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Chile: novos padrões de sustentabilidade e o impacto nos lácteos

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/07/2022

5 MIN DE LEITURA

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O Chile quer avançar para uma produção de leite mais sustentável. Por isso, o Ministério da Agricultura deste país, juntamente com o Dairy Consortium e com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola (IICA), desenvolveu padrões de sustentabilidade baseados nas melhores práticas para produtores de leite. Para mais detalhes, entrevistamos Natalie Jones, Coordenadora da Área de Sustentabilidade do Dairy Consortium.

Dairy Global: Como surgiu a ideia de desenvolver padrões de sustentabilidade para o setor de laticínios?

Natalie Jones: Quando o Ministério da Agricultura nos convidou para participar do programa ‘Chile origem consciente’, que busca posicionar o Chile como um país que produz alimentos de forma sustentável por meio de um selo nacional e a construção de padrões setoriais, consideramos uma grande oportunidade para o setor. Como Dairy Consortium estamos comprometidos em promover o desenvolvimento sustentável do setor lácteo e sabemos que é necessário avançar na implementação de práticas sustentáveis e também poder demonstrar isso aos nossos consumidores de forma objetiva e transparente.

 

Dairy Global: O que é o Padrão de Sustentabilidade para Fazendas Leiteiras Chilenas?

Natalie Jones: A Norma de Sustentabilidade é uma ferramenta de gestão para o setor lácteo que identifica boas práticas e ações para tornar os processos mais sustentáveis, contribuindo positivamente para as áreas econômica, social e ambiental por meio de 10 temas prioritários: solo, bem-estar e saúde animal, água, emissões de gases de efeito estufa e energia, resíduos, biodiversidade, gestão econômica da fazenda, ambiente social e condições de trabalho, comunidades locais, qualidade e segurança do leite.

 

Dairy Global: Que dificuldades você encontrou durante o desenvolvimento e implementação do programa?

Natalie Jones: A principal dificuldade foi chegar a um acordo com os produtores de leite sobre medidas que fossem viáveis para eles e pudessem ser verificadas objetivamente.

 

Dairy Global: Quais são os benefícios para um produtor de leite chileno ser certificado em sustentabilidade?

Natalie Jones: A primeira é ser capaz de reconhecer o que eles fazem bem. Há muito do que os produtores chilenos já estão fazendo que é positivo, mas não é conhecido pelos consumidores. No entanto, sabemos que também há espaço para melhorias, e este padrão, como foi concebido, nos permite fornecer um caminho para que os produtores avancem em sustentabilidade. Além disso, acreditamos que uma certificação credível como esta também nos permitirá demonstrar de forma objetiva onde estão os nossos esforços e em que estamos trabalhando, uma vez que esta norma é certificada por um organismo estatal. É também uma ferramenta que reconhece o esforço dos produtores de leite para cumprir os requisitos da atual certificação (chamada PABCO), focada na segurança sanitária, dando-lhes um ponto de partida adicional.

Isso é feito de forma flexível, pois permite ao pecuarista escolher, dentre o total de ações, aquelas que melhor se adequam às suas questões de interesse, sistema de produção e nível de avanço para somar os pontos necessários para tornar-se certificado. E por fim, na primeira etapa, o produtor que se dispuser voluntariamente a se certificar terá suporte técnico durante o processo de preparação para a certificação.

 

Dairy Global: Você poderia explicar brevemente o sistema de pontuação?

Natalie Jones: A norma possui 156 ações que foram classificadas em 4 níveis:

  1. Básico

  2. Inicial

  3. Intermediário

  4. Avançado

Cada nível tem uma pontuação diferente dependendo da viabilidade de implementação da ação e do nível de impacto que ela tem na sustentabilidade da fazenda. Dessa forma, todos os produtores, independentemente de seu porte ou sistema de produção, poderiam acessar um dos níveis de certificação. Em outras palavras, não é a mesma coisa instalar um sistema biodigestor na fossa de chorume (ação avançada), e colocar sinais na sala de ordenha (ação inicial).

Assim, os produtores de leite podem escolher as ações que são viáveis para eles, que se aplicam ao seu sistema de produção (a pasto ou confinados) e ao seu nível de progresso (produtor com 1500 vacas leiteiras ou agricultura familiar de pequena escala) para pontuar e ter acesso a um dos 3 níveis de certificação (250 pontos = 1 ano, 350 pontos = 2 anos e 450 pontos = 3 anos).

 

Dairy Global: Qual tem sido a reação dos produtores até agora à implementação da norma?

Natalie Jones: No início, como em todos os novos processos, houve alguma hesitação, mas como estamos fazendo este processo com eles e com o apoio das empresas transformadoras, rapidamente perceberam os benefícios da participação e que, apesar do esforço necessário, é possível alcançá-lo.

 

Dairy Global: Quais são as questões/ações que, na sua opinião, são mais urgentes para realizar no Chile e que devem ser priorizadas (dimensões sociais, ambientais, econômicas)?

Natalie Jones: Após o processo de autoavaliação, observamos que houve muito progresso em questões como qualidade, segurança e bem-estar animal, e um menor avanço voltado à gestão da água (principalmente devido ao baixo número de hectares irrigados) e à biodiversidade.

 

Dairy Global: Até o momento, quantos produtores já obtiveram a certificação?

Natalie Jones: Atualmente estamos em uma fase piloto em que mais de 180 fazendas estão participando junto com os consultores técnicos das plantas de processamento e outras organizações de produtores interessadas. Essas fazendas já têm uma autoavaliação e temos uma ideia muito próxima de quais são os principais pontos fortes e lacunas dos produtores de leite em relação a esse padrão. Estamos trabalhando com os assessores técnicos na estratégia de apoiar os produtores a serem certificados até o final do ano, que é o nosso objetivo. Embora ainda não tenhamos uma meta de cobertura definida, olhando para a experiência de outros países, aspiramos ter até 2030 pelo menos 70% dos produtores fornecendo leite para as empresas processadoras parceiras do Dairy Consortium, aproximadamente 1.800 produtores de leite.

 

Dairy Global: Existem outros países na América Latina que possuem programas nacionais desse tipo?

Natalie Jones: Sabemos que algumas empresas internacionais com atuação na América Latina possuem um modelo semelhante para promover a implementação de práticas sustentáveis. No entanto, o setor lácteo chileno é o primeiro a adotá-lo como estratégia nacional para avançar nessa questão.

 

As informações são do Dairy Global, traduzidas e adaptadas pela Equipe MilkPoint.

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