ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Um modelo inovador de produção de leite e gestão no interior do Ceará

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 07/08/2012

7 MIN DE LEITURA

29
0
Como produzir cerca de 17.000 litros diários, sem nenhum trator e com quatro funcionários diretos?

Quem dá a receita é o produtor Luiz Prata Girão, de Limoeiro do Norte, no Ceará, cuja propriedade fica na Chapada do Apodi, uma formação montanhosa entre o Ceará e o Rio Grande do Norte, de 150 metros de altitude, praticamente plana (declividade média de menos de 2%), com solos de alta fertilidade, clima semi-árido tropical, com precipitação média de 772 mm anuais, alta insolação e temperatura média de 28,5 °C - clima ideal para o crescimento de forrageiras tropicais. Na Chapada (fotos abaixo), os pivôs de pasto disputam espaço com pivôs utilizados em fruticultura intensiva, como banana e mamão para exportação.





Utilizando um modelo contratual semelhante ao sharemilker neozelandês (com parceiros que trabalham na propriedade e recebem uma porcentagem do lucro em troca do trabalho) e um sistema de produção basicamente utilizando pasto irrigado e rebanho mestiço, Girão, cuja família possui a Betânia, principal laticínio do Ceará, consegue produzir leite com custo operacional de R$ 0,53/litro (dados de janeiro), algo inimaginável para quem precisa suplementar com grandes quantidades de ração concentrada, em tempos de milho e soja nas alturas.

O MilkPoint esteve visitando a propriedade que será um dos cases de sucesso apresentados na décima segunda edição do Interleite Brasil, a ser realizada em Uberlândia entre 11 e 13 de setembro próximos (em tempo: garanta sua inscrição com desconto clicando aqui!).

Como a Fazenda Flor da Serra obtem esse resultado expressivo?

Sistema de produção

O segredo começa no sistema de produção, em que as vacas pastejam os capins tifton (principalmente), tanzânia e crioulo, recebendo como complemento 1 kg de ração para 3,0 kg de leite, chegando a 4 kg em alguns momentos. O objetivo é reduzir ao máximo a suplementação e o custo dela - com a melhoria do manejo de pastagens. O teor de proteína bruta da ração foi reduzido de 22% para 17%, resultando em economia de custos.

A fazenda conta com 4 pivôs de 50 hectares cada, além de 1 pivô com a recria e mais 3 pivôs que atualmente estão arrendados para a produção de grãos, que eventualmente podem ser transformados em pasto. O ciclo médio da pastagem é de 20 dias, com adubação de 500 kg de nitrogênio por hectare/ano, divididos e distribuídos via pivô (MAP e Sulfato de amônio também são utilizados - a adubação potássica não tem sido necessária).


Pivô

A suplementação com silagem de milho é feita no inverno (comprada de terceiros) - de março a maio em anos normais, quando as chuvas tornam o pastejo muito complicado no tipo de solo argiloso da propriedade. Nesse período, o capim pode ser roçado. A meta do sistema é operar com 8.500 kg de leite/dia em 50 hectares, o que daria 170 kg de leite/ha/dia ou 62.050 kg/ano, sem contar a área de criação de novilhas e da silagem terceirizada. Hoje, o valor é a metade deste, o que já significa uma produtividade muitas vezes superior à média nacional e superior ao que conseguem os melhores produtores em clima temperado.

O rebanho é prioritariamente Girolando ¾, com cruzamentos com Holandês frisio e Jersey, apesar do porte pequeno deste cruzamento não ser tão valorizado na região. As vacas produzem em média 14 a 15 kg/dia, com um dos pivôs atingindo 17-18 kg. A fazenda possui intervalo entre partos de 13,2 meses.


Rebanho

O controle de custos e índices zootécnicos é intenso, afinal toda a lógica econômica da parceria depende da exatidão dos números.

Parceria

Girão teve contato com o sistema neozelandês, em que um funcionário promissor e com interesse em ter seu próprio negócio em produção de leite trabalha na propriedade e recebe parte dos lucros, eventualmente podendo comprar animais e ter seu próprio rebanho.


Equipe técnica da fazenda

Analisando a viabilidade de ter algo parecido, ele criou um modelo adaptado: cada pivô é gerenciado por um técnico, que possui uma empresa que contrata os funcionários que atuarão no manejo (a meta é trabalhar com 1.000 litros/homem/dia). Assim, o proprietário da fazenda tem na realidade 4 sócios na atividade, que serão os responsáveis pela administração e por todas as atividades do rebanho, exceto criação de bezerras - Girão procura ainda um modelo para que um parceiro possa também se incumbir dessa atividade.

Todo o investimento em custos fixos é feito por Girão, como instalações. O parceiro recebe 20% do lucro operacional da atividade, isto é, da receita menos os custos operacionais - pagos pelo parceiro, mas contabilizados no cálculo do lucro operacional. O restante fica com o capitalista - o proprietário da fazenda Flor da Serra.

Para a reposição do rebanho para os parceiros, à medida que vacas são secas ou descartadas, Girão criou um engenhoso mecanismo: um fundo de reposição para cada rebanho, que é capitalizado com a retenção de 10% do saldo líquido mensal, até que chegue a R$ 100 mil, e que permite que a qualquer momento os parceiros possam ter acesso aos animais do banco de genética da fazenda. Cada bezerra nascida é creditada a R$ 300 (os machos valem R$ 40); vacas mortas são contabilizadas valendo R$ 2.500; vacas vendidas por exemplo a R$ 2000 entram como débito de R$ 500 no fundo; sêmen e nitrogênio entram também como débito do parceiro.

Uma vantagem do sistema é o fato de ter 4 fazendas dentro de uma só. Assim, uma nova tecnologia é inicialmente testada em um pivô antes de ser incorporada pelos outros - normalmente no pivô do zootecnista Alexssandro Borba Guerreiro, o Alex, que por ser mais experiente acaba exercendo certa liderança no processo. É assim, por exemplo, com o bST, que foi introduzido recentemente no rebanho. Também, com 4 fazendas dentro da mesma fazenda, é possível comparar os resultados, estimulando a competição e, com isso, a evolução por parte de quem está atrás.

Aliás, o sistema meritrocrático é uma característica muito bem explorada pelo proprietário. Ganha mais quem tiver melhores resultados. O parceiro tem autonomia operacional e é diretamente responsável por aquilo que entrega, ganhando por isso. Girão vê inclusive com bons olhos se, em dado momento, seus parceiros conseguirem investir em sua própria produção. É uma fábrica de empreendedores do leite, de certa forma.

Outra característica é a busca por informação. Girão tem participado de eventos e viagens em busca de soluções interessantes, muitas vezes com a participação de seus parceiros. O sistema de criação de bezerras, por exemplo, foi feito a partir de um modelo visto na Argentina, sem contar o próprio sistema de parceria, aprendido em uma palestra de um produtor neozelandês, em um dos Interleites.

Potencial de melhoria

É inegável o sucesso do modelo, mas os próprios parceiros reconhecem que o sistema está longe ainda do seu ótimo técnico e econômico. Se considerarmos que a remuneração do gerente não está colocada nos custos operacionais e que o capital fixo também não está, é possível que o custo real seja de cerca de R$ 0,60-R$ 0,65/litro, um valor mais alto mas ainda assim bastante atrativo.

A redução desse valor poderia vir de um melhor manejo de pastagens, da apuração genética, da redução da idade ao primeiro parto (hoje, são 1008 vacas em lactação e 3.500 animais no total) e também, eventualmente, do melhor conforto para bezerras, novilhas e vacas em lactação. O descarte ainda é elevado: 25-30% ao ano, fruto da necessidade de melhoria da genética, sendo esse atualmente um dos custos que estão acima do que se poderia obter em uma situação de estabilidade. O objetivo é que a produção média anual em toda a propriedade seja de 18 kg/dia, um aumento de 10-15% sobre o valor atual.

No quesito conforto, a fazenda lida com um dilema: animais que não toleram as condições naturais da região e o manejo adotado não servem para o rebanho. Porém, fica a dúvida: será que com essa seleção rígida não são perdidos animais de melhor qualidade que, com um pouco mais de conforto, seriam altamente rentáveis para a atividade? É uma questão interessante, típica de quem está na fronteira do pioneirismo, em uma região sem tradição na atividade. Certamente irão descobrir.

Aumentando a produção por área e por vaca, a fazenda acredita ser possível atingir R$ 0,43/litro de custo operacional, o que daria um resultado operacional de R$ 50.000 a cada 16 dias em cada pivô. Números que permitem alta remuneração do capital investido e atração de bons profissionais para a atividade.

Saiba mais sobre a Fazenda Flor da Serra participando do Interleite Brasil 2012. Sua palestra será no dia 13 de setembro, as 14 horas. Em um momento de preços patinando e custos em elevação, conhecer novas possibilidades de produção e de concepção do negócio podem representar um divisor de águas. Além disso, é sempre bom ver um exemplo de inovação e empreendedorismo no setor!

Equipe MilkPoint.

29

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ABADIO JORGE SIMÕES

CENTRALINA - MINAS GERAIS

EM 05/04/2014

Parabéns!Proprietário, seus Sócios e parceiros que trabalhão,  por esta bosca de Inovação no Sistema Leiteiro. Na Fazenda Flor da Serra. Eu Brasileiro Conto com Vocês.





  Att:Abadio Jorge Simões

        Diretor Sócio
DANIEL CONDÉ

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 22/02/2013

Parabéns Sr. Luiz Girão, Dr. Kolowiskys e amigos da Faz. Flor da Serra!

O trabalho de vocês é exemplo!



Os índices da fazenda são muito bons, todo mundo ganha dinheiro, o que é mais importante! A atividade tem que ser sustentável como mesmo disse o Sr. Luiz Girão, não adianta ter produtividade alta por vaca se esta genética não suporta o calor e não terá vida útil longa. Não adianta falarmos, em se tratando de produção de leite à pasto, em produtividade por VL. Acredito em produtividade por hectare nesses sistemas.



Um abraço.

Daniel Condé.
GUILHERME ANICETO VERAS

GARANHUNS - PERNAMBUCO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/12/2012

Gostei muito da Matéria,
e gostaria de parabenizar a todos que fazem a Fazenda Flor da Serra pelo pioneirismo, mostrando que a Região Nordeste tem tudo para se destacar na produção de leite no cenário nacional.
Abraços,


Guilherme Veras.
DANIEL DIAS SOLAREVISKY

OUTRO - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/11/2012

Sistema de Irrigação - Ceará
DELIO

GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/09/2012

Muitos pequenos produtores ao lerem essa matéria devem ficar pensando que esse sistema de irrigação de pastagens ate que poderia ser uma boa ideia se nao fosse tao caro e fora das possibilidades da maioria. Por outro lado também nao possuem capital suficiente para implantar um confinamento total com construção de galpao e compra de trator e implementos para fazer e ofertar silagens aos animais. Entao esses pequenos produtores ficam num beco sem saida e nada pode mudar na realidade desses na qual me incluo.
CESAR AUGUSTO

ORIZONA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/09/2012

Gostaria de Parabenizar o senhor Luiz pela ousadia de optar pelo sistema a pasto com a parceria de contratantes sharemilker.

Senhor Luiz te desejo toda sorte e acredito que em muito breve todo o Brasil  vera o resultado da sua ousadia, acredito que o sistema a pasto sem duvidas e o mais lucrativo pois o proprio animal e que colhe seu alimento diminuindo o gasto drasticamente, e o mais usado a Nova Zelandia onde moro e trabalho com gado de leite a 4 anos e tenho visto resultados impressionantes que a cada dia tem melhorado mais e mais.

Nao sei muito bem como funciona o sistema de colecta e medida usada no Brasil acima vi que se fala em litros de leite acredito que esse e o sistema tomado pelas empresas do Brasil ainda, e nao o sistema por kg de sólidos do leite como proteína e gordura o que dificulta um pouco o meu entender na parte de custo de produção.

Mas gostaria de saber um pouco mais sobre o tipo de forragem usada e a rotatibilidade da pastagem, e se ja foi feito algum teste de quantidade por Kg de matéria seca da foragem oferecida diariamente?



Mais uma vez meu Parabens muito sucesso.



Se poder ajudar de alguma forma com informações do sistema que usamos na Nova Zelândia estarei a disposição.



Abraco.



Cesar

LEANDRO PAGLIARINI

IOMERÊ - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2012

Parabéns pela fazenda gostei muito das explanação dos seus levantamentos, feito neste artigo, creio que na região norte tem muito ainda para crescer neste sistema, PARABÉNS.
KOLOWYSKYS SILVA DE ALENCAR DANTAS

QUIXERAMOBIM - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/09/2012

É muito importante a heterogeneidade de participações, pois nos deparamos com todos os tipos de comentário.


Primeiro, parabenizo o colega Alexandre Pires, pelo senso racional dos seus comentários.


Ao sr. Sidnei, gostaria de comunicar que só é aplicado o referido hormônio, nas vacas que "podem" tomar o mesmo. Pergunte ao seu veterinário ao que me refiro, diferentemente do que aconteceu historicamente em nosso país e no mundo, em que BST atrapalharia a reprodução.....Realmente pode atrapalhar, a depender de uma série de fatores, como peri-parto, nutrição, manejo reprodutivo, dentre outros. E, a propósito, não É FÁCIL produzir leite nestas condições, mas estamos aprendendo juntos. Contribuiçoes como a sua, nos incentiva cada vez mais!!! Abraço.
JANE PEREIRA

MACEIO - ALAGOAS - ESTUDANTE

EM 31/08/2012

Olá Ronaldo gostarai muito de converssar com vc e saber mais sobre a produção do leite

aguardo sua resposta
ALEXANDRE DE CARVALHO PIRES

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/08/2012

Boa tarde amigos,


acho muito válida a discussão e certamente com essa diversidade de biomas e microclimas que existem neste país de dimensões continentais que é o Brasil, é impossível criar um só modelo para produção de leite. Tenho vários clientes que vão desde confinamento total a produção de leite baseado em pastagens e o bom senso me faz concluir que o sucesso depende, na grande maioria das vezes, de como o negócio é administrado. Talvez a grande vantagem da Fazenda Flor da Serra, é ter flexibilidade, menos capital investido em instalações e possibilidade de mudar, caso seja vislumbrado uma oportunidade melhor dentro do agronegócio.


Realmente, pelo capital investido, há muito que melhorar e não duvido que em breve resultados muito bons serão alcançados.


Alexanre de Carvalho Pires
Médico Veterinário - consultoria em rebanhos leiteiros
Oliveira - MG
SIDNEI

FRANCISCO BELTRÃO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/08/2012

USO DE BST? COITADAS DAS VACAS ,VACA TEM Q DAR LEITE COM COMIDA E NÃO COM HORMÔNIO , ASSIM É FACIL DIZER Q PRODUZ 18KG A PASTO NESSE CALOR .
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 20/08/2012

Prezado Kolowyskys Silva de Alencar Dantas: O debate é o mais importante meio de difusão de ideias e, consequentemente, de evolução da pecuária leiteira brasileira. Todos os dados zootécnicos a respeito de minha propriedade, você pode, facilmente, encontrar através do grandioso estudo que se formou em torno de meu artigo, publicado aqui no Milk Point, "Leite a pasto e confinamento de gado leiteiro: o que os técnicos nunca dizem", que já está alcançando três anos de atividade ininterrupta. Todavia, não somos "exemplo de excelência", mas, apenas e tão somente, de profissionalismo. Ainda há muito que evoluir e, acredito que, a excelência, em termos de criação de gado de leite, nunca poderá atingida.


Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
KOLOWYSKYS SILVA DE ALENCAR DANTAS

QUIXERAMOBIM - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/08/2012

Caro Guilherme. É bastante salutar este tipo de debate, pois ao final do mesmo todos crescemos. Gostaria que enviasse mais informações e questionamentos, também de sua propriedade, que acredito seja exemplo de excelência!!!!
KOLOWYSKYS SILVA DE ALENCAR DANTAS

QUIXERAMOBIM - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 19/08/2012

Meu nome é Kolowyskys Dantas, Médico Veterinário, que está prestando assistencia técnica a esta propriedade e apesar de não ter participado da matéria realizada na Fazenda Flor da Serra, pois não me encontrava na ocasião, tenho alguns esclarecimentos. Acho que não existe uma verdade absoluta e nem um sistema "engessado", por isso todos têm um pouco de razão em suas colocações. A questão histórica deve também ser levada em consideração, pois nossa região, precisamente nosso estado, apesar de ter um pouco de tradição em pecuária, não é a moderna pecuária que conhecemos. Nós técnicos que atuamos no setor, já despertamos para isto, e temos buscado incessantemente atualização e repasse de tecnologia aos nossos clientes. Por exemplo na fazenda do sr. Luiz Girão, temos visitas mensais, que deverão tornar-se semanais, onde desenvolvemos os trabalhos na área reprodutiva (palpação pós-parto, diagnóstico precoce de gestação, hormonioterapia, IATF-quando necessário, sanidade, cirurgias, além de interferência no manejo quando necessário), pois não foi citado na matéria, que dos quatro parceiros, um é Engenheiro Agrônomo e outro Zootecnista, que acompanham mais de perto os índices zootécnicos. Longe de afirmar que nossa fazenda seja ideal, estamos em constante construção e adequações. Depois poderemos repassar com mais detalhes, mas já temos índices reprodutivos bastante satisfatórios, resumidos pela Taxa de Prenhez, mortalidade reduzida de bezerras, baixa prevalência de mastite, dentre outros, o que não quer dizer que estamos satisfeitos. Apesar do grau de sangue presente em nosso rebanho, deveremos partir em breve para um sistemas de resfriamento de matrizes, quer seja em lactação ou no pré-parto, onde acreditamos na melhoria dos índices. Nosso descarte hoje é bem aquém de quando começamos, principalmente o involuntário, e com implementação de outras medidas, caminhamos para reduzi-lo cada vez mais. Pecamos um pouco em nossa recria, mas modelos estão sendo desenvolvidos para corrigirmos tal "gargalo". Também assisto a Fazenda Itaguassu, do Sr. Junior Carneiro, no sertão central cearense, em condições edafoclimáticas bem adversas, com grau de sangue europeu bem acentuado, em regime de confinamento (Loosing House e agora Free-Stall), onde como citei anteriormente, vamos construindo "NOSSO" modelo, dia-a-dia. Muito temos que fazer, mas muito já avançamos!!! Acabei de chegar da Flórida, em visita técnica, onde pudemos visitar fazendas, com os mais diferentes sistemas de produção e Universidades. Quem produz leite naquelas condições climáticas, pode produzir em qualquer parte do mundo, e Israel é prova disso, e se Deus quiser, o Ceará será um complemento desta teoria, pois dentre outras vantagens, temos SOL o ano inteiro, o que nos falta é estabelecer uma "parceria" salutar com o mesmo. Espero poder contribuir com o que pude ver nesta viagem, com a pecuária de nosso estado, onde tenho como objetivo vê-lo como um dos melhores modelos de produção de leite do Brasil!!
FERNANDO ENRIQUE MADALENA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 17/08/2012

Parabéns  ao Sr Luiz Girão pelo expressivo projeto, que entusiasma, e ao MilkPoint por colocá-lo em evidência. A viabilidade econômica ficou demonstrada pelo custo de produção mencionado. Melhoras  com certeza virão, decorrentes da sintonia fina do sistema. Nesse sentido, chama a atenção o grau de sangue do rebanho, pois ¾  europeu parece muito para as condições  descritas, principalmente quando se mencionam problemas de conforto e alta taxa de descarte. A minha impressão é que nessa situação as F1 seriam mais lucrativas. Outro aspecto que acho extremamente válido é a utilização da genética da Nova Zelândia, inclusive o Jersey, que foi demonstrada, naquele país, ser mais lucrativa, para produção a pasto, que a do Holstein internacional. Novamente parabéns!
JOSÉ PEDRO FRANQUEIRA JUNQUEIRA

SÃO LOURENÇO - MINAS GERAIS

EM 13/08/2012

Parabens pela matéria . Toda nova idéia deve ser sempre discutida , divulgada , e seus resultados interpretados. O inportante não é o sistema e sim a lucratividade ,pois tirar leite de vacas é muito fácil (altas produções com soja e milho ? melhor vende-los), difícil é tirar LUCRO.
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2012

Prezado Francisco Arinilson Macena Maia: Não é a quantidade de animais que vai determinar a produtividade, mas a capacidade de produção individual de cada animal. Como bem acentuou o Ernesto T. Machado, mesmo com toda a capacidade do sistema, "a produtividade deixa bem a desejar". Por isso, não sei se a estabilização do rebanho vai demandar resolver a este grave problema, que não é só dele - diga-se de passagem - mas de toda a pecuária leiteira mundial.


Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2012

Prezado Álvaro Carneiro Júnior: Em primeiro lugar, não afirmei que o Sr. Luiz Girão não seja merecedor de aplauso, por toda a dedicação do mesmo pela pecuária de leite não só do Nordeste, mas de todo o Brasil. Ele é um exemplo de produtor a ser seguido, de forma indene de dúvidas. Por óbvio, será muito salutar conhecer os detalhes de seu empreendimento, na Interleite, e muito valoroso para a pecuária leiteira nacional, pois a circulação de ideias diferentes é que evolui o setor. Mas, isto não quer dizer que a sua ideia seja a mais correta, um arquétipo de sucesso e que o sistema adotado seja o modelo ideal, como quis fazer valer a reportagem.


Gostaria de poder ter disponibilidade de tempo para visitar a pecuária leiteira de seu Estado. Seria uma honra e um prazer. Quem sabe podemos agendar uma palestra, um encontro de produtores, ou algum evento que não demande muita dispensa de tempo.


Obrigado pelo sentimento.


Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2012

Prezado Marcelo: Só para complementar, note que o próprio Luiz Prata Girão, em resposta acima postada, afirma que não optou pelo confinamento "por ser mais sofisticado e por nosso abastecimento de grãos estar a mais de 1000 km de distância".


Ora, se for para implementar irrigação, por que não destiná-la às plantações de milho com o objetivo de produção alimentação mais barata para os animais, ao invés de pasto? É justamente este contrassenso que tentamos incutir no ideário pecuário do Brasil - gasta-se valores enormes para irrigação de pastagens, quando se poderia investir os mesmos percentuais financeiros na produção de silagem, em muito superior àqueles.


Este estado de coisas tem que ser mudado, se quisermos, realmente, nos tornar em uma potência na produção de leite.


Um abraço,
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2012

Prezado Marcelo : Neste patamar é que se confirmam as minhas assertivas, posto que, com a adoção do sistema de confinamento integral, ou se limitaria a um terço dos animais hoje utilizados, com ganhos reais em termos de economia com o preço dos mesmos, além da diminuição radical com a manutenção destes, ou se ampliará em muito a produção, para atingir a um custo muito semelhante. Com a ampliação maciça da produção - o que é inegável no sistema de reclusão integral de bovinos de leite - o ganho será muito maior.


Todavia, entendo seu ponto de vista, mormente quando afiança que o sistema ora adotado "está longe do ótimo tecnicamente, podendo evoluir".  Pode ser uma saída imediata, mas não de futuro. Verifique as falas do Álvaro Carneiro Júnior e do Ernesto T. Machado para aquilatar estas tendências.


Um abraço,


GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures