São dez as principais regiões onde o QMA é produzido: sabores e qualidades singulares incorporam nuances e culturas locais.
A cultura mineira vai marcar presença no Marrocos. Ação do governo de Minas Gerais, juntamente com o governo federal, busca consolidar a candidatura dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal à lista representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade da Unesco. Esta será a primeira vez que um bem cultural brasileiro descrito no Livro de Registro dos Saberes vai buscar esse reconhecimento internacionalmente.
Unindo forças e mobilização, produtores do estado, por meio da Associação Mineira de Produtores de Queijo Artesanal (Amiqueijo), vão integrar a comitiva que participará da 17ª Sessão do Comitê Intergovernamental para Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, a ser realizada em Rabat, no Marrocos.
A iniciativa tem apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O evento terá início no próximo domingo (27) e segue até o dia 2 de dezembro, sendo voltado para a análise de diversas candidaturas.
A intenção dessa campanha é sensibilizar o Secretariado Intergovernamental da Unesco acerca da importância dos modos de fazer o Queijo Minas Artesanal e realizar uma maior divulgação da proposta brasileira para o público participante e para a imprensa internacional.
Uma programação complementar vai contribuir para esse objetivo: a montagem da Exposição do Queijo Minas Artesanal e um workshop de experiência imersiva sobre os modos de fazer o Queijo Minas Artesanal, degustação de queijos das distintas regiões produtoras, além de reuniões técnicas no evento. “A candidatura promoverá mundialmente a cozinha mineira e a cultura brasileira, além de potencializar a própria economia e o turismo”, defendem os promotores.
Comitiva mineira vai buscar reconhecimento da tradição na Unesco
Após a participação no evento da Unesco no Marrocos, a perspectiva é dar sequência aos trâmites necessários para a formalização da candidatura, cujo prazo é até 30 de março de 2023. Uma das etapas é o encaminhamento de um dossiê ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que o entregará em seguida à Unesco. A avaliação final da candidatura é feita até 2024.
Diversidade
Existem hoje cerca de 30 mil produtores de queijos em Minas Gerais e, desse total, aproximadamente, 9 mil são produtores de Queijo Minas Artesanal (QMA) com produção aproximada de 40 mil toneladas anuais. Além disso, 112 queijarias estão registradas no Instituto Mineiro de Agropecuária com o Selo Arte, o que permite a comercialização dos queijos em todo o território nacional.
São dez as principais regiões onde o QMA é produzido, onde o modo de fazer, o clima, o território e a biodiversidade de cada região conferem sabores e qualidades singulares incorporando nuances e características locais. O resultado é uma diversidade de cores, texturas e sabores que vêm conquistando o paladar dos brasileiros e até dos mais exigentes especialistas. Tanto que, este ano, seis queijos mineiros conquistaram medalhas no World Cheese Awards, importante concurso europeu que aconteceu no País de Gales.
Histórico
Em 2002, o modo de fazer do Queijo Minas Artesanal foi reconhecido na região do Serro pelo Iepha/MG, sendo o primeiro bem cultural registrado por Minas Gerais como patrimônio imaterial.
Em 2008, o Iphan fez o registro contemplando: Serro, Serra da Canastra e Serra do Salitre/Alto Paranaíba. Em 2021, o Iphan alterou o título do bem cultural para Modos de Fazer o Queijo Minas Artesanal, ampliando o território de abrangência do registro para as regiões de Araxá, Campo das Vertentes, Serras do Ibitipoca, Triângulo de Minas, Diamantina e Entre Serras da Piedade e do Caraça.
As informações são do Diário do Aço, adaptadas pela equipe MilkPoint.