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Dominância do mercado mundial de lácteos pela Nova Zelândia se torna calcanhar de Aquiles

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 15/08/2013

5 MIN DE LEITURA

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A Nova Zelândia está descobrindo que sua maior força é também seu calcanhar de Aquiles. O medo de contaminação da produtora de leite Fonterra Cooperative Group Ltd. está comprometendo os laços de exportação com a China, que nesse ano, ultrapassou a Austrália como seu maior parceiro comercial. Os lácteos são os principais produtos exportados, representando 28% das vendas externas totais em uma economia onde as exportações representam cerca de um terço da produção.

“Os eventos nos últimos dias são um forte lembrete da crescente vulnerabilidade da Nova Zelândia a um único produto e a um único destino de exportação”, disse o economista do Bank of New Zealand Ltd. em Wellington, Doug Steel. “Qualquer preocupação importante prolongada sobre a qualidade da produção de alimentos da Nova Zelândia poderia ter implicações econômicas de longo alcance”.

A moeda do país caiu para o menor valor do mês após a Fonterra, maior exportadora mundial de lácteos, em 3 de agosto ter dito que um cano sujo em uma planta processadora possa ter contaminado proteínas do soro do leite usadas em fórmulas para bebês com a bactéria causadora de botulismo. A China barrou as importações de alguns produtos da Fonterra e a agência oficial de notícias, Xinhua, escreveu em um editorial que o novo slogan de turismo da Nova Zelândia, de “100% Puro”, está se tornando uma “ferida purulenta”, dizendo que os compradores de bens neozelandeses estão perdendo a fé nessa imagem de limpo e verde.

O dólar neozelandês caiu em mais de 1 centavo de dólar quando os mercados abriram em 5 de agosto e os comerciantes reduziram as apostas em maiores taxas de juros nesse ano, por causa da preocupação de que o incidente possa enfraquecer a economia de US$ 156 bilhões.

A notícia levou ao recolhimento de produtos na China, Vietnã, Tailândia, Sri Lanka e Nova Zelândia. A Rússia baniu a importação e a distribuição de produtos da Fonterra e sua agência veterinária escreveu à Autoridade de Segurança Alimentar da Nova Zelândia pedindo que suspendesse a certificação da companhia.

A proteína do soro do leite é usada em bens que vão de fórmulas infantis a bebidas esportivas. O diretor executivo da Fonterra, Theo Spierings, pediu desculpas em Pequim em 5 de agosto e expressou otimismo sobre a remoção das restrições às importações em breve.

Em 2008, a sócia chinesa da Fonterra, Sanlu Group, entrou em colapso após leite em pó contaminado com melamina e produzido localmente ter matado e hospitalizado bebês, causando um escândalo na indústria. Em janeiro desse ano, a Fonterra garantiu à China que traços de um composto químico encontrado em alguns leites não tinha riscos à saúde.

“Tem sido uma continuação de falhas da garantia de qualidade”, disse o diretor executivo da Peak New Zealand, cuja fórmula para bebê é vendida na China e não contém o ingrediente contaminado, Stephen Julian. “Isso prejudicará a integridade da Nova Zelândia por um longo tempo a menos que o governo tome uma atitude e se envolva”.

O primeiro ministro neozelandês, John Key, prometeu uma investigação sobre o incidente em meio a questões sobre a demora da Fonterra em divulgar o ingrediente potencialmente contaminado, que foi identificado inicialmente em março.

Questionado sobre um possível impacto econômico, Key disse que dependerá de quanto tempo demorará para se obter detalhes e se vai surgir algum problema de saúde. “Em médio e longo prazo, estou confiante de que a Nova Zelândia possa se recuperar disso”, disse Key em uma conferência de imprensa em Wellington em 5 de agosto. “Porém, em médio prazo, não há dúvidas de que isso prejudicará a Nova Zelândia”.

A China comprou NZ$ 7,7 bilhões (US$ 6,14 bilhões) de produtos da Nova Zelândia no ano até junho, dentre os quais NZ$ 3 bilhões (US$ 2,40 bilhões) foram de lácteos.

“Isso prejudica nossa reputação como um fornecedor limpo, verde, 100% puro”, disse o líder do principal partido de oposição, o Partido Trabalhista, David Shearer. Embora o “ouro branco” tenha feito “muita coisa para nossa economia”, a Nova Zelândia precisa diversificar, disse ele.

A indústria de lácteos da Nova Zelândia emprega cerca de 45.000 pessoas, com cerca de 6,4 milhões de vacas. As exportações começaram em 1846, apenas seis anos após o Tratado de Waitangi entre os indígenas Maori e a Coroa Britânica ter sido assinado. Os envios de produtos refrigerados em 1882 abriu novos mercados e preparou as bases para a dominância da Nova Zelândia como um exportador de lácteos. A Fonterra, maior companhia da Nova Zelândia, é responsável por cerca de um terço do comércio mundial de produtos lácteos e teve receitas de NZ$ 19,8 bilhões (US$ 15,80 bilhões) no ano até julho de 2012.

A Fonterra foi formada em 2001 a partir da fusão das duas maiores companhias de lácteos do país. A legislação do governo protegeu seu monopólio virtual após a Fonterra argumentar que precisava de escala para competir com rivais como Nestlé SA em mercados em crescimento como a China. A companhia é agora a maior processadora de leite do mundo, processando 22 bilhões de litros por ano. A Fonterra vendeu 3,9 milhões de toneladas de produtos em 2011-12. Cerca de 38 toneladas foram afetadas pela possível contaminação, disse a Fonterra.

Existem sinais de que a Nova Zelândia está se recuperando do susto e que os danos serão limitados. Spierings disse em uma conferência de imprensa em Auckland que todos os produtos afetados foram localizados e contidos.

O ministro das Finanças, Bill English, disse no Parlamento na semana passada que os produtos à vendas na China têm um valor de NZ$ 125 milhões (US$ 99,74 milhões) por ano e somente uma fração disso está sujeita a restrições. “Não há indicações de que o problema aumentou a um ponto onde possa ter um impacto significante” no crescimento econômico, disse English.

As preocupações sobre a capacidade da Nova Zelândia de processar seus produtos lácteos de forma segura persistirão, disse Julian do Peak New Zealand, que vê a Holanda e Alemanha bem posicionadas para tirar vantagem desta situação. “O que estamos vendo é uma série de cadeias que compram produtos da Nova Zelândia olhando para esses mercados, vendo-os como muito mais seguros. A Nova Zelândia como um ingrediente é fantástico, é o que fazemos com o ingrediente que preocupa”.

A reportagem é do Bloomberg, traduzida e adaptada pela Equipe MilkPoint.
 

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