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Bactérias ácido-lácticas e aspectos probióticos

VÁRIOS AUTORES

CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA

EM 03/07/2018

3 MIN DE LEITURA

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As bactérias ácido-lácticas (BALs) pertencem a flora gastrointestinal humana e são amplamente utilizadas na indústria alimentícia por apresentarem características probióticas. Probióticos são micro-organismos vivos que, quando utilizados em quantidades adequadas, podem proporcionar benefícios para saúde. Nos últimos anos, o interesse no uso de BALs para a promoção da saúde tem aumentado significativamente, sendo muito comum a administração de produtos lácteos fermentados com a inclusão de micro-organismos probióticos, principalmente bactérias ácido-lácticas dos gêneros Bifidobacterium e Lactobacillus (FAO/WHO, 2001; LIONG, 2011; VASILJEVIC; SHAH, 2008).

Devido aos seus aspectos probióticos, estudos demonstraram que as BALs podem proporcionar inúmeros benefícios e aplicações importantes para saúde, que incluem: a manutenção da microbiota intestinal normal e a redução de distúrbios intestinais e urogenitais, como por exemplo: a prevenção da candidíase, a melhora nos sintomas de portadores de intolerância a lactose, o restabelecimento da flora intestinal após o uso de antibióticos e, ainda, a prevenção e tratamento de doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn e colite ulcerativa. Além dos benefícios a nível intestinal, as BALs são capazes de aumentar a resistência do organismo em infecções respiratórias comuns e reduzir infecções agudas do trato respiratório, reduzir o colesterol e a obesidade, prevenir o desenvolvimento de lesão na mucosa gástrica e, até mesmo, prevenir a periodontite (AJAH; AL-QURAISHI, 2016;  BERNINI et al., 2016; GOMEZ, 2017; HEMARAJATA; VERSALOVIC, 2013; JUNGERSEN et al., 2014).

Todos os benefícios proporcionados pelas BALs possuem de alguma forma relação com a capacidade desses micro-organismos em modular o sistema imune. Um dos principais resultados dessa modulação é a capacidade das BALs em reduzir a inflamação. Como a inflamação crônica está diretamente relacionada com o câncer, estudos indicam que o potencial anti-inflamatório das BALs possui relação com a prevenção do desenvolvimento do câncer, principalmente o câncer colorretal. A necessidade de encontrar alternativas para o tratamento e prevenção da doença inflamatória intestinal e do câncer colorretal, tornam os probióticos uma fonte promissora (SANDERS et al., 2013; YU; LI, 2016).

Uma melhor compreensão dos mecanismos de ação pelos quais os probióticos exercem efeitos benéficos sobre o hospedeiro humano auxiliará na seleção adequada de micro-organismos com particularidades interessantes, que poderão ser utilizados na indústria alimentícia no desenvolvimento de novos produtos lácteos, contribuindo para novas estratégias no tratamento e prevenção das doenças inflamatórias intestinais e consequentemente, do câncer colorretal (BERMUDEZ-BRITO et al., 2012; KICH et al., 2016).

Referências bibliográficas

AJAH, H. A.; QURAISHI, S. A.-. In vivo study of probiotic effects on production of some cytokines (IL-4, IL-12 and IFN- γ) in Candida albicans infection. Advances in Environmental Biology, v. 10, n.11, p. 99-106, 2016.

BERMUDEZ-BRITO, M. et al. Probiotic mechanisms of action. Annals of Nutrition and Metabolism, v. 61, n. 2, p. 160–174, 2012.

BERNINI, L. J. et al. Beneficial effects of Bifidobacterium lactis on lipid profile and cytokines in patients with metabolic syndrome: A randomized trial. Effects of probiotics on metabolic syndrome. Nutrition, v. 32, p. 716-719, 2016.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS - FAO; WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. Health and Nutritional Properties of Probiotics in Food Including Powder Milk With Live Lactic Acid Bacteria. Córdoba, 2001.

GOMEZ, P. A. M. Use of probiotics in dentistry. Dental, Oral and Craniofacial Research, v. 4, n. 1, p. 1–4, 2017.

HEMARAJATA, P.; VERSALOVIC, J. Effects of probiotics on gut microbiota: Mechanisms of intestinal immunomodulation and neuromodulation. Therapeutic Advances in Gastroenterology, v. 6, n. 1, p. 39–51, 2013.

 JUNGERSEN, M. et al. The Science behind the Probiotic Strain Bifdobacterium animalis subsp. lactis BB-12®. Microorganisms, v. 2, p. 92-110, 2014.

KICH, D. M.; VINCENZI, A.; MAJOLO, F.; SOUZA, C. F. V.; GOETTERT, M. Probiotic: effectiveness nutrition in cancer treatment and prevention. Nutricion Hospitalaria, v. 33, n. 6, p. 1430–1437, 2016.

LIONG, M. T. Probiotics: Biology, Genetics and Health Aspects. Microbiology Monographs. Heidelberg, Springer, 2011

SANDERS, M. E. et al. An update on the use and investigation of probiotics in health and disease. Gut, v. 62, n. 5, p. 787-796, 2013.

VASILJEVIC, T.; SHAH, N. P. Probiotics - From Metchnikoff to bioactives. International Dairy Journal, Barking, v. 18, p. 714-728, 2008.

YU, A.-Q.; LI, L. The Potential Role of Probiotics in Cancer Prevention and Treatment. Nutrition and Cancer, v. 68, n. 4, p. 535–544, 2016.

CLAUCIA FERNANDA VOLKEN DE SOUZA

Professora Titular da Univates, atuando nos Programas de Pós-Graduação em Biotecnologia e Sistemas Ambientais Sustentáveis e nos cursos de Engenharia de Alimentos, Engenharia Química e Química Industrial. Doutora em Biologia Celular e Molecular.

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