EUA: estresse próximo ao parto traz efeitos negativos para bezerros

Sam Peetz, gerente de bezerros da Rosy-Lane Holsteins, Watertown, Wisconsin, havia lido sobre pesquisas que indicavam que o estresse no final do período seco pode ter efeitos negativos no feto em desenvolvimento.

Mas a teoria se tornou prática para o rebanho Holandês de 1.750 vacas no outono passado, quando a fazenda leiteira comprou uma segunda instalação a cerca de 80 quilômetros de distância, perto de Paoli, Wisconsin. “Este local destina-se a ser estritamente uma instalação de ordenha”, explicou Peetz. “Nossa intenção é cuidar das vacas no pós-parto e recriar todos os animais na fazenda leiteira principal e enviá-los para a fazenda Paoli em cerca de 120 dias de lactação”.

Para que isso acontecesse, foi necessário um pouco de movimentação de curto prazo imediatamente após a aquisição. Em novembro de 2021, dezenas de vacas no final do período seco foram enviadas da nova fazenda leiteira para a fazenda de origem. Algumas delas estavam a apenas 2 semanas antes do parto.

O sócio e gerente de rebanho da Rosy-Lane, Jordan Matthews, disse que muitos dos descendentes dessas vacas foram abatidos porque não correspondiam aos padrões genéticos da propriedade. Enquanto todas as bezerras receberam colostro, apenas três novilhas foram retidas como animais de reposição.

O veterinário do rebanho verifica cada bezerro retido em Rosy-Lane quanto à proteína total sérica (STP) entre 15 horas e 7 dias de idade. Peetz foi pego um pouco desprevenido com o desempenho daquelas três bezerras. Duas das bezerras não conseguiram atingir o limiar de STP “aprovado” do rebanho de 5,1 g/dL, e a terceira morreu antes que pudesse ser testada.

“Ela parecia totalmente normal e bebeu seu leite às 5h, depois teve um grande problema digestivo e morreu às 10h”, lembrou Peetz. “Nosso veterinário disse que casos como esse podem acontecer – possivelmente devido a clostrídios – em bezerras que não têm imunidade adequada”. Foi um evento incomum para o rebanho, que mantém uma perda anual por morte inferior a 3% para bezerros com 70 dias de idade ou menos.

Além disso, o movimento do final da gestação influenciou a qualidade e a quantidade de colostro durante a transição do rebanho. O protocolo padrão da fazenda é coletar e congelar colostro que ultrapasse um limite de qualidade de 22% ou mais em uma escala Brix. “Estávamos com pouco fornecimento de colostro durante esse período”, observou Peetz. “O rendimento foi menor que o normal e várias vacas não passaram na triagem de qualidade, então seu colostro teve que ser descartado”.

Agora que a fase inicial de transição passou, as vacas estão sendo levadas de volta à fazenda imediatamente após a secagem e as estatísticas de bezerras recém-nascidas estão de volta aos trilhos. Usando a classificação de avaliação STP do rebanho de “Ruim, Regular, Bom e Excelente”, cada bezerra na verificação mais recente foi classificada como “Excelente”.

“Foi uma situação infeliz, mas temporária, que estamos felizes em ter deixado para trás agora”, disse Matthews. “E aprendemos algumas lições importantes ao longo do caminho.”

Para Peetz, foi uma experiência reveladora que reforçou seu conhecimento da literatura científica. “Algumas das pesquisas sobre estresse no período seco estão ligadas ao estresse térmico. Nesse caso, era novembro, então o calor nem era um fator”, observou ele. “Mas ainda era óbvio que um movimento tão perto do parto não era bom para a prole. Isso me fez acreditar.”

As informações são do Dairy Herd Management, traduzidas e adaptadas pela equipe MilkPoint.