Mais de 40 pequenos pecuaristas da região de Brodowski e Jardinópolis, no interior de São Paulo, estão substituindo o milho pelo biscoito waffer na ração do gado leiteiro. O produto mantém as características do leite, não provoca alteração de sabor e cheiro e recebe o aval da Cooperativa Nacional Agroindustrial (Coonai), uma das principais processadoras do interior paulista que absorve a produção na fabricação de leite pasteurizado, iogurte e manteiga.

A troca permite redução de custo e agrega valor à atividade leiteira. Segundo o engenheiro agrônomo da Coonai, José Maurício Bidinelo, a única preocupação é de que os produtores armazenem o biscoito em local seco para evitar a umidade. Em janeiro, foram utilizadas duas toneladas de biscoitos na ração para o gado. Este mês, a previsão é de 25 toneladas.

A redução do custo de produção chega a 35% por litro de leite. O zootecnista Fábio Lima de Moraes, agente de desenvolvimento do Sistema Agroindustrial Integrado (SAI) - programa criado em parceria entre Sebrae e Secretaria Estadual da Agricultura para dar suporte sobre custo de produção e comercialização agrícola -, calcula que, para cada 50 litros produzidos por dia, o produtor economize R$ 100 por mês. Um quilo de ração à base de biscoito custa R$ 0,11 em média. A ração com milho custa, em média, R$ 0,50 o quilo.

O biscoito é adquirido da Qualibom Produtos Alimentícios Ltda., de Ribeirão Preto, que abastece três marcas nacionais e exporta para a Argentina. Diariamente, cerca de 4 toneladas de biscoitos viram retalhos, impróprios para o consumo humano por não atingir padrões de qualidade. O insumo é adicionado a um composto com soja e alguns minerais. Segundo Moraes, o uso do biscoito não é indicado para animais de alta produtividade. "Como não possui padrão constante, poderia levar a uma queda de produtividade", analisa. A sugestão é de não ultrapassar a faixa de 50% do concentrado.

fonte: Gazeta Mercantil (por Ferraz Junior), adaptado por Equipe MilkPoint