Os futuros do leite tiveram a maior queda em 33 meses devido às preocupações de que a demanda possa cair após o medo pela contaminação na Fonterra Cooperative Group Ltd, maior exportadora mundial de lácteos.

A Fonterra disse em 3 de agosto que um tubo sujo em uma de suas plantas de processamento pode ter contaminado a proteína do soro do leite com uma bactéria que causa o botulismo, uma doença paralítica, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doença dos Estados Unidos. Essa notícia impulsionou recolhimento de produtos em China, Vietnã, Sri Lanka, Tailândia e Nova Zelândia. A Fonterra, com sede em Auckland, é responsável por cerca de um terço do comércio global de produtos lácteos.

O presidente do Hackett Financial Advisors Inc. em Boynton Beach, Florida, Shawn Hackett, disse que o medo do botulismo afetou os mercados de lácteos. “Quando você tem um grande fornecedor de qualidade que está agora sendo questionado, as pessoas se perguntam em quem podem confiar. A reação inicial é vender e se você é um comprador, você sai fora do mercado até ter clareza sobre o quão grande é o problema e quanto tempo durará”.

Os futuros do leite para entrega em setembro caíram em 3,8%, para quase US$ 17,69 por 100 libras (US$ 39/100 quilos) no Chicago Mercantile Exchange (CME), a maior queda para um contrato de maior liquidez desde 5 de novembro de 2010.

A China, maior parceira comercial da Nova Zelândia, impôs uma barreira sobre as importações de soro de leite em pó e outros ingredientes lácteos, ameaçando as exportações. A Fonterra disse que nenhum produto oferecido no leilão GlobalDairyTrade de produtos lácteos foi sujeito a sanções comerciais. Os preços do leite em pó integral caíram em 1,6% no último leilão, o primeiro declínio em dois meses.

Os futuros do leite “caíram ainda mais” após os resultados do leilão terem sido divulgados, disse Mary Ecklund, analista de mercado da FCStone, em Chicago.

A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint