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Como os problemas de cascos impactam na produtividade?

NOVIDADES DOS PARCEIROS

EM 06/09/2022

10 MIN DE LEITURA

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A rapidez no controle da dor e febre na solução dos problemas de casco em bovinos melhora o desempenho imediato das vacas leiteiras.

 

Por que os problemas de casco são tão importantes na pecuária leiteira?

As doenças de cascos em bovinos são consequência de diferentes fatores que quando atingem um ponto crítico, desencadeiam a doença. As causas envolvidas são múltiplas e complexas, com destaque para a alta produção, estresse, distúrbios nutricionais e infecciosos, genética e ambiente em que vivem os animais.

Como os problemas de cascos impactam na produtividade?

Há evidências científicas de que novilhas que sofrem claudicação antes de iniciar sua vida produtiva apresentam 30,8% de chance de serem retiradas do estábulo antes de completar a primeira lactação. Os problemas nos cascos vão além do bem-estar animal, pois interferem, também, sobre a produção de leite e nas performances reprodutivas.

As consequências dos problemas de casco são muito impactantes na pecuária leiteira. A doença afeta quase todos os aspectos na vaca leiteira. A diminuição da produção leiteira é muito grande pelo fato de que a doença diminui o consumo de alimentos levando também a queda do escore corporal. O tempo em que os animais permanecem deitados aumenta e, como consequência, observamos maior ocorrência de metrites e mastites.

A dor está bastante presente e baixa a imunidade abrindo portas para a ocorrência de muitas doenças oportunistas. A dor e a febre são condições que geram estas altas perdas no desempenho dos animais.

Impacto na reprodução:

  • Vacas com problemas nos cascos têm um aumento de dias abertos e um intervalo entre partos de mais de 400 dias (Martínez, et al., 2019).
  • 6 vezes mais probabilidade de desenvolver cistos ovarianos.
  • 8 vezes mais probabilidade de aumentar os dias para o primeiro serviço
  •  6 vezes mais probabilidade de aumentar os dias sem ficar prenha.
  •  9 vezes mais probabilidade de ter mais serviços por concepção
  • 4 vezes mais probabilidade de ser descartada em comparação com suas companheiras de rebanho (Martínez, et al., 2019; Charfeddine, et al., 2017).

Impacto na produção de leite:

  •  Vacas com uma pontuação de 4 a 5 na escala de locomoção têm uma perda de produção de leite cerca de 9 a 15%
  •  270-574 kg / lactação / caso clínico (Huxley, et al., 2013).

Em estudos realizados por Robinson, pode-se determinar as perdas de produção de leite em função da % de vacas em cada nível de escore de locomoção, estimando-se assim as perdas que ocorrem com o problema. A classificação do escore de locomoção varia de 1 a 5, onde zero (0) representa a perda de produção em uma vaca totalmente saudável e 5 em uma vaca totalmente comprometida, classificação essa, muito usada no Brasil. Com isso podemos estimar a perda em litros de leite por vaca nas diferentes propriedades.

Escore de locomoção x Perda em produção

Escore de locomoção

Perdas em produção (%)

1

0

2

2%

3

4%

4

8%

5

15%

 

As consequências econômicas são bem claras dentro da atividade. Perdas de produção podem passar dos 1000 litros por lactação em vacas com problemas mais graves, sem contar os descartes com a necessidade de reposição e o comprometimento da fertilidade do rebanho.

A percepção do problema

A percepção da ocorrência destes problemas é muito importante para determinar a necessidade de uma estratégia de controle efetiva. A detecção de vacas claudicando ou mancando é de fundamental importância dentro da atividade. Para detecção, devemos fazer a vaca caminhar em uma superfície lisa e desta forma observarmos anormalidades ao caminhar.  A classificação destas ocorrências pode ser feita em diferentes níveis de gravidade analisando-se o arqueamento no dorso e os movimentos dos membros quando ao deslocamento do animal.

Patologias envolvidas

Mais de 90% das patologias das patas foram encontradas nos membros posteriores; Alguns fatores que favoreceram a apresentação das patologias nos pés foram umidade e caminhos com materiais abrasivos (pedras, pregos, madeira, concreto). Os cascos que permanecem na água por 12 horas, aumentam seu peso em 2% devido à absorção de água e isso reduz sua dureza entre 10% e 20% favorecendo a incidência de patologias nos pés (Hüeckmann; Jaramillo, et al., 2015)

Necrobacilose interdigital bovina: É uma doença infecciosa também conhecida como dermatite interdigital, caracterizada pelo aumento da espessura da pele interdigital causada por agentes como Fusobacterium necróphorus e Bacteroides melaninogenicus que agem sinergicamente (Schulz, et al., 1986). Antibióticos de amplo espectro, como Curacef® Duo, são usados ??para o tratamento. Topicamente, uma solução de glutaraldeído a 5% combinada com sulfato de cobre pode ser aplicada.

Erosão do talões: Causada pelo Dichelobacter nodosus É caracterizada pela perda irregular do estrato córneo e predispõe ao descuido dos cascos. Produz claudicação leve a moderada, principalmente nos membros anteriores. O tratamento é orientado da mesma forma que o anterior e os cascos devem ser corrigidos (Schulz. Et al., 1996; Cardona, et al., 2003; Confalonieri, et al., 2016).

Laminite bovina: Também chamada de pododermatite asséptica difusa; É considerada uma manifestação local de um distúrbio sistêmico, como fatores nutricionais (excesso de grãos na dieta), distúrbios pós-parto (mastite, metrite), etc. Apresenta estágios agudos, subagudos e crônicos e pode afetar todas as extremidades. Na fase aguda ocorre aumento da tríade, anorexia, sudorese e o casco fica quente e dolorido. No subagudo, as petéquias aparecem na planta do pé, enquanto no crônico não há sintomas gerais, mas apresenta rigidez e claudicação (Confalonieri, et al., 2016).

Pododermatite séptica: Também chamada de podridão do pé, podendo ser difusa ou localizada. Ocorre principalmente por traumas causados por pedras e pisos irregulares por onde penetram patógenos que causam necrose, abscessos e degeneração do casco, principalmente nas áreas onde não é realizada profilaxia podal. Os principais sinais são claudicação, deformação do casco, expulsão de material purulento, dor e inflamação (Confalonieri, et al., 2016). Para o tratamento, são aplicados antibióticos de amplo espectro, como o Curacef® Duo. Topicamente, pode-se aplicar uma solução de glutaraldeído a 5% combinada com sulfato de cobre.

 

Sucesso no controle

Para obtermos sucesso no controle dos problemas relacionados com cascos, uma das coisas mais importantes é a identificação da origem dos problemas de casco, estabelecendo se é de origem infecciosa ou não infecciosa. Dentre as causas não infecciosas destacamos problemas de casco por acidose metabólica que induz laminite, doenças da linha branca e úlcera de sola. Dentre as causas infecciosas temos as dermatites digitais e interdigitais e a erosão de talão.

Mesmo os problemas de origem não infecciosa acabam por ter a presença de bactérias secundariamente que comprometem ainda mais a situação. Identificar as lesões de maneira visual é uma prática necessária para pontuar o uso de tratamentos.

Origem dos problemas

  1.  Os maus-tratos aos animais durante o manejo e mau estado dos pisos podem favorecer essas patologias.
  2. O peso corporal, o tamanho do animal e a conformação dos membros  são fatores específicos importantes para o aparecimento dessas doenças (Solano et al. 2016).
  3. Uma dieta mal balanceada pode causar distúrbios nos cascos quando o teor de fibras for inferior a 18% com alto percentual de proteínas, que seriam responsáveis ??por distúrbios ruminais que se refletem posteriormente em lesões no casco.
  4. O estresse calórico também é responsável por distúrbios ruminais que mais tarde se traduzem em laminite e suas várias doenças secundárias (Mader et al. 2006).
  5. Além disso, é provável que os animais confinados em espaços que não respeitem as medidas estabelecidas nas normas de bem-estar animal, não possam se mover livremente e ativar a circulação dos pés como costumavam fazer antes de serem colocados em ambientes com espaço limitado (O'Callaghan et al. 2003; Leach et al. 2010).

 

Estratégias para estabelecer uma boa saúde dos cascos.

Pedilúvio: O uso tópico de profiláticos como glutaraldeído, sulfato de cobre, sulfato de zinco, sulfato de alumínio e sulfato de benzalcônio desinfetam cascos dos animais, agindo como biocidas para prevenir a colonização dos cascos pelas bactérias ambientais. A frequencia do uso depende do grau de a umidade a que os cascos ficam expostos e da quantidade de lama acumulada nos cascos diariamente, para isso é recomendável realizar uma pontuação de higiene para as patas e cascos do rebanho; Em épocas de chuva com cascos muito sujos, é aconselhável utilizar o pedilúvio pelo menos 3 a 4 vezes por semana com troca a cada 200 animais.

Genética: as alterações digitais são hereditárias. Portanto, aqueles animais cujos descendentes apresentam a patologia devem ser eliminados do rebanho. Por outro lado, por ocasião da compra de animais deve-se prestar atenção às características morfológicas dos cascos (Cardona, et al., 2003).

Nutrição: Estudos e tecnologias aplicadas à nutrição têm reduzido os problemas de transtornos alimentares e desequilíbrios metabólicos em bovinos leiteiros, devemos, entretanto, estar atentos a estes desequilíbrios. Devido à relação entre esses distúrbios e problemas nos cascos, recomenda-se realizar testes digestivos, como pH ruminal, a fim de avaliar o funcionamento do rúmen. Nesse sentido, as mudanças dietéticas devem ser graduais para adaptar a flora às novas condições (Tamayo, et al., 2001; Cardona, et al., 2003). Em casos de acidose ruminal, o Hepatonic® injetável deve ser administrado com a aplicação simultânea de Megludyne® e FOSFOSAN®, além de estimular a circulação do pé.

Casqueamento funcional do casco: Deve ser feito pelo menos duas vezes ao ano. O procedimento visa basicamente o rebaixamento da planta do pé, garantindo sua concavidade, além de aparar o dedo do pé. É necessário imobilizar o animal em um brete, mesa cirúrgica ou simplesmente no solo bem apoiado. Recomenda-se fazer a aparagem  no início do período seco 50-60 dias antes do parto e de 100 a 150 dias pós-parto.

Com o estabelecimento dessa medida, os seguintes problemas podem ser evitados:

  •  Suporte anormal.
  •  Predisposição a trauma devido à má distribuição de peso durante o suporte.
  •  Penetração de corpos estranhos através da linha branca.
  •  Distribuição anormal de peso em ambos os cascos.

Estratégias de casqueamentos, ajustes nutricionais e bom manejos de cama são fundamentais para ajudar a controlar o problema. O uso de pedilúvios é uma medida muito assertiva para auxiliar no controle de problemas de casco quando da sua alta incidência. Pode-se utilizar dentro do programa sulfato de cobre a 5%, sulfato de zinco ou produtos à base de formol.

O tratamento

Os animais afetados requerem atenção imediata e tratamentos terapêuticos, o que aumenta as tarefas de manejo, custos com medicamentos, honorários veterinários, e em alguns casos graves, descarte precoce de animais de alto valor genético e produtivo em plena produção (Cha et al. . 2010; Harris et al. 1998).

O tratamento dos casos clínicos é necessário para sucesso do programa. Além do uso de antibióticos para combater a origem dos problemas, é necessário combater a infecção secundária. Apoiar o combate a infecção, controlar a febre e a dor são medidas fundamentais para obtermos sucesso com o tratamento.

 

CETOPROFENO COMO UM ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTERÓIDE

  • Ação abrangente na cascata de dor e inflamação.
  • o Inibidor não seletivo de COX1
  • o Inibidor simultâneo de COX e LOX2.
  • Ambas as vias COX e LOX estão envolvidas na dor e na inflamação.

O cetoprofeno permite um poderoso controle da febre, ajuda a equilibrar os nociceptores e é um poderoso moderador da dor (exemplo: em vacas coxas)

 

 

 


BIBLIOGRAFIA

M. T. Jewell, M. Cameron, J. Spears, S. L. McKenna, M. S. Cockram, J. Sanchez, and G. P. Keefe, “Prevalence of lameness and associated risk factors on dairy farms in the Maritime Provinces of Canada”, J. Dairy Sci. 102:3392–3405, (2019).

N. Charfeddine and M. A. Pérez-Cabal, “Effect of claw disorders on milk production, fertility, and longevity, and their economic impact in Spanish Holstein cows”, J. Dairy Sci. 100:653–665, (2017).

Cardona A, Noirtier Cano G. “ALTERACIONES DIGITALES EN EL GANADO BOVINO DEL TRÓPICO BAJO” Córdoba 2003; 8:(1), 249-253.

O. E. Confalonieri, H. Moscuzza E. M. Rodríguez, J. A. Passucci “PATOLOGÍAS PODALES EN GANADO LECHERO Y EN FEEDLOT DEL PARTIDO DE TANDIL, PROVINCIA DE BUENOS AIRES, ARGENTINA”, Rev Med Vet Zoot. 63(1), enero - abril 2016: 11-19.

Gabriela M. Martínez, Víctor H. Suárez, “Afecciones podales e impacto productivo en rodeos lecheros del Noroeste Argentino” Rev. med. vet. (B. Aires) 2019, 100(1): 7 – 11.

Durel, L., Rigaut, D. (2015) “Field efficacy of a new ceftiofur plus ketoprofen combination in the treatment of interdigital dermatitis disease in cattle. Proceedings of the European Buiatric Forum”, Rome, Italy, 14-17 October 2015.

 

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