O cruzamento das raças simental com gir leiteiro, feito alcançado por Attie, na Fazenda Vertente Grande, em Uberlândia (MG), integra o Projeto Simgir e dá origem a animais com dupla aptidão para corte e leite, que sejam rústicos e férteis. Conforme noticiado em março, o projeto, denominado simgir, visa criar um rebanho que produza até 25% a mais de leite por dia. Sobre a nova raça, Attie informou que do sangue taurino do Simental SVA vem habilidade materna, precocidade, fertilidade, rusticidade e dupla aptidão, carne e leite. Enquanto que da genética zebuína do Gir são agregados no cruzamento mais leite com menor exigência alimentar, além de bom temperamento leiteiro, seja para ordenha manual, seja para ordenha mecanizada. “A seleção desta raça vem aprimorando características de úbere com ligamentos, profundidade, tamanho e diâmetro dos tetos e outras mais por meio de provas zootécnicas”, disse.
Novidade no Brasil, o simgir já é muito utilizado em outros países da América do Sul e Central com clima tropical. “Nasceram muito uniformes, todas vermelhas com mancha branca na cara”, afirmou Attie ao comentar a caracterização racial da sua progênie. Ainda segundo ele, até outubro, são mais 25 nascimentos previstos, incluindo cruzamento com novos touros e genética de parceiros do SVA.
O projeto de produção de bezerras simgir já conta com importantes parceiros. “Quanto maior for a diferença genética entre as raças puras, maior será a exploração da heterose. Por isso, a importância de escolher um taurino e um zebuíno, ambos de comprovada qualidade genética”, disse Attie. Ainda segundo ele, esse é o tipo de gado que o mercado demanda, cada vez mais bem adaptado às condições brasileiras. “Clima, pasto, manejo, mineralização precisam ser adequados a nossa realidade, inclusive e, principalmente econômica. Temos um rebanho criado exclusivamente a pasto, produzindo carne e muito leite”.
Ao fazer o cruzamento, o SVA pretende obter ainda mais qualidade genética, agregando nobreza, beleza racial, rusticidade, longevidade produtiva e reprodutiva, docilidade, baixo custo de mantença, facilidade de parto, produção de leite a pasto (excelente conversão alimentar) e versatilidade nos cruzamentos. “O gir leiteiro reduz os custos nos aspectos de alimentação, medicamentos, assistência veterinária e mão de obra exigida para condução e cuidados com os animais do rebanho”, afirmou Attie.
As informações são do Correio de Uberlândia.