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Pesquisadores esclarecem dúvidas sobre medicamento nanoestruturado para tratar mastite

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 29/08/2016

4 MIN DE LEITURA

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mastite bovina - nanotecnlogia A pesquisadora da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Vanessa Mosqueira, e o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Humberto Brandão, participaram de um "chat" com 16 representantes da indústria farmacêutica. O objetivo foi esclarecer dúvidas sobre o produto baseado na nanotecnologia para o tratamento da mastite bovina. O produto foi criado pelas instituições, que agora buscam interessados no mercado para o co-desenvolvimento, produção em escala e comercialização.

Num primeiro momento, o produto foi apresentado pelos pesquisadores, que em seguida responderam as dúvidas dos participantes. A conversa com os pesquisadores ficará disponível no link https://www.cnpgl.embrapa.br/transmissao-ao-vivo.html enquanto o edital estiver aberto. O edital pode ser acessado no link www.embrapa.br/gado-de-leite/licitacoes.

Mastite bovina

A mastite bovina é uma inflamação da glândula mamária que afeta rebanhos leiteiros em todo o mundo. Acredita-se que uma em cada quatro vacas apresente a doença pelo menos uma vez ao longo de sua vida produtiva. Embora o Brasil não possua números oficiais dos prejuízos causados pelo problema, estima-se que o impacto alcance até 10% do faturamento das propriedades. O pesquisador Guilherme Nunes de Souza avalia que, somente nos Estados Unidos, onde as estatísticas sobre a questão estão mais avançadas, a mastite provoque perdas anuais da ordem de dois bilhões de dólares por ano devido à redução na produção, ao descarte do leite e de animais e aos custos com medicamentos e honorários veterinários.

Uma das respostas da pesquisa agropecuária a essas perdas está na nanotecnologia, ciência que manipula partículas em escala microscópica (até um bilhão de vezes menor do que o metro) e tem revolucionado a farmacologia mundial. O pesquisador Humberto de Mello Brandão trabalha há dez anos no desenvolvimento de nanoestruturas capazes de tornar mais eficiente a ação dos antibióticos contra a mastite.

Brandão explica que nem todos os antibióticos conseguem atuar de forma ampla para combater os agentes que provocam a mastite. Segundo o especialista "com o tratamento convencional, bactérias como o Staphylococcus aureus, grande responsável pela doença, costumam ser eliminadas fora das células fagocitárias (de defesa do organismo), mas continuam vivas no espaço intracelular. Quando a célula fagocitária morre, a bactéria fica livre e volta a se proliferar no interior do úbere da vaca, dificultando a cura dos animais tratados".

Isso explica por que essa inflamação é tão difícil de ser combatida. Segundo Nunes, a possibilidade de se eliminar o Staphylococcus aureus durante o período de lactação, via tratamento intramamário, gira em torno de 30%. Com o tratamento da vaca seca (início do período entre as lactações) é possível obter êxito de até 80%. "Dificilmente a eliminação se dá totalmente", afirma o pesquisador.

Numericamente, os resultados clínicos obtidos com a nova formulação, resultaram num incremento de até 15% no combate ao Staphylococcus aureus em comparação ao medicamento convencional. Brandão ressalta que esses resultados foram obtidos com a metade da dose do antibiótico. "Em nossas pesquisas, o número de animais portadores de mastite infecciosa diminuiu", comemora o pesquisador, que completa: "o medicamento também demonstrou potencial para prevenir novas infecções".

Como atua a nanoestrutura

A diferença entre o tratamento convencional e a utilização de nanoestruturas está basicamente em como o medicamento é carreado no organismo. Em tese, nada muda em relação ao princípio ativo em si (o antibiótico), mas no seu transporte até às células. O antibiótico é encapsulado em uma nanopartícula menor do que a célula. Essa nanoestrutura possibilita que o medicamento chegue a compartimentos biológicos que formulações farmacêuticas convencionais não têm acesso como, por exemplo, o interior das células de defesa da glândula mamária.

A partir daí, é feita uma liberação controlada e direcionada do antibiótico diretamente no local onde o agente causador da doença fica protegido das formulações convencionais. Por ser mais eficiente e utilizar de forma mais racional os antibióticos, a nanoestrutura dificulta a seleção de bactérias resistentes, aumentando a vida útil do fármaco.

O projeto de pesquisa que deu origem ao produto, que será submetido às indústrias farmacêuticas por meio de edital público, teve início em 2007. As pesquisas contaram com o financiamento da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais) e foram desenvolvidas nos laboratórios da Embrapa e da Faculdade de Farmácia da UFOP. Nesse período, foram realizados diversos ensaios para garantir a segurança do medicamento.

Um problema para a pecuária de leite

A inflamação da glândula mamaria das vacas tem como consequência a redução da produção, a perda da qualidade do leite, o descarte prematuro ou até a morte do animal. O controle da doença se dá por meio de práticas de manejo corretas, entre elas, a desinfecção das tetas antes e após a ordenha. A prevenção e o tratamento são realizados em todo o rebanho no período de secagem das vacas, quando é administrado um antibiótico preventivo em todos os quartos mamários do animal. Esse é um dos momentos em que o antibiótico nanoestruturado alcança sua maior eficiência. 

Entenda o caso: 

Medicamento com nanotecnologia é aposta da pesquisa para tratar mastite bovina

As informações são da Embrapa. 

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