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Produção de leite no Nordeste - Com irrigação, teremos voo de ave de arribaçã |
FRANCISCO ZUZA DE OLIVEIRA
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RAIMUNDO JOSÉ COUTO DOS REIS FILHOFORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 05/03/2013
Muito interessante a discussão. Parabéns ao Zuza belo excelente artigo e também as pessoas que opinaram sobre a questão.
Acredito no potencial de produção de leite na região Nordeste. Tenho certeza, mesmo com o momento crítico que estamos passando neste ano de seca, iremos nos tornar uma grande bacia leiteira, aumentando a nossa participação na produção de leite brasileira. Os desafios são grandes, porém com políticas públicas mais consistentes e permanentes, além da profissionalização da atividade, seremos bem mais eficientes. A produção de leite em áreas irrigadas (bem gerenciadas e manejadas) já foi comprovada a sua viabilidade econômica e ambiental, sendo agora o grande desafio tornar os sistemas de sequeiro mais eficientes e capazes de gerar renda a milhares de produtores espalhados no semi árido. Isso é possível? Acredito que sim, porém esses não devem estar dependentes de ajudas governamentais, me refiro a base de "esmolas" e programas assistencias. A busca deve ser por sistema mais intensivos, eficientes e capazes de gerar renda suficiente para manter o homem no campo e proporcionar a sucessão rural. Sou otimista quanto a viabilidade da produção de leite em sequeiro, porém ela deve estar atrelada ao aumento no nível de intensificação, a maior produtividade (produção de leite/hectare/ano), melhoria na gestão e aplicação de tecnologia. E para este sistema, acredito na sobrevivência de dois tipos de produtores: 1. Produção de leite familiar com a utilização de conceitos modernos de gestão e na aplicação do vasto estoque de conhecimento e tecnologias existentes - Produção mínima de 300 litros de leite/dia. 2. Grandes produtores: tecnificados, com ótima gestão e eficientes. Produção acima de 2.000 litros de leite. E os demais produtores? Devem se inserir nestes perfis, caso contrário, irão "engordar" a estatística de abandono da atividade leiteira. |
ANTONIO JORGE OLIVERIRAQUARA - BAHIA - PRODUÇÃO DE CAFÉ EM 13/02/2013
OS COMENTÁRIOS DE HOJE COMPLEMENTAM OS DE ONTEM!! NÃO PODEMOS ESQUECER NEM TÃO POUCO ACEITAR QUE EXTENSAS ÁREAS COM PROJETOS DE IRRIGAÇÃO EXISTAM E NÀO ESTEJAM EM RÍTMO ACELERADO DE PRODUÇÃO AQUI NO NORDESTE.
NA BAHIA TEMOS O PROJETO "BAIXOS DE IRECÊ" OBJETO DA VISITA DE DILMA E DE OUTRAS TANTAS AUTORIDADES FEDERAIS, ESTADUAIS, EMPRESÁRIOS NACIONAIS E ESTRANGEIROS BUSCANDO A FORMA DE VIABILIZAR EM CURTO PRAZO O FUNCIONAMENTO DESTE PERÍMETRO. SÃO 42 KM DE CANAIS MAIORES QUE OS DA TRANSPOSIÇÃO DO SÃO FRANCISCO QUE NÃO CRIA UMA "PIABA" NEM PLANTA UM PÉ DE ALFACE. ESTÃO DISPONÍVEIS PARA USO IMEDIATO MAIS DE 12.000 HA DE UM TOTAL DE 40.000 HA COM A INFRAESTRUTURA BÁSICA PRONTA: CONJUNTO DE BOMBAS E CANAIS, SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO, ESTRADAS VICINAIS E EIXO PRINCIPAL TERRAPLENADOS E ENCASCALHADOS, TUDO ISTO ESPERANDO QUE ENTRE EM FUNCIONAMENTO E PERMITA QUE OS AGRICULTORES FAMILIARES DO TERRITÓRIO DE IRECÊ TENHAM ACESSO DIRETAMENTE OU ATRAVÉS DE SUAS COOPERATIVAS E/OU ASSOCIAÇÕES E COMECEM A PRODUZIR INDEPENDENTE DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS. TEMOS AINDA O PERÍMETRO IRRIGADO DE MIRORÓS EM IBIPEBA, TERRITÓRIO DE IRECÊ QUE PASSA POR MOMENTOS DE EXTREMA DIFICULDADE PELO RACIONAMENTO DA AGUA DE IRRIGAÇÃO. FOI CONCLUIDA A ADUTORA DO SÃO FRANCISCO PARA REGULARIZAR O ABASTECIMENTO HUMANO NO TERRITÓRIO DE IRECÊ MAS NÃO SE VISLUMBRA UMA ALTERNATIVA REAL DE USO PARA IRRIGAÇÃO. O QUE SE VÊ SÃO PRODUTORES IRRIGANTES QUE ESTÃO PERDENDO SEUS INVESTIMENTOS E MUDANDO DE LOCAL DE TRABALHO. ISTO PARA NÃO SE FALAR EM SÃO DESIDÉRIO QUE ESTÁ EM PARTE SUCATEADO E COM DESTINAÇÃO DE LOTES PARA OUTRAS FINALIDADES QUE NÃO A AGRICULTURA, ALÉM DA COMERCIALIZAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE LOTES PARA TERCEIRO COM EVIDENTE CONCENTRAÇÃO DE PROPRIEDADES EM MÃO DE ESPECULADORES. |
AGAMENON LEITE COUTINHO (INATIVO)FORTALEZA - CEARÁ - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS EM 12/02/2013
Meu Caro Zuza
O seu artigo propiciou uma reflexão profunda não só quem está na atividade, como também ,para a aqueles que hoje são responsáveis pela elaboração das políticas públicas para nossa região. Visitei recentemente, a região do Cariri e pude observar os produtores, usando tecnologia de ponta, através da irrigação,permitindo que estes Produtores estejam alcançando níveis elevado de produtividade, em plena seca. O Ceará está no caminho certo, contando sempre com Técnicos do seu nivel, Raimundo Reis e muitos outros, haveremos, sem dúvida, de tornar o Ceará autosuficiente na produção de leite. Meus sinceros parabéns pelo seu artigo. Atenciosamente Agamenon Leite Coutinho |
FRANCISCO ZUZA DE OLIVEIRAFORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 08/02/2013
Senhor Wagner Beskov, obrigado pela aprovação em relação ao artigo. No Ceará ainda não temos problemas com oferta de energia, temos um bom serviço, prestado pela COELCE e, quanto às licenças ambientais, estamos convivendo sem problemas significativos. Neste momento de seca, entrando pelo segundo ano, o que preocupa a instalação de pivôs será a oferta de água.
Senhor Orlando Monteiro, parabens por ter proporcionado essa discussão em torno da cadeia produitva do leite, tão importante para o NE, que, apesar das dificuldades climáticas, deva ser o único produto que gera renda o ano todo, aos pequenos, médios e grandes criadores no semiárido rural do NE. Alguns produtores do Nordeste, quando se referem a um bom negócio dizem, " é bom como vaca de leite, que gera dinheiro de domingo a domingo". Portanto, esse negócio precisa ser melhorado, com tecnologia e gestão, para fazer valer o ditado dos criadores. Na minha leitura, ficarão cada vez menos produtores em atividades rurais de sequiero ( sem irrigação) no semiárido nordestino, principalmente aqueles produtores com pouca escolaridade, que não tiverem outras oportunidades . Os seus filhos, que hoje no NE, mais de 95% estão na escola, com mais conhecimento, que fazem contas e tem mais oportunidades na cidade, não ficarão, a pedido dos pais e por vontade deles, porque não enxergam de onde tirar um sustento digno, nem necesidade de bolsas. Por isto a sucessão rural no campo do Nordeste, não passa de 20% e isso também vale para o leite, já que mais de 85% dos produtores tiram en torno de 60 litros dia, com renda que não dá pra dividir com ninguem. Com boa vontade e amor ao campo, ficarão produtores acima de 300 litros, com áreas irrigadas, com possibilidade de crescer e ter renda liquida atrativa e mais estabilidade. Vamos torcer e trabalhar para que isso aconteça. Fortaleza CE Francisco Zuza de Oliveira Agrônomo FZO Consultoria em Agronegócio |
DANIEL R PINTOGARANHUNS - PERNAMBUCO - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS EM 07/02/2013
Caro colega Zuza, parabéns pelo abordagem clara e pelos argumentos sólidos de seu artigo.
Como Nordestino e atuando diretamente no desenvolvimento e implantação de vários projetos irrigados destinados à produção de leite no agreste meridional de Pernambuco - Garanhuns como cidade polo - me atrevo a acrescentar aos seus argumentos, uma perspectiva diferente para a cadeia de produção de leite no Nordeste. Acredito que a atual seca que estamos atravessando - talvez a mais intensa dos últimos 40 anos - vai alterar o perfil do agronegócio do leite em nossa região. Todo o transtorno que vem sofrendo o rebanho leiteiro no Nordeste, está diretamente relacionado a falta de volumoso em quantidade adequada e de boa qualidade, de preferencia durante o ano todo, o que só tem sido possível em propriedades que dispõe de sistemas irrigados. O modelo tradicional de produção de leite em propriedade com grandes áreas e de baixa produtividade - as que mais estão sofrendo nesta seca - vai se transferir de forma gradativa e irreversível para um sistema de exploração intensiva e de alta produtividade, onde haja segurança hídrica e consequente segurança alimentar para o rebanho, garantindo produtividade e regularidade na produção. Algumas propriedades que dispõe de água já encontraram esse caminho, embora o volume de água necessário para irrigação - média de 60,0 a 80,0 m3/ha/dia em nossa região - inviabiliza a adoção desse recurso de forma generalizada, direcionando a produção para os perímetros irrigados ou às margens dos rios e açudes de médio porte. Nestas áreas, com sistemas de irrigação por aspersão - malha fixa ou pivot central - já se obtém mais de 600,0 toneladas de matéria verde/ha/ano de capim de corte e 50,0 a 60,0 toneladas/ha de silagem de milho, suficiente para a manutenção de de 30 vacas em lactação/ano. |
CLEBER MEDEIROS BARRETOUMIRIM - CEARÁ EM 06/02/2013
Caro Zuza, parabéns pela clareza e precisão do artigo. Mesmo estando na era da informação, ainda vemos "ações" retrógadas que em nada contribuem para mudança desta lamentável situação sócio-cultural que ainda vive o nosso rico e adormecido Nordeste.
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ORLANDO MONTEIRO DE CARVALHO FILHOARACAJU - SERGIPE EM 06/02/2013
Prezado Francisco Zuza,
Parabéns pelo texto, que veio ao encontro do que esperava ao escrever, com tintas carregadas o artigo "A expansão do leite .....: um voo de galinha!?" visto que a exclamação seguida da interrogação visou dar sentido dialético ao tema. Parabéns também aos cearenses, cujos governantes investiram pesado na construção de uma infraestrutura hídrica permanente, que possibilitou a recente e notável expansão da cadeia produtiva do leite em condições climaticamente independentes. Talvez porque mais de 90% do território cearense se encontra no semiárido, e, como diz o ditado, "a necessidade faz o homem". Trata-se, portanto de "vontade política". Tecnicamente, concordo com a afirmação de que o semiárido é o melhor ambiente para a produção vegetal e animal, com irrigação, já que se passa a ter o controle das variáveis de produção. O clima seco desfavorece a ocorrência de pragas e doenças, reduz o desconforto térmico dos animais, além de prover luminosidade e temperaturas que otimizam a produção de forrageiras tropicais sob condições de suprimento hídrico adequado. Portanto sistemas de produção de leite - tecnicamente eficientes e economicamente rentáveis, com gestão e consultoria qualificadas e conduzidos em bases empresariais - e, ainda, fundamentados na produção intensiva de forragens acredito que serão as alternativas mais seguras para a recuperação das cadeias produtivas nordestinas e, certamente, capazes de atender a demanda da capacidade industrial instalada e ao aumento crescente do consumo de lácteos no nordeste (a China brasileira). De outro lado o que restará para aqueles milhares de pequenos produtores - a que já me referi no texto original - que contribuíram historicamente, juntamente com os pequenos queijeiros artesanais, para o crescimento da atividade leiteira no semiárido dependente de chuvas, sem melhores opções econômicas além daquelas propiciadas pela bovinocultura de leite. Os atuais e novos atores da cadeia do leite no nordeste devem-lhe este tributo pela abertura da picada que, hoje ampliada e até asfaltada, atrai grandes empreendimentos. Por certo sobreviverão com as bolsas, sacolas e outras que virão, perpetuando o sistema politiqueiro assistencialista predominante que descaracterizam social e culturalmente o sertanejo, em um cenário de economia sem produção. Continuarão plantando suas roças ou arrendando suas terras sem qualquer preocupação com a sustentabilidade, gerando um passivo ambiental e socioeconômico em ultima instância debitado ao contribuinte e à sociedade em geral. Afinal por que e para quem conservariam o solo, a caatinga, vez que, seus filhos, sem a maior motivação(1) para sucederem seus pais, no meio rural, por certo irão migrar, aliás, como as arribaçãs mencionadas em seu artigo. Cordialmente, Orlando Monteiro PS (1): Em entrevista conduzida junto a 204 jovens estudantes de nível médio, filhos de agricultores familiares, na cidade de Nossa Senhora da Glória - sertão serg |
WAGNER BESKOWCRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO EM 06/02/2013
Excelente artigo e justas ponderações que complementam o cenário. Pelo visto no CE não tem havido grandes entraves de licenciamento e tampouco falta de energia elétrica disponível para novos pivôs?
Em alguns estados as coisas teem trancados num destes dois itens, as vezes nos dois. O encerramento do artigo ficou perfeito! A mensagem é clara e vem reforçar o papel dos empreendedores deste país, vencendo barreiras e mostrando caminhos. Muito bom. |
JULIO CESAR DE M ALVESALEXÂNIA - GOIÁS - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ) EM 06/02/2013
Meus caros!
É muito interessante as indagações,porém precisamos mudar nossos conceitos e ver que o que falta é basicamente gestão.Enquanto quem manda continuar precisando da miseria para se beneficiar,só mesmo produtores com o sr.Luiz Girão,que tem além de competencia,formação educacional e empresarial,condições financeira poderam provar o contrário da realidade da produtividade leiteira do nordeste.Israel vive constantemente em seca e a agua por lá é artigo de luxo,e vejam como funciona sua tecnologia .Temos que deixar de falar churumelas e ser mais concientes da nossa realidade. |
LUIZ PRATA GIRAOFORTALEZA - CEARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE EM 05/02/2013
Zuza, parabéns, você sabe o diz,como dizia Machado de Assis, são pensamentos idos e vividos.Ate a depressão econômica americana, 1929 o leite da Califórnia era zero, hoje e a maior produção de leite do mundo.(0 clima seco,umidade baixa e propio para produção de leite
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RAQUEL RIBEIROAÇU - RIO GRANDE DO NORTE - PRODUÇÃO DE LEITE EM 05/02/2013
Disse tudo!! a realidade é essa! Chega de por a culpa nos governantes ou na seca, os produtores devem arregaçar as mangas e trabalhar muito pra conviver com as adversidades climáticas, buscar novas tecnologias e serem produtores de verdade!
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RODRIGO GREGÓRIO DA SILVALIMOEIRO DO NORTE - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO EM 05/02/2013
Muito bom artigo, expondo de forma precisa, grande parte da base dos problemas aqui enfrentados, ao longo dos últimos anos (300 anos, como falado). A espera por um milagre, tem sido fonte de grande das limitações quanto ao desempenho dos sistemas aqui conduzidos. As áreas de sequeiro apresentaram e poderão constituir-se como fonte de recursos aos sistemas, de forma positiva. É verdade que as áreas irrigadas elevaram a garantia dos sistemas locais, demonstrando grande potencial de produção, apresentando ainda capacidade de incremento em seu potencial.
Parabéns ao autor! |
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