Autores: Dimas A.D.B. Cardoso* e Wagner T. Estanislau*
A cultura do milho responde com muita eficiência ao uso de tecnologias e insumos para altas produtividades. A cada ano, vem demonstrando evolução constante de produtividade de grãos ao longo de décadas, em uma área de cultivo em torno de 15 Milhões de ha, o que pode ser comprovado pelo constante aumento do volume da produção. Segundo a CONAB, em 2019 estima-se uma safra recorde acima de 90 milhões de toneladas, sendo a segunda safra responsável por mais de 70% da produção.
Paralelo a este fato, mesmo sem ter um levantamento oficial de áreas de silagem no Brasil, podemos perceber um aumento das áreas de silagem e do uso de novas tecnologias de manejo buscando alta produtividade e qualidade da silagem. Dados de levantamento da Pesquisa Spark em 2018, mostram uma área de milho para silagem de 1 milhão de hectares na primeira safra. Já levantamentos da Kleffmann, revelaram uma área de silagem superior a 2 Milhões de ha, sendo a maior parte na safra verão, e com crescimento significativo de áreas de silagem na segunda safra.
Estes estudos demonstram a importância deste segmento no Brasil, principalmente com o crescimento da intensificação da produção de leite e carne através de aumento de estruturas de compost barn, free stall e confinamentos nas propriedades, e da necessidade de aumento de silagem na dieta para reduzir custos com concentrados energéticos, que segundo o SEBRAE MG (2018), correspondem a 38% do custo de produção de leite, bem como, suportar alimentação animal frente ao aumento das áreas de soja que estão avançando sobre muitas áreas de lavouras e de pastagens no Brasil na safra verão, dando espaço ao milho em sucessão na segunda safra em sua maior parte.
Com este cenário, o milho para silagem no Brasil já ocupa mais de 25% da área de milho total na primeira safra ou safra verão, sendo um segmento de mercado muito significativo.
O uso de fungicidas tem sido crescente na cultura do milho, frente aos benefícios de aumento de produtividade e da estabilidade da produção, principalmente por controlar as principais doenças e por apresentar efeitos fisiológicos nas plantas de milho.
Segundo o Prof. Durval Dourado Neto do Dep. Produção Vegetal da Esalq/Usp em Piracicaba-SP (Figura abaixo), os fungicidas, em especial as estrobilurinas, além de controlar as principais doenças do milho, atuam na planta aumentando a eficiência fotossintética, reduz a produção do hormônio etileno, prolongando o efeito “stay green” nas plantas e reduzindo a senescência das folhas, o que é muito benéfico para ampliar a janela de colheita de silagem, e também foi constatado um aumento na atividade da enzima nitrato-redutase, que melhora a eficiência de absorção de nitrogênio pela planta, um importante elemento para altas produtividades.
No cultivo de milho para grãos, trabalhos conduzidos por Cardoso, D.A.D.B. pela Monsanto em 2004/05 e 2005/06 em Formiga-MG, observou ganhos que variam de 420 a 1.320 Kg/ha em 22 híbridos no mercado, com uma média de ganho de 804 Kg/ha, demonstrando a viabilidade desta prática, independentemente do nível de tolerância a doenças do híbrido de milho.
Além de proteger a planta das principais doenças do milho ocorrentes no Brasil como a Ferrugem (Puccinia polyssora), Cercospora (Cercospora zeae), Mancha Branca (Phaeosphaeria maydis), Helminthosporiose (Exserohilum turcicum) entre outras, ocorre um aumento significativo na produtividade.
Com o objetivo de verificar o efeito do uso de fungicidas na produtividade e na qualidade da silagem de milho no Brasil, foi implantado dois ensaios na safra verão em Patos de Minas-MG e Tupaciguara-MG, conduzidos pelo departamento técnico da KWS Sementes e da Empresa RF-Agro, respectivamente, em 2 épocas de cultivo, compostos de 5 híbridos de milho dispostos em faixas (RB9110PRO, RB9004PRO, RB9006PRO, RB9308PRO e RB9077PRO), com e sem aplicação de fungicida à base de Picoxistrobina + Ciproconazol (400ml/ha p.c.) + 1% Adjuvante, na fase vegetativa V7/V8, correspondendo à última passada do trator na lavoura, simulando a situação do produtor que não dispõe de equipamento pulverizador de maior porte ou de avião, muito comum entre os produtores pecuaristas no Brasil.
Resultados dos ensaios:
Os resultados médios obtidos dos ensaios, mostraram os efeitos benéficos do uso de fungicida, com um ganho médio de 3,204 t/ha de massa verde e 1,090 t/ha de matéria seca, com um aumento de 2.440 Kg leite/ha e conversão similar de Kg leite/ t matéria seca, muito superior ao custo do investimento da aplicação e do produto utilizado, sendo uma excelente ferramenta para garantir produtividade com qualidade.
Análises bromatológicas: 3rlab
Do ponto de vista de qualidade bromatológica, ocorreram significativos aumentos nos teores de amido (+3,1%), digestibilidade da fibra (TTNDFD=3,8%), nutrientes digestíveis totais (1,5%), com reduções no volume de fibra FDN (-0,9%) e FDA (-1,7%), provavelmente pelo aumento na produtividade de grãos (% amido) e pelo efeito “verde” nas plantas percebido visualmente no campo e com a tendência de redução no teor de matéria seca (-0,4%).
Conclusões:
Ao comparar as dietas com as bromatologias médias dos híbridos acima com e sem fungicida, percebemos que poderemos reduzir significativamente o nível de energia da dieta por vaca/dia ou desafiar o animal ao aumento de produção de leite.
Em resumo, o uso de fungicidas na cultura do milho para silagem promove uma tendência positiva de aumento de produção no volume de matéria seca e na qualidade nutricional da planta, o que reverte em grande benefício e eficácia para o produtor de leite ou carne no Brasil.
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