ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Importância do tamanho médio de partículas de cana-de-açúcar

POR RAFAELA CARARETO POLYCARPO

E VANESSA PILLON DOS SANTOS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/05/2009

3 MIN DE LEITURA

18
0

Para obter bons resultados em sistemas intensivos de produção de leite com base em pastagens tropicais, é de extrema importância garantir a oferta de forragem de boa qualidade aos animais no período seco do ano, época em que os capins tropicais deixam de produzir em quantidade e qualidade devido à falta de água e de calor. A cana-de-açúcar vem se destacando como opção viável neste período, já que o período de maior produção e de maior teor de açúcar coincide com o período de escassez de forragem. No entanto, certos erros de manejo na oferta deste volumoso podem resultar em baixo consumo voluntário e desempenho pelos animais.

A maioria dos técnicos e produtores já utiliza técnicas que visam melhorar o valor nutricional da cana-de-açúcar, como por exemplo, a adição ureia e sulfato de amônio para elevar o teor de nitrogênio e de enxofre, ou mesmo utilizando aditivos para melhorar a fermentação em caso da silagem de cana-de-açúcar. Porém, muitos desconhecem ou não dão a devida importância para o tamanho médio das partículas que são ofertadas aos animais.

O fornecimento de cana-de-açúcar com elevado tamanho médio de partículas (TMP) pode reduzir o desempenho animal devido principalmente a limitação na ingestão de matéria seca. Já partículas excessivamente pequenas podem causar queda no teor de gordura do leite e problemas de saúde ruminal devido a diminuição da atividade de mastigação e a queda na produção de saliva, necessária para manter o pH ruminal próximo de 6,0; principalmente no caso de animais alimentados com mais de 50% de volumoso. Tamanhos reduzidos de partículas podem ainda aumentar a ingestão de matéria seca (MS), diminuir o tempo de retenção do alimento no rúmen e consequentemente a digestibilidade do alimento.

Experimento recente, conduzido pelo grupo "Conservação e Qualidade de Forragens" do Departamento de Zootecnia da ESALQ-USP, foi realizado com o objetivo de verificar o efeito do tamanho médio das partículas de cana-de-açúcar no desempenho e na composição de leite de vacas em lactação. Este experimento comparou 3 tamanhos médios de partículas: 3, 5 e 9 mm (Figura1). Para a obtenção dessa variação nos tamanhos médios de partículas foram utilizadas uma máquina estacionária que na troca das correias geraram o TMP de 3 e 5 mm; e uma colhedora (ambas da marca Menta®) gerando o tamanho 5 mm. Estes valores foram obtidos a partir da utilização do conjunto de peneiras, denominado método de Penn State Particle Size Separator (mais detalhes deste método no artigo publicado em 08/11/02 "O método Penn State Particle Size Separator para a predição do tamanho de partículas de silagens" no radar técnico de Conservação de Forragens).

As rações foram formuladas segundo o NRC, 2001 para que as vacas produzissem 20 litros de leite/dia com 3,5% de gordura. A única diferença entre as dietas experimentais foi o tamanho médio das partículas (Tabela1).



Tabela1. Proporção dos ingredientes experimentais.
 

 


Neste trabalho, a diminuição no tamanho de partículas (3, 5 ou 9 mm) apresentou tendência de aumento linear na produção de leite. Os animais dos tratamentos que receberam cana com tamanho médio de partículas de 5 e 9 mm produziram 2,4% menos leite do que as vacas do tratamento de 3 mm. Mesmo com tamanho de partículas reduzido (3 mm), a cana foi capaz de manter o teor de gordura no leite e a atividade de mastigação, os quais são indicadores da saúde ruminal.

Diante destes dados, ressalta-se a importância da utilização de um bom equipamento para a picagem da forragem, bem como a regularidade na afiação das facas do equipamento.

Referência Bibliográfica:

NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrients requirements of dairy cattle. 7.ed. Washington: National Academy of Sciences, 2001. 381 p.

Vanessa Pillon dos Santos, Luiz Gustavo Nussio, Ana Luiza Bachmann Schogor, Gisele Bonato Muraro, Rodrigo da Silva Goulart, Kátia de Oliveira, Gerson Barreto Mourão. Avaliação do tamanho médio das partículas da cana-de-açúcar na alimentação de vacas leiteiras sobre o desempenho e a composição do leite. 45 a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Lavras, MG, 2008.

 

RAFAELA CARARETO POLYCARPO

Profa. Dra. Universidade de Brasília - UnB

VANESSA PILLON DOS SANTOS

18

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

LEANDRO JOSÉ NOGUEIRA

IPANEMA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/10/2018

Prezada Rafaela e Vanessa!

Parabéns pelo trabalho. Consegui aumentar a produção de leite do sitio a partir da leitura e aplicação dos resultados de seu trabalho de pesquisa.

Situação do rebanho:
Estamos no momento com o rebanho semiconfinado da seguinte forma: Confinado durante o dia recebendo cana de açúcar com palha e uréia e, durante a noite os animais seguem soltos a pasto (pasto seco). Os animais recebem ração concentrado na proporção de 1 kg de ração para cada 3 litros de leite produzidos. O fornecimento do concentrado é feito durante a ordenha. São duas ordenhas diária, logo, dois tratos.

Quanto aos resultados, ocorreu o seguinte:

Estávamos utilizando o corte grosso da maquina (9 mm) com uma produtividade do rebanho de 16,326 litros/vaca/dia.

Mudamos para o corte fino (4 mm). Esperamos dois dias e no terceiro dia mensuramos novamente o leite do rebanho. Encontramos uma produtividade de 17,063 litros/vaca/dia. O que corresponde a um aumento de 0,738 litros/vaca/dia.

Obrigado a Rafaela e a Vanessa, também ao Milkpoint pela oportunidade.
PARCIFAL OLIVIO BURANELLO JUNIOR

LINS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/06/2010

BOA TARDE DRA RAFAELA ..

PELO QUE EU ENTENDI , A RAÇÃO DOS ANIMAIS É COMPOSTA DE 60% DE VOLMOSO E 40% DE CONCENTRADO , APROXIMADAMENTE.
QUAL SERIA A QUANTIDADE DE MS? QUAL A PORCENTAGENS DE MS POR PESO VIVO ?
QUANTO MENOR O TAMANHO DA PARTICULA ,ESSA PORCENTAGEM AUMENTA OU NÃO?

EU TENHO VACAS GIROLANDO DE MEDIA ENTRE 15 KILOS E 450-500K DE PESO VIVO - EU FORNECE CANA PICADA 30 KILOS POR DIA , E + 1K DE RAÇAO PARA CADA 3 KILOS DE LEITE PRODUZIDO NAS ORDENHAS . CONFESSO QUE ESPERAVA MAIS NA PRODUÇÃO . - ( CONCENTRADO- MILHO E SOJA OU FARELO DE ALGODAO- 18% DE PROTEINA - E CANA COM UREIA E SULFATO BEM PICADA.)
QUAL A SUA SUGESTÃO DE TRATO PARA ESSAS VACAS ?
MARCELO ERTHAL PIRES

BELÉM - PARÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/03/2010

Parabens! Ótimo artigo! Mas , talvêz o tamanho de partícula esteja ligado a dieta como um todo. A pouco tempo foi adquerida uma picadeira com doze regulagens de tamanho de partículas, já sabedores que o menor tamanho de picagem seria ideal, para as vacas. Porém, não foi o bastante pequeno! tiveram que voltar com a velha picadeira que foi adaptada para fazer a "cana em PÓ", até que a nova picadeira ser modificada, para fazer sua estréia, sem que as vacas, que em sua dieta consomem o ano inteiro cerca de 30Kgde cana, diariamente; não deixassem a metade da porção de cana que estavam acostomadas a consumir rotineiramente(exceto nos 50 dias que antecedem o parto). Obs.: Estas vacas, pastam em pastoreio rotacionado de Tifton 85(fibra longa). E, contado seus índices, eu passaria por mentiroso!!! A cana, é a redenção do leite nos tropicos. Saudações!
KLEBER WILLIAN GOMES

SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 06/07/2009

O artigo ficou muito bom, parabenizo a Rafaela e a Vanessa. Uma coisa me chama atenção, a diminuição do tamanho para 3mm ficou como ideal no trabalho, na palestra do senhor Tolzma (holandes) no Interleite desse ano, ele chamou a atenção para a presença de fibras longas para o animal, com a picagem muito pequena, disse ele, pode ocorrer um desenvolvimento abaixo do normal do rumen desse animal. O que tenho visto a campo, corroboram as duas partes, temos produtores com picagem menor (por falta de equipamento adequado) que têm bom desempenho dos animais e também temos produtores com média de picagem em torno de 5mm com animais com maior capacidade ruminal.

Gostaria de mais informações a respeito, é um assunto muito importante para nós técnicos e produtores de leite.

Abraço e parabéns.
LORENA VIDAURRE RIBEIRO

GUAÇUÍ - ESPÍRITO SANTO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/06/2009

Muito bom o artigo, sao estas pesquisas praticas que devem ser mais difundidas no nosso pais. Quanto ao tamanho de particula de alimentos para silagem, vocês ja fizeram algum estudo semelhante, como por exemplo na silagem de milho?
CLÉSIO PEREIRA

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/06/2009

Estou em uma região que se utiliza muito a cana p/ alimentação de bovinos e achei o artigo interessante, parabéns.
RAFAELA CARARETO POLYCARPO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 07/06/2009

Prezado Ronaldo mendoça dos santos,

Os mecanismos exatos que fazem com que o teor de gordura do leite abaixe, ainda não estão totalmente desvendados. Tempos atrás, acreditava-se que esta diminuição era devido a menor produção do o ácido acético, que é o principal precursor da gordura produzida na glandula mamária. Esta diminuição estaria correlacionada com dietas com pouca fibra e maior quantidade de concentrado. Esta teoria não está sendo mais sendo aceita, pois verificaram que a produção de ácido acético é pouco alterada, e o que ocorre realmente é aumento na produção de ácido propiônico.

Hoje umas das teorias mais aceitas é que a diminuição da gordura do leite está correlacionada com produção de ác. graxos conjugados, e já sabemos que o aumento na produção desses ácidos se dá em duas principais situações: em condições de pH ruminal reduzido, ou em dietas que possuem elevadas concentrações de ác. graxos poliinsaturados.
Como mencionado no texto, partículas pequenas podem levar a diminuição da atividade de mastigação e a queda na produção de saliva, necessária para manter o pH ruminal próximo de 6,0.

No caso dos tratamentos do experimento citado acima, o que poderíamos supor é que as partículas menores, com 3 mm, chegam ao tamanho de 1mm (tamanho do ORO) mais rápido do que as partículas maiores, saindo do rúmen mais rápido, e provocando menores taxas de mastigação e menor produção de saliva que as maiores. Vale ainda ressaltar que o tamanho do ORO não é fixo em 1mm, ele pode sofrer distensão de acordo com a quantidade de alimento contido no rúmen.
RAFAELA CARARETO POLYCARPO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 07/06/2009

Prezado Milton Shigueo Sato,
Não necessariamente, se a forragem ingerida for de boa qualidade, provenientes de áreas bem manejadas, e em quantidade o suficiente que dê para o animal selecionar, ele conseguirá diminuir o tamanho das partículas através da própria apreensão, mastigação, ruminação e da digestão dos alimentos.
ANTONIO PEREIRA DA SILVA FILHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 30/05/2009

As autoras foram felizes quando escolheram o referido tema. Nossos pecuaristas, na sua maioria, precisam estar cientes de certos detalhes, como este em pauta, que fazem uma diferença muito grande no final do processo produtivo. Não se pode omitir ou simplesmente não dar importância a características, como a tratada no referido tema. É de suma importância o tamanho médio das partículas oferecidas aos animais.

Parabéns às pesquisadoras.
MILTON SHIGUEO SATO

REGENTE FEIJÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/05/2009

Segundo esta analise, a produção de leite seria maior se, ao inves das vacas pastassem, o capim fosse triturado e servido no cocho?
MARCOS GROSSI

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/05/2009

Parabéns pelo artigo. Esclarecedor e extremamente importante.
RAFAELA CARARETO POLYCARPO

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - PESQUISA/ENSINO

EM 13/05/2009

Prezado Luis Fernando Spies,

O tamanho médio das partículas de outras culturas como as citadas pelo senhor, também podem influenciar a produção e a composição do leite. Se possível vou sim escrever mais artigos com as culturas que solicitou.
Obrigada
VIAVERDE CONSULTORIA AGROPECUÁRIA

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/05/2009

Prezada Rafaela

Parabéns pelo trabalho.

Me parece que o tamanho ideal de partículas é bem menor que a maioria dos produtores conseguem obter, devido à pouca manutenção e obsolescência dos equipamentos.
FABRÍCIO BACELAR LIMA MENDES

ITAPETINGA - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/05/2009


Muito bom o trabalho. O produtor geralmente tem dado pouca importância a esses detalhes já que na maioria das fazendas a mesma maquina que tritura o capim-elefante é o mesmo q tritura a cana e o ajuste quase não acontece. Desta Forma a sua produção e a saúde dos animais pode está sendo comprometida e o seu retorno econômico que é o alvo principal cada vez menor.
FIDELISBELÃO

CIANORTE - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/05/2009

Achei importante este trabalho.
Faço uso da cana a vários anos,mas não sabia que o ideal é de 3mm.
Parabéns Rafaela e a Milkpoint, pela materia.
Abraço
Fidelis
Cianorte PR.
RONALDO MENDONÇA DOS SANTOS

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 09/05/2009

Como que a diminuição ou o aumento da partícula da cana poderia influenciar na quantidade da gordura do leite? O esfíncter retículo omasal é de 1mm, logo partículas com mais de 1mm já é suficiente para realizar o reflexo da ruminação. Como que a cana com tamanho de partícula de 3 mm poderia interferir com a redução da ruminação?

Att,
Ronaldo M. dos Santos.
JURANDY PESSOA CAVALCANTE JÚNIOR

FORTALEZA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/05/2009

A cana de acucar é uma cultura bem tradicional, e podemos obter elevada producão de matéria seca por hectare em diversas regioes do Brasil. O que a torna uma otima opcão forrageira, se bem utilizada e respeitada algumas de suas caracteristicas quimicas e morfo-fisiológicas. Gostaria de parabenizar o artigo, pois mostra um tratamento físico na planta (moagem fina) aumentando a taxa de passagem, o consumo de materia seca e a producão de vacas leiteiras. Vale ressaltar que esse tipo de tratamento é bem particular da cana de acúcar, devido sua baixa digestibilidade da fibra. Com certeza, outras forrageiras em geral não manteriam a atividade mastigatória satisfatória e uma adequada saúde ruminal.

Outro aspecto importante que vale ser comentado e descrito em artigos futuros é o ponto de colheita, pois a cana atinge seu máximo valor nutricional na fase de máximo acúmulo de sacarose, ou seja, sua distribuicão está equilavente ao longo da planta, demonstrando a chegada da fase de maturacão. Uma maneira prática de verificar seria medir (refratômetro) o brix da ponta e dividir pelo brix da base da planta, quanto mais próxima de 1,0 a cana está na fase de maturacão plena.

Atenciosamente,

Jurandy Junior
eng. Agro./CE
RENATO MIGLIO MARTIN

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/05/2009

Excelente artigo

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures