Somente duas empresas européias apresentaram finalmente ofertas pela filial local da Parmalat, segundo informações de fontes próximas ao processo de venda da filial uruguaia da multinacional italiana. As fontes disseram que pesos pesados da indústria leiteira se desinteressaram da companhia, como por exemplo a argentina SanCor, a irlandesa Glambia e a chilena Bethia, além da própria Cooperativa Nacional dos Produtores de Leite do Uruguai (Conaprole).

Os executivos da Parmalat não têm informações sobre a identidade das empresas interessadas e estão "ansiosos" para conhecê-la, segundo o diretor da filial local, Mariano Gutman. Ele disse que é pouco provável que haja um desenlace iminente e considerou que certamente a venda não ocorrerá no mês de outubro.

A situação da filial uruguaia está, de forma geral, estável e o nível de vendas é aceitável. A firma está em dia com seus funcionários e com atrasos menores e não relevantes com os fornecedores de leite, segundo Gutman. Ele disse que não houve redução no número de produtores que enviam leite à fábrica da Parmalat no Uruguai.

No entanto, ele disse que estão suspensos todos os pagamentos aos credores bancários. "Com os bancos não se fala" por indicação da matriz, segundo ele. O passivo bancário é de cerca de US$ 30 milhões e, desde o ano passado, não se realizam pagamentos às entidades financeiras.

Na fábrica da Parmalat do Uruguai, localizada em Nueva Helvecia, existem 300 funcionários processando a produção leiteira de 240 produtores. A Parmalat se instalou no Uruguai em 1993 após a compra da Lactería. Em 2003, a Parmalat Uruguai faturou cerca de US$ 45 milhões, dos quais 55% provieram de exportações. A fábrica produz leite comum e acrescido de sabor, queijos, sobremesas, iogurtes, soros e manteiga.

Fonte: El País, adaptado por Equipe MilkPoint