ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Formação e manejo de pastagens de puerária

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/07/2000

3 MIN DE LEITURA

3
0

Marco Antonio Alvares Balsalobre

A puerària (Pueraria phaseoloides) é uma leguminosa forrageira perene, herbácea e com hábito de crescimento trepador. Originária da Malásia e Indonésia, encontra-se atualmente espalhada nos trópicos úmidos, sendo considerada uma das leguminosas mais promissoras para a Amazônia. Em Rondônia sua ocorrência é bastante generalizada, sendo comumente encontrada em áreas de capoeiras, margens de estradas e igarapés.

Considerando-se que as pastagens da região amazônica são, basicamente, cultivadas e constituídas por gramíneas, a puer.aria surge como uma opção bastante valiosa para o melhoramento destas, devido a seu alto valor nutritivo, maior resistência à seca e capacidade de incorporar expressivas quantidades de nitrogênio ao solo (100 a 150 kg/ha/ano).

Clima e solo

Seu melhor desempenho ocorre em regiões úmidas com precipitação entre 850 e 2.500 mm anuais. É uma das leguminosas mais tolerantes ao encharcamento, suportando períodos não muito longos de inundação.

A puerária desenvolve-se bem em pH entre 4 e 5, adaptando-se a uma grande variedade de solos. No entanto, o crescimento pode ser incrementado pela elevação do pH através da calagem. Em solos com baixa disponibilidade de fósforo, responde bem à adubação fosfatada. Tolera períodos curtos de estiagem e apresenta boa recuperação após o fogo. É uma leguminosa promíscua, nodulando com bactérias do grupo Cowpea e forma nódulos mesmo em solos úmidos.

Estabelecimento

A puerária possui crescimento inicial lento, devendo ser plantada em solos livres de plantas invasoras. Apresenta bom estabelecimento quando semeada após queima da vegetação em áreas de desmatamento recente.

O plantio deve ser realizado no início do período chuvoso (outubro/novembro). As sementes podem ser distribuídas a lanço ou em linhas (manual ou mecanicamente), à profundidade de 2,5 cm com espaçamento de 0,6 a 1,0 m entre linhas. A densidade de semeadura será de 3 a 4 kg/ha (lanço) e 2 a 3 kg/ha (linhas). Para a formação de pastagens consorciadas com gramíneas recomenda-se 0,5 a 1,5 kg/ha de sementes da leguminosa. As sementes apresentam dormência mecânica. A escarificação pode ser feita por imersão em água quente (80oC por 3 a 5 minutos); imersão em ácido sulfúrico concentrado por 20 minutos ou em solução de soda caústica a 20% por 30 minutos.

Manejo

A puerária cresce rapidamente e produz bastante forragem, no entanto a produtividade depende do tipo de solo, manejo e condições climáticas. Em Rondônia, os rendimentos de forragem estão em torno de 6 a 8 e 3 a 4 t/ha de matéria seca, respectivamente para os períodos chuvoso e seco.

A puerária é uma leguminosa de abundante crescimento e forma consorciações compatíveis e persistentes com capim-colonião (Panicum maximum), quicuio-da-Amazônia (Brachiaria humidicola), brachiarão (B. brizantha cv. Marandu), capim-andropogon (Andropogon gayanus cv. Planaltina) e capim-elefante (Pennisetum purpureum).

A puerária constitui-se numa excelente fonte de proteína para os rebanhos, principalmente durante o período de estiagem, já que seus teores de proteína bruta variam entre 15 e 18%, enquanto que uma gramínea, na sua fase ótima de utilização, apresenta de 8 a 10%. Os ganhos de peso podem variar de 300 a 500 g/an/dia e de 400 a 700 kg/ha/ano. Tolera moderadamente a defoliação e recupera-se bem quando submetida a pastejo controlado, não devendo ser rebaixada a menos de 25 cm acima do solo.

Com relação às formas de utilização, a puerária pode ser utilizada sob a forma de feno, silagem, pastejo direto, pura ou consorciada com gramíneas, para a formação de bancos-de-proteína (piquete exclusivo apenas com a leguminosa) ou através de cortes para fornecimento em cochos.

Quando utilizada em bancos de proteína, o período de pastejo deve ser de uma a duas horas/dia, preferencialmente após a ordenha matinal, no caso de gado de leite. Gradualmente, à medida que os animais vão se adaptando ao alto teor de proteína da leguminosa, o período de pastejo pode ser de duas a três horas/dia, notadamente durante a época seca em que a alimentação dos animais torna-se mais crítica. O acesso dos animais ao banco de proteína por períodos maiores que os recomendados não é aconselhado, pois pode ocorrer problemas de timpanismo ou "empazinamento", face o alto conteúdo proteico da puerária. A área do banco de proteína vai depender da categoria e do número de animais a serem suplementados, das exigências dos animais e da disponibilidade de forragem. Em geral, um hectare de pueraria pode alimentar, satisfatoriamente, 15 a 20 vacas paridas durante o período chuvoso e de 10 a 15 vacas durante a época seca.

fonte: Newton de Lucena Costa, pesquisador da Embrapa Amapá

3

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

ALCINO DE OLIVEIRA CARVALHO

ÁGUA BOA - MATO GROSSO

EM 17/09/2015

  Oi gostaria de saber, si o consorcio da puerária com a brachiaria humidicola em terras de vargem com laminas de água  nos dias de mais chuva funciona bem são terras mais fracas desde já agradeço.  
VALDIVINO FERNANDES

PALMAS - TOCANTINS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 16/07/2012

olá gostaria de saber, qual capim é mais adequado ao clima e ao solo do cerrado tocantinense. sendo que temos duas estações bem definidas, uma chuvosa que vai de novembro á abril e estiagem de maio á outubro......temos solos com acidez elevada, e áreas que ficam encharcadas no periodo chuvoso.....obrigado pela atenção.
JOAO CARLOS COSTA RAMOS

TEÓFILO OTONI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/10/2011

Estou procurando por uma leguminosa que se adapta bem em brejos, areas bem encharcadas. O que podem dizer-me sobre a Pueraria ?

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures