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Novas tendências envolvendo a duração do período seco em sistemas intensivos de produção de leite

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 14/10/2003

3 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 26/01/2024

No dia-a-dia da nossa atividade, muitas dúvidas e questões são levantadas, sobre os mais variados assuntos. Os técnicos são questionados a respeito de dietas, manejo, reprodução, etc. Porém, existem alguns conceitos que são seguidos "à risca", sem nenhum tipo de indagação. Um exemplo é a duração do período seco, foco do nosso artigo.

Ao visitar uma propriedade pela primeira vez, como rotina, a maioria dos técnicos realiza uma série de perguntas e avalia dados como: número de cabeças em cada categoria (distribuição do rebanho), número de funcionários, maquinário disponível, tipo e freqüência de ordenha (bem como seus horários), dietas (composição, freqüência de tratos) , tamanho da propriedade, área de pastagem, área para produção de alimentos, etc. Diante de inúmeros questionamentos, seria incomum e até certo ponto estanho ouvirmos a seguinte pergunta: qual a duração média do período seco dos animais do rebanho?

Em rebanhos puros ou com elevada participação de sangue europeu, praticamente não há dúvidas nem discussão quanto aos "sagrados" 60 dias de descanso entre o encerramento de uma lactação e o parto subseqüente. A razão deste conceito (descanso de 60 dias) "enraizado" no manejo de propriedades leiteiras se deve a décadas de pesquisas que comprovaram o período de 60 dias como o ideal e necessário para a involução e regeneração do tecido secretor de leite do úbere. Além disso, muitas pesquisas comprovaram que um período seco inferior a 60 dias seria prejudicial à produção de leite na lactação seguinte.

De acordo com pesquisa realizada pela Carolina State University (EUA), animais submetidos a período seco com duração de 30 a 49 dias pré-parto apresentaram uma redução média de 589 litros na lactação seguinte, enquanto que animais cujo período seco oscilou entre 50 e 59 dias, tiveram redução na produção da lactação seguinte de 181 litros.

Segundo recente trabalho publicado por pesquisadores da University of Florida (EUA), foram avaliadas lactações subseqüentes de animais com 3 ou mais partos. Num primeiro grupo, os animais receberam injeção de Estradiol-17B no momento da secagem e o tratamento controle não recebeu nenhuma aplicação. Os animais foram submetidos a dois períodos secos: um com duração média de 34 dias e outro com duração media de 59 dias. A utilização do Estradiol-17B foi baseada no resultado de outros experimentos que comprovaram a sua eficácia como acelerador da involução do tecido mamário (secretor de leite). Desta forma, o experimento foi caracterizado da seguinte maneira:

Tratamento 1: período seco de 34 dias

a-animais que receberam Estradiol-17B
b-animais controle

Tratamento 2: período seco de 59 dias

a-animais que receberam Estradiol-17B
b-animais controle

Baseado no resultado de pesquisas anteriores, a tendência natural deste experimento, seria a obtenção de resultado superior para os animais que tiveram maior período de descanso (59 dias) e que receberam Estradiol-17B. No entanto, segundo os autores do trabalho, neste experimento, o hormônio não acelerou a involução do tecido mamário como esperado. Além disso, os animais submetidos a período seco de 34 dias não apresentaram redução na produção de leite da lactação subseqüente (305 dias), contrariando a tendência de queda na produção, conforme publicações de trabalhos anteriores.

Sendo assim, podemos afirmar que a possibilidade de redução do período seco, sem comprometer a saúde das vacas, é de extrema importância, uma vez que o objetivo de todo produtor é fazer com que seu rebanho produza leite pelo maior tempo possível. Economicamente, se concretizada esta possibilidade (redução do período seco), teremos mais um avanço no manejo da pecuária leiteira. Devemos destacar, entretanto, que esta pesquisa foi conduzida com um número pequeno de animais (inferior a 20 por tratamento), o que implica na necessidade da realização de mais experimentos semelhantes, envolvendo um maior número de animais, para obtenção de médias mais seguras.

Comentários do autor: supondo que tal tendência seja verdadeira alertamos, ainda, que a implantação desta alteração conceitual no manejo deverá ser efetuada de maneira gradativa e proporcional ao nível e capacidade de intensificação de cada propriedade. Sendo o período de transição e a condição corporal adequada pré-parto, fatores fundamentais para o início de lactação, o estreitamento deste trajeto lactação - período seco - lactação, deverá ser percorrido ainda de modo mais perfeito e cauteloso em função de possíveis problemas e danos que um manejo inadequado nesta fase pode causar (maiores detalhes sobre cuidados no manejo de animais em transição podem ser obtidos em artigo outrora publicado nesta seção - clique aqui para ler o artigo: ATENÇÃO ESPECIAL COM MANEJO PRÉ-PARTOPODE EVITAR PREJUÍZOS.

Fonte: Hoard's Dairyman, vol. 148 n-8 (abril-2003).

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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