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A gestão hídrica na agricultura em tempos de seca

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 04/11/2014

2 MIN DE LEITURA

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Em tempos de seca e racionamento, questões ligadas à gestão dos recursos hídricos conquistam a atenção da sociedade. Assuntos como agricultura irrigada levantam polêmicas e dividem opiniões, mais pela desinformação do que por seus reais reflexos e impactos sobre o consumo da água, novo ouro do milênio.

Entre os grandes equívocos amplamente disseminados, está o mito de que a agricultura é responsável por 70% do consumo consultivo de água, em que não há retorno. Esta ideia ignora os sistemas naturais de ciclo hidrológico e de mobilidade da água no solo. A água utilizada na irrigação não se perde. Parte volta aos lençóis freáticos, parte é evaporada ou transpirada pelas plantas e animais. Assim, o consumo real é apenas o que fica retido no corpo da planta ou do animal, percentual bastante menos expressivo. Além disso, dispomos hoje de técnicas e tecnologias que proporcionaram um salto de eficiência no uso da água pela agricultura, com automação e sistemas muito mais elaborados e desperdício praticamente zerado.

Falta informação também aos produtores rurais. Há grande desconhecimento quanto aos custos de implantação e manutenção dos sistemas, e das possibilidades de retorno em curto, médio e longo prazo. Obviamente, eles não serão a alternativa mais indicada em toda situação e, como qualquer investimento, é preciso planejamento e análise de custos e benefícios. É imprescindível adotar o processo mais indicado para cada cultura, tipo de solo e porte de propriedade rural. Além disso, uma vez implantada, a agricultura irrigada demanda planejamento e gestão, com mudança de postura e de consciência do próprio produtor.

Em momentos de carência hídrica mais severa, em que mesmo as culturas perenes ou menos sensíveis sofrem severo impacto de produção, muitos são os produtores que vislumbram como poderiam ter o problema amenizado se houvessem investido na irrigação. Entretanto, é provável que este cenário de queda na produção seja exatamente o momento em que o produtor se encontrará mais descapitalizado para realizar este tipo de investimento. Ele irá postergar a decisão para quando o caixa estiver restabelecido e a produção estiver novamente em boa situação. E então, novamente, não verá a necessidade, até que nova seca o aflija.

Por último, há ainda uma questão de ordem política. Aqueles que se informaram, planejaram e decidiram investir na irrigação, encontram dificuldades diversas, desde a falta de assessoria técnica acessível até as barreiras burocráticas para licenciamentos e outorgas para a construção de pequenas represas e barragens.

A grande questão é como fazer com que a água permaneça na propriedade rural, seja por reservação ou por práticas de conservação do solo e da água. De acordo com dados do Ministério da Integração Nacional, o país possui hoje cerca de 5,5 milhões de hectares da área agrícola nacional irrigada (12%) e potencial para atingir 29,6 milhões de hectares.

Minas Gerais conta com cerca de 550 mil hectares irrigado e potencial de 2,3 milhões de hectares. O potencial não se efetiva, assim, por causa de um cenário complexo de barreiras, calcado principalmente na necessidade de uma política, de gestão eficiente e bem mais desburocratizada, capaz de dissolver um jogo de forças desiguais, que pauta a disputa da água em nosso país.

Faltam, portanto, políticas mais globais, que compreendam o papel fundamental da água na produção de alimentos, com planejamento e gestão contínuos para que sua importância não seja lembrada somente em manchetes nos jornais sobre sua escassez e a disparada dos preços do sacolão.

O texto é de Roberto Simões, presidente do SISTEMA FAEMG, publicado na Edição do Brasil.
 

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CASSIO DE OLIVEIRA LEME

PARANAPANEMA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/11/2014

Segundo a legislação, as prioridades do uso da água seriam para a população e dessedentação de animais (nada mais justo). Em segundo lugar a geração de energia. Por terceiro, atender às indústrias e por último a irrigação. No entanto se tivermos uma grande quebra de produção pela seca, teremos uma expressiva redução de alimentos. Isto geraria aumento da inflação pelo desbalanco demanda-oferta, que geraria queda no poder aquisitivo de os salários etc. A irrigação é a garantia da produção de alimentos, o que reforça a segurança alimentar do pais e a produção de energia (etanol, óleos, biomassa).

Concluindo... temos que mudar a irrigação como a segunda prioridade do uso da água. Pois,  sem os produtos da agropecuária, muito se interfere na oferta de energia e o custo de muitas matérias primas para a industria.
ADRIANA VIANA XIMENES

EM 05/11/2014

valeu!
FABRICIO SILVA NEIVA

UNAÍ - MINAS GERAIS - ZOOTECNISTA

EM 05/11/2014

Excelente texto com uma abordagem bem ampla do que realmente acontece!

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