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Compactação do solo em áreas de capineira

POR JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/08/2001

5 MIN DE LEITURA

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João José Assumpção de Abreu Demarchi

Capineira

Para tentar solucionar ou pelo menos minimizar o problema da estacionalidade de produção das plantas forrageiras, o pecuarista pode adotar inúmeras estratégias, cada uma mais apropriada às condições do sistema de produção que estiver sendo utilizado na propriedade. A vedação de pastagens é uma técnica simples que se baseia no princípio de não deixar que os animais pastem na área de pastagens nos meses de fevereiro ou março para que haja disponibilidade de forragem durante o inverno. É também denominado de "feno em pé" quando a mesma é utilizada com pastejo direto dos animais no inverno. Se caracteriza pela maior disponibilidade de forragem no inverno, contudo será uma forragem de baixa qualidade, pois a mesma estará madura, ou seja, em estádio de maturação bastante adiantado, praticamente no final do ciclo de crescimento. Além disso corre-se o risco da ocorrência de geadas, o que acarretará a morte da planta e o início da sua deterioração. Para a pecuária de corte essa técnica deve estar associada à uma suplementação protéica (uréia, suplementos minerais proteínados, etc.) visando uma melhora da fermentação ruminal e aumento do consumo de forragem pelos animais. Na pecuária leiteira o uso dessa técnica é evidente pelo grande número de "capineiras de capim elefante" encontradas durante o período de inverno, porém, o termo capineira está associado à colheita do material forrageiro através de cortes manuais ou mecânicos e fornecimento do capim picado aos animais no cocho, e não de pastejo direto.

Compactação

As pastagens cultivadas nas regiões tropicais normalmente apresentam queda na produtividade após alguns anos de sua implantação. A redução na produção normalmente é atribuída ao manejo incorreto do solo, e normalmente é associada exclusivamente com a diminuição da fertilidade. No entanto, mesmo sob boas condições de fertilidade, a degradação física do solo pode inviabilizar a pastagem. O tráfico de máquinas sobre as áreas agrícolas exercem grande influência sobre a compactação do solo, que degrada a qualidade física para o crescimento e desenvolvimento das plantas, levando à redução de produtividade. A compactação do solo provoca uma redução de volume, resultando num aumento de sua densidade e resistência à penetração. O efeito da compactação sobre as características físicas do solo e formas de ocorrência têm sido objeto de vários estudos, indicando que a colheita mecanizada na cultura de cana-de-açúcar, em um Latossolo Roxo, gerou o aparecimento de camadas compactadas próximas à superfície e, consequentemente, uma redução na capacidade de armazenamento de água do solo. Em outros trabalhos em áreas florestais, concluiu-se, de modo geral, que o pneu estreito é o menos indicado para utilização em operações florestais dentro do talhão pelo potencial de danos que representa sua maior pressão de contato em relação ao pneu mais largo.

Avaliação

Numa área de Latossolo Vermelho Escuro utilizada com o capim Elefante (Pennisetum purpureum), realizou-se um rebaixamento a 12 cm do solo e uma adubação de restabelecimento com 4,4 t calcáreo dolomítico / ha, seguida de 150 kg P2O5 e 120 kg K2O 30 dias após e 20 kg de N 60 dias após a calagem, sendo esta última posteriormente repetida após cada corte. Os tratamentos constaram de 3 alturas de corte (10, 20 e 30 cm) a partir do nível do solo, utilizando-se uma colhedora picadora de forragem marca ICMA, modelo "TAARUP", com bitola de de 1,5 m, acoplada a uma carreta agrícola, marca PONTAL, com bitola de 1,54 m, tendo como fonte de potência um trator agrícola , Massey Fergunson modelo 65 X, com 61 cv de potência, com bitola traseira de 1,42 m em 4 cortes subsequentes a cada 45 dias.

Concluiu-se neste trabalho que a utilização de colhedora de forragem afetou significativamente a resistência à penetração do solo, porém a densidade, a condutividade hidráulica e a umidade do solo variaram entre os corte mas não para pontos de amostragem. O aumento da densidade do solo provocado pelo tráfico da colhedora de forragem não foi suficiente para afetar a produção de massa verde do capim Elefante, de 77,7 ; 51,2 e 47,4 t MV, respectivamente para o total obtido em 4 cortes a 10, 20 e 30 cm de altura. Segundo os autores, as variações ocorridas entre cortes estão mais relacionadas com a precipitação ocorrida no período entre cortes do que devido ao tráfico. Houve muitas interações significativas entre os dois fatores avaliados.

Cana-de-açúcar

A cana-de-açúcar, pelo fato de possuir alta produtividade e estar madura durante o período de inverno, pode ser uma excelente alternativa como recurso forrageiro, já que devido ao grande acúmulo de açúcar nos colmos não perde significativamente o seu valor nutritivo durante o período de seu uso na alimentação animal. Precisa ser obrigatoriamente suplementado com pelo menos uma fonte protéica pois o seu valor protéico é praticamente nulo. Pode ser armazenada na forma de silagem ou feno, com algumas restrições. O que ainda merece atenção especial é o manejo do canavial em relação a produtividade ao longo do tempo, e isto inclui uma adequada mecanização para não alterar características desejáveis do solo, bem como do perfilhamento da soca.

Comentário do autor: É importante que a propriedade rural se torne uma empresa agrícola e planeje adequadamente suas atividades agrícolas, havendo portanto coleta de dados, emissão de relatórios e tomada de decisões baseados nos dados gerados pelo próprio sistema de produção, melhorando-se constantemente os seus índices de lucratividade, conforme comentários feitos em outros artigos. Dados sobre mecanização e características físico-químicas dos solo devem fazer parte desse controle de dados agrícolas. Independentemente de acharmos que a cana-de-açúcar deva ser preferencialmente utilizada como capineira no inverno, utilizando-se as áreas de capim Elefante para manejo de verão, este tipo de trabalho mostra o quanto ainda precisamos melhorar nosso manejo agrícola em áreas de produção de alimentos volumosos para o inverno. Pontos não discutidos no trabalho com relação a matéria orgânica do solo, a distribuição das raízes, o perfilhamento do capim e os dados de pluviosidade do período podem acrescentar muito na elucidação do melhor manejo a ser adotado para maior eficiência dos sistemas de produção de volumosos similares a este, tanto para cana-de-açúcar como para capim Elefante. Seria interessante um trabalho deste tipo ser repetido pelo menos durante 3 anos consecutivos para avaliar o efeito do pastejo de verão (ser houver), retorno de fezes dos animais (eventuais confinamentos) ou do simples uso contínuo do equipamento de colheita da forragem. É uma área ainda carente de trabalhos específicos.

Fonte: RIBEIRO, S. A.; MARCOS, Z. Z.; LIMA, C. G.; LUZ, P. H DE C. Compactação do solo por colhedeira de forragem em uma capineira de capim elefante. Revista de Agricultura, Piracicaba, V. 76, fasc. 1, 2001.

JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

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