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Brasil produz mais leite com menos vacas

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 18/12/2001

3 MIN DE LEITURA

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O Brasil está produzindo mais leite com um número menor de vacas. Em 1995, 20,5 milhões de fêmeas forneceram 16,5 bilhões de litros de leite. No ano passado, 17,8 milhões de animais produziram 19,8 bilhões de litros. Enquanto o número de vacas foi reduzido em 2,7 milhões nos seis últimos anos, o volume de leite cresceu 3,3 bilhões, segundo constatou um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o IBGE, "o setor leiteiro passou por transformações que levaram a sensíveis aumentos de produtividade". De acordo com o órgão, em 1990, a média de produção das vacas no país era de 759 litros de leite ao ano. Em 2000, a média deu um salto para 1.105 litros ao ano, com ganho de 346 litros. A média por vaca, que era de 2,8 litros ao dia em 1990, subiu para um pouco mais de 4 litros diários no ano passado. A média é efetuada tendo por base um período de lactação de 270 dias. No entanto, a média de 4 litros de leite diários é baixa se comparada com a de países europeus, por exemplo, onde a produção média das vacas supera os 20 litros diários.

O aumento da produtividade no Brasil aconteceu num período de mudanças profundas na pecuária. "Produtores cujas fazendas possuíam tecnologia de primeiro mundo foram forçados a desistir devido aos custos, e os da base da pirâmide, que não tinham tecnologia, também não conseguiram se manter", diz José Vicente Ferraz, da FNP Consultoria, de São Paulo. Segundo ele, a elite está abandonando a pecuária, mas os pequenos e os médios produtores, que investiram em genética e manejo, permanecem. "São eles os responsáveis pelo aumento da produtividade", diz Ferraz.

Para Ferraz, os pequenos e médios produtores que se prepararam estão traçando o novo perfil da pecuária nacional. "Vai ficar quem está praticando a pecuária extensiva (a pasto), pois o seu custo de produção é menor e dá mais capacidade de adaptação aos altos e baixos da atividade leiteira."

O consultor destaca ainda o deslocamento geográfico da pecuária de leite nos últimos anos. As bacias leiteiras de tradição, como as de São Paulo e de algumas regiões de Minas Gerais, mergulharam na crise, enquanto em estados como Goiás a atividade cresceu. Assim, entende ele, a produção de leite não estacionou. "Outros estados, como Bahia, incentivaram a sua pecuária, o que levou muitos fazendeiros a se deslocarem até São Paulo em busca de vacas de boa qualidade", diz.

Goiás deverá produzir 2,365 bilhões de litros neste ano, quase 8 % a mais do que os 2,2 bilhões coletados em 2000. Em Goiás, segundo Ferraz, prevalecem os produtores de nível médio, mas detentores de uma tecnologia razoável. O Estado foi um dos principais compradores de vacas em leilões de liquidação de rebanho que aconteceram neste ano em São Paulo e em Minas Gerais. No total, foram 46 pregões, cujo faturamento atingiu R$ 19,8 milhões com a venda de 11.984 fêmeas. Em 2000, foram comercializadas 15.275 vacas leiteiras.

O presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, afirma que a estatística do IBGE incorre em erro ao considerar qualquer vaca como produtora regular de leite. "Sem dúvida, houve aumento na produtividade, mas o número do órgão registra a produção de vacas nelore, por exemplo. Leva em consideração também a produção do safrista e a dos que exploram o leite clandestinamente". Rubez concorda que novos conceitos em alimentação, manejo adequado e genética estabeleceram um corte radical entre a pecuária de subsistência praticada no país há 20 anos e a de hoje. "A evolução praticamente extinguiu os produtores que expunham o latão de leite ao sol durante horas, fator que comprometia a qualidade do produto". Além disso, prossegue ele, a chegada dos tanques de resfriamento e o uso adequado de vermífugos no gado também são fatores que mudaram o cenário da pecuária de leite no país.

Coordenador do levantamento da produção agrícola do IBGE, Carlos Lauria explica que a pesquisa não é censitária, já que é difícil usar esse método e conseguir divulgar as estatísticas todo ano. "A pesquisa é subjetiva, ela não vai aos produtores. O levantamento é efetuado de forma indireta nas cooperativas e nas indústrias", diz Lauria.

Fonte: Folha de São Paulo (por Sebastião Nascimento), adaptado por Equipe MilkPoint

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