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Crescem as vendas de leite longa vida e produção poderá ultrapassar 6 bilhões de litros em 2012 |
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GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 19/06/2012
Prezado Laércio Barbosa: Não é o que as ações recentes da Polícia Federal constataram com a adulteração de leite longa vida em diversas unidades industriais. Em diversa esteira de pensamento, a utilização de práticas como a reconstituição de leite em pó, ainda que em sistemas de produção diferentes, não exime a indústria laticinista de sua culpa, de sorte que, via de regra, os que atuam no leite longa vida também o fazem em outros artefatos lácteos (queijos, iogurtes, sorvetes...).
Por lado outro, longe de ser vítima, a indústria do longa vida é, tal como as demais, vitimadora, porque, aproveitando-se do excesso de leite em pó despejado no mercado, explora a produção nacional (que passa a ser excedente) pagando por ela preço vil, mesmo na entressafra, em detrimento dos produtores pátrios. Quanto à união entre produtores e indústrias somente virá quando o produtor deixar de ser tratado como explorado (tal como descrito acima) e passar a ser admitido como parceiro, o que, no meu entendimento, em uma sociedade capitalista como a nossa, jamais acontecerá. Um abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG =HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE= |
LAÉRCIO BARBOSAPATROCÍNIO PAULISTA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 18/06/2012
Prezado Guilherme,
Realmente o momento é de dificuldade para o setor lácteo brasileiro, especialmente no que tange aos preços ao produtor, com queda em plena entressafra. Parece que há uma concordância entre o setor que grande parte dessa dificuldade é causada pela entrada excessiva de lácteos importados, principalmente queijos e leite em pó, a preços bem abaixo dos custos de produção dos similares nacionais. No entanto, não acho correto acusar sem fundamento um setor, no caso o de leite longa vida, de estar realizando a reconstituição de leite em pó, prática que, além de ilegal, é completamente desnecessária. A industria de leite longa vida é de longe um dos segmentos lácteos mais formalizados do país, possuindo 100 % de sua produção fiscalizada pelo SIF, com severa vigilancia de toda a sociedade após a grande crise do leite de 2007. Além disso, o setor mantém um programa de auto monitoramento, com coleta e análise periódica de todas as marcas consumidas no país. O que se tem constatado é que o leite longa vida brasileiro é hoje um produto de alta qualidade, que por sua vez é reconhecida pelo consumidor, permitindo um expressivo e contínuo crescimento de sua produção e consumo. Se existe um segmento industrial que compra 100% de sua matéria prima de produção nacional, esse é a indústria de leite longa vida. Para quase todos os outros produtos lácteos do mercado é permitido por lei o uso de leite reconstituído em sua produção, caso dos queijos, iogurte, sorvetes e até mesmo leite condensado. Isso sem falar do simples fracionamento do produto para venda em sachets direto para o consumo. Por outro lado, o leite em pó também é um importante ingrediente para a indústria de confeitaria, panificação, doces e chocolates. Ao invés de vilã, a indústria de leite longa vida é vítima desse processo, pois, na prática, o que acontece é que essa grande quantidade de leite em pó importado a baixo custo acaba por substituir o leite nacional em todas as situações acima, e isso acarreta uma sobra de produto in-natura no mercado, que geralmente é absorvido pela indústria de leite longa vida, por ser um dos produtos com maior giro e liquidez no mercado lácteo. Isso deprime os preços e compromete a rentabilidade de todo o segmento. Acho que o momento é de união entre a indústria e o produtor de leite para juntos defenderem o mercado e a produção de leite nacional. Para isso, penso que acusações de parte a parte somente provocam desgaste e desconfiança entre os envolvidos, beneficiando os outros elos da cadeia, que comprovadamente (e recentemente mostrado em estudo aqui no Milkpoint), estão lucrando com a nossa desunião. Um forte abraço, Laércio Barbosa Presidente da ABLV - Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida |
SAVIOBARBACENA - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 15/06/2012
Roberto, bom dia!
Realmente o LV carece de ações mais ousadas na busca por oferecer um produto com diferenciais, o que melhoraria as médias de preço na sua venda total. O que vemos hoje são algumas marcas escoradas em nome (Ninho e Parmalat) e outras oferecendo aditivos com vitaminas ou redução na lactose. Porém é um trabalho muito tímido ainda e sem maior ação de marketing visando atingir nichos de mercado mais específicos. O uso do Citrato de Sódio como estabilizante é a prova maior da grande desuniformidade de padrões de qualidade do leite produzido no Brasil. Um caminhão de leite de 10.000 litros que adentra uma indústria com o leite de 20 produtores, com média em 9000 litros de 50 de CBT, se tiver 1.000 litros com 1.000.000 de CBT vai entrar na plataforma de produção com 160.000 de CBT mais a perda de transporte, carga e descarga vai para 250.000 em média. Esse produto se não for estabilizado, não resiste à temperatura do UHT. Realmente uma seleção na coleta resolveria a questão no momento, mas em um futuro onde os resultados comerciais demandassem por mais LV diferenciado, esbarraríamos mais uma vez na desuniformidade. Um abraço, |
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 15/06/2012
Prezado amigo Roberto: O problema, ainda maior, é que, para atender a este aumento de consumo, ao invés de aumentar a compra da produção interna e incentivar sua implementação, o que se está fazendo é uma recomposição de leite em pó importado (muito mais barato). Com isso, os preços ao produtor continuam caindo e a produção está em viagem idêntica, ante a evidente falta de incentivo, o que, por conta da explosão de consumo anunciada, não seria necessário. Coisas de Brasil.
Um abraço, GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG =HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE= |
ROBERTO JANK JR.DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 13/06/2012
O longa vida tem uma história de sucesso no Brasil. Tem ainda um share do mercado de leite em pó para conquistar, principalmente no NE, já que o atual crescimento da renda permite a substituição do leite em pó (para jovens e adultos) por leite fluido.
Mas ainda falta uma ousadia para os agentes do LV, que é separar leite de melhor qualidade para fabricar um produto sem citrato, permitindo ao consumidor optar por esse diferencial. Isso daria enorme impulso na direção da IN62. |
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