ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Um olho no peixe, outro no gato

ESPAÇO ABERTO

EM 23/10/2019

2 MIN DE LEITURA

1
5

Por Coriolano Xavier, membro do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS) e Professor da ESPM.

O agro brasileiro poderia ser bem mais assertivo em sua comunicação com os mercados, aqui e no exterior. Falar mais das coisas boas que faz, seguindo os melhores padrões mundiais e até fazendo melhor. Também precisa manter ou acelerar seu ritmo de inovações, porque o Brasil é competidor chave na produção de comida para o planeta. Duas formidáveis oportunidades, que pedem foco em dois eixos centrais de ação: um eixo quantitativo de oferta, para assegurar condições de estrutura, tecnologia e capital humano alinhadas com a demanda global que se projeta. E um eixo qualitativo de oferta para construir (ou fazer valer) políticas públicas e programas estratégicos de marketing e comunicação além-mar, dialogando com as pressões sociais relativas ao ambiente e segurança dos alimentos, mundo afora. 

Hoje, grosso modo e considerando os números por baixo, a população mundial está distribuída na seguinte base geográfica: um bilhão de pessoas nas Américas, na Europa e na África, mais quatro bilhões na Ásia, totalizando cerca de sete bilhões. Daqui a 30 anos, no entanto, as projeções indicam um, um, cinco e três bilhões respectivamente, somando dez bilhões. Mas 80% dessa população estarão na África e na Ásia, cujas terras agricultáveis não conseguirão responder ao desafio de alimentar suas populações. Aí entra o Brasil: terá um senhor desafio pela frente, é claro, mas também uma concreta oportunidade de gerar mais riquezas, empregos e bem-estar no país. Este será o nosso foco quantitativo de oferta alimentar.

Até lá, crescerá a média de população urbanizada no mundo, atingindo 80-90%. Ou seja, alta pressão por comida e também por água, sequestro de carbono, proteção de recursos naturais e outras demandas sociais do mundo contemporâneo. É o eixo qualitativo de oferta, que pressionará o nosso agro a rever paradigmas de produto e produção, para acompanhar o espírito do nosso tempo. Mudar para responder a pressões do consumidor internacional quanto a mudanças climáticas, sustentabilidade, rastreabilidade dos produtos, segurança do alimento e bem-estar animal. E ainda comunicar tudo isso muito bem, dando visibilidade ao que fazemos de certo, com consistência e consciência.

São várias demandas a um só tempo. Mas dá para planejar e, além disso, compensa, já que cada mudança com impacto na percepção do consumidor retorna um efeito positivo para quem produz. Dois exemplos simples: a linha de lácteos da Cooperativa Aurora tem nas embalagens um código QR (aquele que se focaliza com o celular), informando de qual produtor saiu o leite para aquele produto. Cafés diferenciados da Serra da Mantiqueira (MG) vão além e usam o código QR para contar uma pequena história do produtor que plantou o café. Resultado positivo nas duas iniciativas, segundo seus idealizadores, contribuindo para a lembrança e valor desses produtos e marcas no mercado.

São coisas desse tipo que o mundo está pedindo, tanto no mercado interno como externo, em maior ou menor grau. Isto significa que a tendência parece ser de mudanças mais e mais frequentes e amplas, envolvendo não apenas as tecnologias produtivas, mas também modelos de negócios, gestão dos sistemas de produção, design dos processos, sustentabilidade e marketing dos setores. Vai chegar um momento em que o agro vai abrir suas portas em definitivo às mudanças culturais do consumo alimentar, que hoje movimentam os principais mercados do planeta. Será um momento de transparência e comunicação intensiva. 

1

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ORLANDO SERROU CAMY FILHO

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/10/2019

Ótimo artigo Coriolano. Há algum tempo tenho comentado sobre a necessidade do agro brasileiro ter uma agência de comunicação, pois as barreiras não tarifárias tem sido, cada vez mais, aplicadas por influência da percepção que os consumidores locais tem sobre a qualidade dos produtos. Ter argumentos prontos e que contraponham os chamados "mitos" depreciativos, é essencial à sobrevivência da produção nacional de forma segura, com domínio amplo dos mercados. A união das cadeias produtivas é urgente!

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures