Em 2016, a dinamarquesa Arla Foods e a Dairy Farmers of America (DFA) formalizaram uma joint venture que abrangeu a construção de uma fábrica de laticínios focada principalmente na produção de queijo cheddar premium. A unidade – chamada Craigs Station Creamery - foi construída no oeste de Nova York. Segundo a Arla, a decisão de entrar no negócio de queijo cheddar foi impulsionada pelos hábitos de compra dos americanos e o apetite crescente dos consumidores pelo produto.
Vale destacar quem de acordo com pesquisas de consumo, os Estados Unidos se classificam como o maior mercado de queijos do mundo e o cheddar representa aproximadamente um terço de todos os queijos comprados pelos consumidores do país.
Para contar ao vivo como se procedeu toda a organização da Craigs Station Creamery e o seu modelo de negócio, a organização do Dairy Vision 2018 convidou Jay Waldvogel, Vice-Presidente Sênior de Estratégias da DFA, para ser um dos palestrantes do evento, que ocorrerá nos dias 28 e 29 de novembro na Expo Dom Pedro, em Campinas/SP.
Um pouco de história
Em 2014, a DFA, juntamente com oito investidores de famílias de fazendas leiteiras, construiu a Estação Craigs com o objetivo de produzir laticínios (principalmente leite e creme de leite) de qualidade usando leite ‘o mais fresco possível’ e de origem local disponível.
Famílias investidoras da Craigs Station Creamery
Com a joint venture – que teve um investimento total de US$ 58 milhões – e a construção de uma segunda unidade na Estação Craigs, o principal objetivo da Arla foi expandir seu portfólio de marcas no mercado dos EUA e permitiu que a DFA introduzisse uma nova linha de queijos com a marca Craigs Station. A composição acionária é distribuída da seguinte forma: 70% pela DFA, 20% pela Arla Foods e 10% pelos oito produtores que fornecem o leite, um formato pouco usual, já que normalmente produtores e indústrias (ainda que, neste caso, cooperativas), raramente são sócios em um negócio. A Arla possui uma fábrica em Wisconsin e três no Canadá, mas que não estavam equipadas para fabricar o cheddar.
Na época, após o acordo definido entre as empresas, um comunicado foi divulgado demonstrando a satisfação das marcas por estarem juntas nessa parceria. “A Arla e a DFA compartilham a mesma paixão por fornecer produtos da mais alta qualidade aos seus consumidores. Por isso, buscamos trabalhar com a máxima transparência, sustentabilidade e cuidados com os animais”.
As oito famílias produtoras de leite da Craigs Station Creamery
As fazendas que fornecem leite para a Craigs Station Creamery estão todas localizadas nos condados de Livingston e Wyoming, em Nova York. São elas: a Lawnell Farms, a Coyne Farms, a McCormick Farms, a Baker Brook Dairy, a Southview Farm, a Synergy Farm, a Noblehurst Farms e a Mulligan Farm.
Ao longo de anos, as famílias rurais que pertencem à Craigs passaram a praticar a conservação dos recursos naturais para garantir que as suas operações permanecessem viáveis para as gerações futuras. Sempre focaram em ações como a reciclagem de água, resíduos e investiram em fontes de energia sustentáveis. As propriedades leiteiras são vanguardistas na incorporação das mais recentes tecnologias e práticas sustentáveis de conservação em suas operações.
A fim de manter o alto nível de qualidade da fábrica, rotineiramente, auditorias são realizadas, o que - segundo a equipe - contribuem para a identificação de oportunidades para tornar os processos mais eficientes. Atualmente, a eficiência energética, que inclui a busca por procedimentos que usem menos energia, estão na pauta principal do negócio, visto o impacto para o meio ambiente.
Mas por que duas corporações mundiais se uniram a produtores de leite nesse projeto inovador, que mescla tradição, inovação e sustentabilidade?
Não é novidade que os consumidores – especialmente os da geração millenium – têm como hábito a leitura detalhada do rótulo dos alimentos e das bebidas que adquirem. Esse movimento é um demonstrativo da busca pela autenticidade e história. É por isso que vemos no mundo – inclusive no Brasil – marcas se mobilizando para comercializar produtos de nicho e que tenham a origem conhecida.
A Craigs Station Creamery é um exemplo disso visto que, por meio de cadeias de fornecimento mais curtas e uma narrativa atrativa, buscam manter uma relação de confiança com seu público e as suas reais necessidades. É por isso que o cerne do negócio combina personalização e rastreabilidade máxima, não esquecendo do compromisso intrínseco com a sustentabilidade.
A fim de também abordar todos esses tópicos de extrema importância para o setor lácteo, Jay Waldvogel comporá a grade de palestrantes do Dairy Vision 2018, como dito anteriormente. Ele também foi um dos responsáveis por liderar o processo de planejamento estratégico da DFA e tem mais de 25 anos de experiência na indústria mundial de laticínios, atuando anteriormente na Friesland Campina e na Fonterra. Ele ocupou cargos sêniores em finanças, operações, marketing, estratégias, fusões e aquisições, vendas e administração geral. Hoje, ele atua em vários grupos de liderança de indústria e conselhos de empresas, inclusive como vice-presidente da Global Dairy Platform (GDT).
Chegando em sua 4ª edição, o Dairy Vision contribuirá (e muito!) com o setor por meio de vários insights apresentados sobre as tendências na área de alimentos e bebidas no Brasil e no mundo. Assim, é fundamental que o Dairy Vision 2018 esteja na sua agenda! Ele mostrará oportunidades e clareará ao público os principais desafios de todas essas mudanças, principalmente para o setor lácteo. Então, nos vemos em breve! Até novembro!
O evento é uma iniciativa da AgriPoint e da Zenith Global e tem como:
- patrocinadores GOLD: CHR Hansen, Polyone (Colormatrix) e SealedAir;
- expositores: Ecolean, DuPont, Duas Rodas e RMB Paque;
- table top: Noluma, NovoZymes e Paque.
- apoio institucional: Fepale;
- apoio de mídia: Revista Indústria de Laticínios, Revista + Leite e The Dairy News.