durante o mês de março.
Por outro lado, no Rio Grande do Sul e em algumas áreas do sudeste, onde é esperado mais dias secos, as temperaturas devem ficar acima da média. Isso ocorre porque, sem a presença de chuvas, a radiação solar acaba aquecendo o solo e elevando a temperatura.
As informações são do Agrolink, adaptadas pela Equipe MilkPoint.