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Conab reduz estimativas dos grãos devido à possível menor colheita do milho safrinha

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 12/06/2018

5 MIN DE LEITURA

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Problemas climáticos, como falta de chuvas no Centro-Oeste e excesso de vento no Sul do país, devem reduzir a colheita de milho de inverno (safrinha) em 2017/18. Diante dessa constatação, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu nesta manhã sua estimativa para a produção total de grãos e fibras produzidos no Brasil neste ciclo em 2,9 milhões de toneladas, para 229,7 milhões de toneladas. Se confirmada esta safra será 3,4% menor que o recorde de 2016/17.

A estimativa atual para a safra de milho de inverno passou de 62,95 milhões para 58,22 milhões de toneladas. A perda é parcialmente compensada pela perspectiva de aumento na colheita de soja, agora prevista em 118,05 milhões de toneladas (0,9% mais que no último mês).

Outras culturas sofreram ajustes mínimos. Os produtores brasileiros de trigo deverão colher 4,85 milhões de toneladas. Os de arroz, 11,7 milhões de toneladas. A estimativa para a produção de feijão foi mantida em 3,3 milhões de toneladas neste ciclo, enquanto que a produção de algodão permanece estimada em 1,9 milhão de toneladas.

A área plantada continua estimada em 61,6 milhões de hectares, crescimento de 1,1% ou 693,2 mil hectares se comparada à safra 2016/17. A produtividade esperada para todos os grãos é de 3.730 toneladas por hectare em média, 4,4% inferior ao recorde de 3.903 quilos por hectare de 2016/17 e 1,3% menor que o previsto no mês passado.

Uma safrinha de milho ainda mais magra

Bem diferente do mar verde que se via nos polos de produção de milho de Mato Grosso do Sul no início de junho de 2017, neste ano falta cor nos campos do terceiro maior Estado produtor do cereal do País. A seca fez o verde desbotar, e o atraso do início do plantio levou muitos agricultores a desistir de plantar. A falta de chuvas também diminuiu a altura das plantações, que em condições normais podem superar dois metros, e essa "anemia" tornou muitas lavouras parecidas com as de soja, que não passam de um metro.

Mais ao sul, no Paraná, segundo maior Estado produtor, atrás de Mato Grosso, o verde até volta, mas o cenário também chama a atenção: centenas de quilômetros de rodovias com lavouras "deitadas" em suas margens, acamadas pelo vento forte antes do completo enraizamento, já prejudicadas pela redução dos investimentos em adubação em decorrência do plantio fora da janela ideal. Problemas diferentes, mas com a mesma consequência.

Nos dois Estados, a produtividade média ficará bem abaixo do patamar de 100 sacas da temporada passada. Na última fase do 15º Rally da Safra, expedição realizada pela consultoria Agroconsult, a equipe do jornal Valor Econômico visitou 18 lavouras entre Campo Grande (MS) e Maringá (PR). Neste ciclo o clima não ajudou tanto os produtores - o plantio também atrasou em razão de intempéries que já haviam afetado a safra de soja no verão -, e a conjunção tornará mais aguda a diminuição da colheita da safrinha em relação às estimativas iniciais.

Projeções da Agroconsult sinalizam que em Mato Grosso do Sul a produtividade média da segunda safra de milho ficará em 65 sacas por hectare, 27,5% menor que a de 2016/17. No Paraná, a queda prevista é de 28,5%, para 66 sacas. São médias bem inferiores às que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê para esses Estados, que deverão representar cerca de 30% da safrinha brasileira deste ano. A redução da média não significa que houve problemas em todas as propriedades.

"Nessa fazenda fomos abençoados com uma chuva boa. Quaisquer 15 milímetros fizeram a diferença. Mas se você olha mais para baixo, as lavouras estão bem piores", afirmou Everaldo dos Reis, produtor de Itaquiraí e diretor secretário da Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul). A produtividade média de Reis nos 1,7 mil hectares da Fazenda Meio Século ficará em torno de 90 sacas de 60 quilos por hectare, bem acima do esperado para os associados da Copasul (62 sacas).

Em Mato Grosso do Sul, o Valor visitou oito lavouras e encontrou produtividades entre 45 e 100 sacas por hectare. No sul de Mato Grosso do Sul, chuvas excessivas em fevereiro atrasaram o início do plantio e uma seca de até 39 dias, a depender da área, fará com que alguns agricultores nem coloquem as colheitadeiras em campo. "Numa mesma fazenda a gente chega a encontrar três tipos de lavouras, conforme a data de plantio", disse André Debastiani, sócio da Agroconsult.

Motivados pelo preço e pela falta de opção de plantar outra cultura na segunda safra, alguns produtores arriscaram e semearam parte do milho em abril, quando normalmente os trabalhos se encerram na primeira semana de março. "A gente nem ia plantar, mas o preço estava bom", afirmou Marcos Meneghel, produtor em Toledo. Apontando para o céu cinza, ele lembra que a falta de luminosidade para as plantas ainda jovens é um dos motivos de queda de produtividade. No ciclo atual, Meneghel plantou 480 hectares de milho, 30% menos que em 2016/17. "Estamos esperando uma quebra de 25% aqui, mas quem plantou cedo vai ter uma boa produtividade". Meneghel espera rendimento de 90 sacas por hectare. Para a região oeste do Paraná, onde está Toledo, a Agroconsult estima rentabilidade média de R$ 351 por hectare para o produtor de milho. O valor considera produtividade média de 70 sacas por hectare.

O oeste e o norte foram as regiões do Paraná que mais sofreram com a escassez hídrica. Segundo a Agroconsult, 45% das lavouras do oeste estavam em período reprodutivo, no qual a água é essencial para o enchimento dos grãos, quando houve 39 dias sem chuvas. No norte do Estado, 55% das lavouras estavam nesse mesmo estágio durante a seca. Mas também aqui os danos não são generalizados. Segundo Dilvo Grolli, presidente da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), a produtividade média dos associados é de 80 a 100 sacas por hectare. A área geral de milho semeada foi de 100 mil hectares em 2017/18. "Com tecnologia, você corrige alguma coisa do clima", comentou ele. Bons níveis de investimentos na terra são uma realidade no Sul do país, onde o espaço para expansões de área é muito limitado.

A redução da produtividade nas regiões visitadas pelo Valor também será consequência do acamamento das lavouras. Em alguns casos, a perda pode chegar a 20% na colheita das espigas. E poderá haver mais problema, uma vez que há risco de geada em Mato Grosso do Sul e no Paraná. 

As informações são do jornal Valor Econômico, resumidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint. 

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