Já mostramos aqui no Especial Região Sul que produzir leite com qualidade e eficiência não é exclusividade das grandes propriedades e a edição de hoje é mais um exemplo disso. O Sítio São José é uma simpática propriedade localizada na cidade de Palotina, interior do Paraná, que trabalha com rebanho totalmente composto por vacas Jersey, cujos proprietários nos agraciaram com imagens maravilhosas. Quem conta a história de hoje são Cléber Sônego e seus pais, Arlete e Aldemir.
Tudo começou nos anos 70, quando os pais do Sr. Aldemir migraram do Rio Grande do Sul para o Paraná. Ele tinha apenas três anos. Em 1988, casou-se com dona Arlete e tiveram três filhos. Em meio as dificuldades financeiras, no ano 2000, decidiram iniciar a produção de leite, já que a área da propriedade que possuíam não era suficiente para produzir grandes culturas, como soja e milho.
Foto: cedida pela Família Sônego.
Na época o rebanho tinha genética menos apurada, era criado totalmente a pasto, com baixa utilização de concentrado. Atualmente, o sistema de produção é semi-intensivo e o rebanho conta com 22 animais em lactação, todos Jersey, com produção de 400 litros de leite diários, média de 18 litros por animal. “O gado Jersey é um animal mais rústico, dócil e de pequeno porte, o que facilita o manejo, além de produzir leite mais “gordo”, com qualidade superior. Não vemos desvantagens em relação a outras raças, apenas pontos positivos”, disse Arlete.
Foto: cedida pela Família Sônego.
A propriedade conta com 4 ha de capim Mombaça, divididos em 37 piquetes, em sistema de pastejo rotacionado. Além do pasto, os animais são alimentados com silagem de milho, parte produzida na fazenda e parte terceirizada. Em épocas de escassez de chuva, utilizam feno, também comprado de terceiros. Quanto ao fornecimento de ração, um aspecto muito interessante sobre o Sítio São José é a prática de dieta individual. Ela – a dieta - é calculada por uma equipe de assistência técnica, com base no peso, período de lactação e produção de cada animal.
Foto: cedida pela Família Sônego.
O manejo é feito da seguinte forma: logo após serem ordenhadas, as vacas são conduzidas a cochos com canzil, que impedem que um animal coma a ração do outro. Em uma lousa ficam descritos os nomes de cada animal e as quantidades de milho moído, farelo de soja, sal mineral, tamponante e calcário adequadas para cada um. Já a silagem fica disponível em porções iguais cocho para todos. Assim, cada animal é identificado e recebe sua dieta balanceada e exclusiva. “Os benefícios observados foram economia com ração, porque cada animal come o correspondente a sua produção, além de aumento no volume do leite, com média subindo de 9 litros por animal, para 18 litros”, comentou Aldemir.
O Sítio São José está inserido na bacia leiteira oeste do Paraná, onde é comum a utilização de tecnologias e a assistência técnica é abundante. Um exemplo disso é o programa Leite MAIS, uma iniciativa do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER, do Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR e da Cooperativa de Trabalho de Assistência Técnica e Extensão Rural - COOPERMAIS. Este programa visa o aumento da produtividade, qualidade e rentabilidade da atividade leiteira, por meio da prestação de orientação técnica personalizada aos produtores assistidos. Durante a visita são executadas as seguintes atividades:
- avaliação das condições produtivas e mensuração da disponibilidade de pastagens;
- avaliação das condições produtivas das áreas de produção de volumosos de inverno;
- atribuição de escore de condição corporal (ECC) ao rebanho;
- avaliação das condições sanitárias do rebanho;
- avaliação da higiene das instalações e equipamentos;
- realização do balanceamento individual das vacas;
- monitoramento da pesagem das bezerras/novilhas;
- ajuste da quantidade de ração;
- transferência para a ficha do animal das anotações feitas pelo produtor;
- diagnóstico de prenhez;
- anotação das recomendações no caderno apropriado;
- acompanhamento da rotina de ordenha sempre que necessário;
- entrega ao produtor do calendário de visitas para o próximo mês.
Foto: cedida pela Família Sônego.
Sobre o Leite MAIS, Cléber falou: “O programa no auxiliou principalmente na produção de volumosos. Inclusive, neste quesito, fomos premiados como 2° melhor produtor do projeto. Além disso, aprimorou a criação de bezerras e novilhas, aumentou produtividade das vacas, ajudou no melhoramento genético, entre outros manejos da propriedade, o que trouxe uma melhor produção e melhor qualidade de vida”.
O bom desempenho do programa também está refletido nos parâmetros de qualidade do leite: Contagem de Células Somáticas (CCS) de 154 mil cél/mL e Contagem Bacteriana Total (CBT) de 21 mil UFC/mL. O leite é fornecido para a empresa LATCO, da qual recebem por volume e qualidade. “Com certeza o pagamento por qualidade motiva o produtor a melhorar, pois, se ele estiver sendo remunerado, a tendência é querer ser cada vez melhor, para receber mais”, comentou Arlete.
Foto: cedida pela Família Sônego.
Apesar dos três filhos de Arlete e Aldemir terem seguido os caminhos do agronegócio (dois Agrônomos e um Zootecnista) nenhum deles pensa em assumir a propriedade, por enquanto. Contudo, sempre que têm disponibilidade, ajudam os pais nos afazeres da fazenda.
Os proprietários do Sítio São José sonham em ampliar a produção de leite. O próximo objetivo é a construção de um barracão em que seja possível tratar dos animais utilizando desensiladeira misturadora e, depois disso, aumentar o rebanho.
Foto: cedida pela Família Sônego.
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