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Intensificando o manejo de transição em busca de melhores índices

POR JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

COWTECH

EM 28/03/2002

4 MIN DE LEITURA

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No último artigo, abordamos a questão dos possíveis danos financeiros à atividade, advindos de distúrbios metabólicos pós-parto (clique aqui para ler o artigo), geralmente causados por erros no manejo como um todo, principalmente sob o aspecto nutricional. No presente texto, estaremos discutindo práticas de manejo que vêem sendo adotadas com sucesso por algumas fazendas norte-americanas, almejando o melhor controle e menor incidência dos problemas metabólicos que abrangem rebanhos leiteiros especializados, de alta produção.

Os requerimentos nutricionais durante o período de transição para vacas que fazem parte um rebanho de 1.000 cabeças e de um rebanho de 100 animais, por exemplo, são os mesmos, obviamente. A diferença na prática é que, em fazendas maiores, o número de animais por categoria no rebanho é muito maior, o que justifica uma possível intensificação e subdivisão dos mais variados lotes de animais. Em fazendas de menor porte, como é o caso da grande maioria das propriedades nacionais, por questões de facilidade de manejo, os animais são sempre "arranjados" em lotes que muitas vezes podem prejudicar o rendimento de um dado indivíduo. A ausência de separação de lotes durante o período de transição, independentemente do tamanho do rebanho, pode ser extremamente prejudicial.

Possibilidades:

De acordo com grupo de especialistas, primeiramente, mesmo que a propriedade possua 4 ou 5 animais no período de transição, os mesmos devem ser separados pelo menos no momento da alimentação, independente da dieta ser uma "total mix ration" (TMR) ou não. Se possível, as vacas devem ser separadas das novilhas, evitando maior competição, uma vez que, nesta fase, os animais apresentam uma baixa ingestão de matéria seca (MS).

No caso de propriedades que possuem TMR, a introdução de parte da dieta dos animais em início de lactação pode ser uma boa prática de manejo a ser adotada. Geralmente, a dieta inicial de lactação possui elevada densidade energética-protéica, rica em carboidratos não fibrosos, prontamente digeridos e assimilados no rúmen. Tal prática faz com que haja um melhor desenvolvimento das papilas ruminais e uma pré-adaptação do ambiente ruminal (flora bacteriana) das vacas pré-parto à dieta pós-parto. Devemos nos prevenir, porém, no caso de dietas iniciais de lactação que contenham tamponantes como bicarbonato de sódio, por exemplo (ingrediente predisponente à febre do leite, se fornecido para vacas pré-parto). Neste caso, não podemos misturar o tamponante na batida do concentrado pós-parto. Desta forma, recomenda-se o cuidado de adicionar o tamponante diretamente no vagão, minutos antes do trato das vacas recém-paridas. Segundo Rich Stanelle, nutricionista da Land O' Lakes, tal prática tem sido adotada por ele em algumas fazendas com sucesso. Numa delas, com um rebanho de 65 vacas, a mistura tem sido feita com 18 kg da TMR usada no início de lactação, adicionados a 1,8 kg de feno de alfafa, 4,5 kg de silagem de milho e 200 g do núcleo mineral de vacas secas.

Atenção com os componentes da dieta:

É bastante comum observarmos diferenças nas fazendas, quanto à natureza dos ingredientes utilizados em dietas pré-parto e pós-parto. Muitas vezes, por questões de custo, encontramos animais pré-parto em pastejo, suplementados diariamente com concentrado. Em outros casos encontramos animais confinados no pré-parto, recebendo uma base volumosa diferenciada do pós-parto, como por exemplo, silagem de capim elefante, enquanto que o volumoso-base pós-parto é composto por silagem de milho.



A recomendação é que de fato realizemos uma transição, em todos os sentidos, a começar pela nutrição. Se a possibilidade do fornecimento da dieta inicial de lactação for inviável, devemos tomar o cuidado em fornecer a mesma base alimentar, ou seja, utilizarmos os mesmos ingredientes, principalmente o volumoso. Segundo o especialista em nutrição e consultor em fazendas nos EUA, Ken Heimbach, nas propriedades em que trabalha, cerca de 2 a 3 semanas antes do parto são introduzidos ingredientes que os animais irão ingerir no pós-parto, de maneira gradual. A sua meta é fazer com que o consumo total de grãos da dieta (para vacas e novilhas) chegue a 1% do peso corporal no momento do parto, como estratégia para otimização da ingestão de MS nas semanas iniciais, posteriores a parição.

Comentário MilkPoint: conforme subtítulo do texto acima, as práticas de manejo recomendadas por alguns consultores norte-americanos são possibilidades e não necessariamente regras, principalmente aqui no Brasil cujas realidades de manejo e condições climáticas são bastante distintas. A análise do último artigo nos leva a reflexão de quais seriam as possíveis maneiras de diminuirmos a incidência de distúrbios metabólicos, mesmo manejando corretamente os animais. Não podemos deixar de esclarecer que, antes de tudo, é necessário que o produtor consiga, efetivamente, manejar corretamente os animais no período pré-parto (transição) ao longo do ano, para posteriormente, em casos mais específicos, tentar obter uma melhoria nos índices produtivos, reprodutivos e menor incidência de distúrbios metabólicos via intensificação de manejo que deve ser discutida e decidida, se possível com orientação do nutricionista da propriedade.

Fonte: Dairy Herd Management, julho 2001.

JOÃO PAULO V. ALVES DOS SANTOS

Espaço para artigos e debates técnicos expostos por especialistas e equipe de consultores.

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