Autor(a): Daniela Miyasaka
Formada pela UNESP, Mestre em Medicina Veterinária pela Unesp e Doutora em Patologia Animal pela Unesp. Atualmente é Gerente do Departamento Técnico de Saúde Animal da Ourofino Agronegócio.
O incremento de diferentes níveis de cruzamentos industriais, com consequente aumento do grau de sangue taurino sobre zebuíno confere maior susceptibilidade da bovinocultura ao parasitismo pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Ampliam-se, assim, rebanhos mais sensíveis às infestações parasitárias e com isso há a necessidade de maior investimento na aquisição de defensivos para controle destes parasitos. Por outro lado, a negligência no controle do carrapato pode implicar em perdas produtivas de até 8,9 mL de leite por vaca/dia. Já em bovinos de corte, a diferença de ganho de peso entre animais livres de carrapatos e animais parasitados pode chegar a 24,5 Kg/ano.
O carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus é o ectoparasito de maior impacto na pecuária bovina, indiferente se de corte ou leite. Somente no Brasil, as perdas anuais ultrapassam dois bilhões de dólares. Isto graças aos prejuízos diretos e indiretos causados pelo parasito, como diminuição na produção de leite e carne, aumento da mortalidade, redução da natalidade, consumo de carrapaticidas, perda de peso, gastos com mão-de-obra e instalações apropriadas para o tratamento dos bovinos, perda na qualidade do couro, além da transmissão de agentes patogênicos, principalmente os responsáveis pela babesiose e anaplasmose.
Machos e fêmeas adultos acasalam sobre os bovinos e as fêmeas começam o processo de alimentação e ingurgitamento de sangue. Uma vez repletas e tendo aumentado em 200 vezes o seu tamanho, se desprendem dos animais nas primeiras horas manhã. Começa assim a fase não parasitária, de acordo com a umidade e temperatura. No chão a “teleógina” procura um local abrigado do sol e úmido. Em aproximadamente 60 dias nos meses quentes e 120 dias nos meses frios e secos os ovos se desenvolvem (aproximadamente 3.000 por fêmea) e originam as larvas, conhecidas como micuins. À espera do bovino as larvas permanecem em grupos e atraídas pelo gás carbônico da respiração dos bovinos, ou pelo deslocamento de ar percebem a aproximação dos animais e tratam de subir e se fixar, começando dessa maneira a fase parasitária. Entre 18 e 22 dias elas ingurgitam e caem ao solo para dar sequencia ao ciclo.
A solução eficaz contra esses parasitos é a adoção do “Controle Estratégico”, pelo responsável e técnico na propriedade. Recomenda-se a realização do biocarrapaticidograma para avaliar a sensibilidade do carrapato aos carrapaticidas e seus princípios.
Segundo a EMBRAPA, acima de 25 fêmeas de carrapatos fêmeas por bovino, considera-se a infestação como elevada e nestes casos recomenda-se a utilização de Colosso Pour on ou Colosso Pulverização para “limpar” os bovinos. Depois se deve utilizar o Fluatac DUO entre os dias 7-14, 35-42, 63-70 e depois observar o limiar de infestação. Em baixas infestações pode-se iniciar o tratamento já com o Fluatac DUO no dia zero, dia 42 e no dia 100 observar o limiar de infestação para repetir as aplicações.
Em casos no qual foi comprovada a resistência do carrapato aos carrapaticidas é recomendado a utilização do Colosso FC30, produto eficaz, seguro e ainda sem resistência parasitária conhecida. Deve-se diluir 25 mL do produto em 20 litros de água e pulverizar o animal (03 a 05 litros da calda por animal). Destaca-se a importância da utilização de equipamentos de proteção (EPIs), tais como, máscara, luvas, avental, botas de borracha. Fazer o tratamento dos animais nos horários mais frescos do dia e consulte sempre o médico veterinário.
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