A soja fechou em baixa no pregão desta quinta-feira na bolsa de Chicago, pressionada pela previsão de chuvas na América do Sul neste fim de semana. O contrato para março, o mais ativo no momento, caiu 1,57% (22 centavos de dólar), para US$ 13,7725 o bushel.
Segundo a DTN, chuvas são esperadas nas áreas agrícolas da Argentina e Sul do Brasil nos próximos dias, o que traria alívio às já castigadas lavouras desses dois locais. “Muitos traders não vão querer manter posições compradas durante um fim de semana de prolongado com um potencial evento climático sul-americano”, disse Terry Reilly, da Futures International, à Dow Jones Newswires, ao lembrar que segunda-feira é feriado nos EUA.
Durante o pregão, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que o saldo das vendas líquidas de soja dos Estados Unidos na semana encerrada em 6 de janeiro ficou em 735,6 mil toneladas da safra 2021/22, aumento de 92% em relação à semana anterior, mas queda de 1% frente à média das últimas quatro semanas.
As exportações nesse período somaram 1,02 milhão de toneladas, recuo de 42% em relação à semana anterior e de 43% ante a média das últimas quatro semanas.
“Começaremos a ver mais interesse no ritmo de exportação dos EUA agora que a colheita sul-americana está em andamento, pois muitos dos compradores dos EUA mudarão suas fontes, principalmente a China”, disse Karl Setzer, analista da AgriVisor.
Já o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) reduziu sua estimativa para a produção mundial de grãos e fibras em 2021/22 em 1 milhão de toneladas, para 2,286 bilhões de toneladas.
Os cortes foram feitos devido a percepção de menor produção de milho na América do Sul e de aveia, cevada e centeio em outras regiões, que foram parcialmente compensados pela perspectiva de maior produção de trigo na Argentina e Austrália.
Para a soja, houve redução de 12 milhões de toneladas na previsão para 2021/22, para 368 milhões de toneladas, diate de problemas na safra brasileira. A estimativa de consumo da oleaginosa caiu 4 milhões de toneladas, para 371 milhões, e as estimativas de estoque foram reduzidas para 56 milhões de toneladas.
A previsão de clima chuvoso também pressionou o milho. O contrato para março, o mais ativo, cedeu 1,92% (11,50 centavos de dólar), a US$ 5,8750 o bushel. A posição seguinte, maio, caiu 1,87% (11,25 centavos de dólar), a US$ 5,8950 o bushel.
Além disso, o relatório de oferta e demanda do USDA, que foi considerado “morno” para o milho, mantém a commoditie sem suporte aos atuais patamares de preços, que acumulam forte valorização há meses.
“Após três meses de preços geralmente em alta, o mercado de alta para soja e milho precisava de um incentivo do USDA para manter o entusiasmo, mas isso não aconteceu”, reforçou o analista Dan Hueber, em relatório.
Durante o pregão, o USDA relatou que as vendas líquidas de milho da safra 21/22 somaram 457,7 mil toneladas, avanço de 79% no comparativo semanal, mas queda de 59% frente à média de quatro semanas.
Enquanto isso, as exportações do cereal ficaram em 1,01 milhão de toneladas, aumento de 3% em relação à semana anterior, mas queda de 1% frente à média.
O IGC reduziu em 5 milhões de toneladas sua estimativa de produção de milho em 2021/22, para 1,207 bilhão. E cortou, na mesma quantidade, sua percepção de consumo, para 1,199 bilhão de toneladas. As previsões para estoques finais foram mantidas em 287 milhões de toneladas.
As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint.