“O cliente pode ter seu carro em qualquer cor que desejar, desde que seja preto.” Essa frase de Henry Ford sobre o modelo T, primeiro carro fabricado em linha de montagem e destinado ao mercado de massa, perde totalmente o sentido nos tempos atuais.
Nas mais diversas áreas — senão em todas — estamos vivendo a era do protagonismo do consumidor: são eles que ditam a “cor do carro.” Nessa lógica, a indústria láctea estando inserida em um mundo altamente competitivo e diverso, para continuar no mercado, precisa entender, valorizar e traduzir os desejos e dores dos consumidores em seus produtos e propostas de valor.
Um exemplo disso é o constante crescimento dos produtos destinados aos chamados nichos. Pessoas que possuem uma ideologia, valores e preferências muito marcantes e inegociáveis e que procuram nas marcas produtos que atendam estas necessidades. São consumidores que dificilmente vão aceitar um “carro preto” quando querem um “carro branco”.
Este tipo comportamento se inicia com gerações que atualmente são adultos e jovens adultos, representando a maior parcela da força de trabalho do país e deter o maior poder de compra. A geração Y (ou millenials), por exemplo, não é influenciada por marcas e dita as regras, tendo uma forte preocupação com o impacto ambiental do consumo de alimentos. Ou seja, para atingir este nicho de consumidores as empresas precisam estar atentas à pauta de sustentabilidade, incorporando ações neste sentindo em sua proposta de valor.
A geração Z, por sua vez, é ainda mais individualista que a anterior e extremamente ansiosa. São os principais consumidores de lácteos e merecem uma atenção bastante especial da indústria. São indivíduos multitarefas, com maior acesso à tecnologia e mais questionadores.
Além das diferenças trazidas pelas gerações, outro ponto a se considerar são as demandas regionais, ainda mais em um país marcado por uma vasta gama de culturas e hábitos de consumo. Assim como acontece com a produção de leite, o consumo de lácteos também é influenciado pela geografia brasileira, tanto em termos de volume quanto aos derivados mais consumidos e é necessário um olhar crítico para isso.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os estados da região Sul se destacam no consumo lácteos. Entre os estados, Santa Catarina destaca-se como o maior consumidor de lácteos do Sul do Brasil, liderando o consumo per capita de creme de leite, leite pasteurizado e leite fermentado.
O Rio Grande do Sul, por sua vez, lidera o consumo per capita de iogurte e leite condensado. Já o Paraná ocupa a segunda colocação no consumo per capita de creme de leite e leite fermentando, ficando apenas atrás de Santa Catarina.
Por outro lado, ainda de acordo com os dados do IBGE, as regiões Norte e Nordeste se destacam no consumo domiciliar per capita de manteiga e leite em pó, evidenciando que estes são os produtos lácteos mais representativos nestas regiões.
Além dos hábitos de consumos regionais, a renda também é fator determinante para o consumo de lácteos, ainda mais em um cenário atípico como o da pandemia da Covid-19, que impactou o poder aquisitivo de grande parte da população.
Segundo uma pesquisa da Embrapa Gado de Leite, a menor faixa de renda foi a que menos manteve estabilidade no consumo de lácteos durante a pandemia, com exceção do leite em pó e bebida láctea.
Além disso, essa mesma pesquisa revelou que a influência da renda fica mais nítida quando se compara os dois fatores mais decisivos na hora da compra de lácteos na pandemia: preço e marca.
De acordo com as informações acima, retiradas de artigos da Kennya Siqueira para o MilkPoint, podemos perceber que conhecer o protagonismo do consumidor lácteo é um grande desafio para a indústria, visto que envolve diversas questões. É preciso informações estratégicas para diferenciais competitivos que dialoguem com todos os nichos consumidores.
A regra é clara: indústrias, escutem seus consumidores! Que tal explorar as atuais e futuras tendências de consumo? Criar diferenciais competitivos? Atender do mercado consumidor e dialogar com público de maneira efetiva? Produzir outras cores de carro além do preto?
Se você quer aprender mais sobre o consumidor do presente e do futuro e expandir suas ideias, o Dairy Vision 2021, evento referencia mundial do setor lácteo, é o seu lugar! Nos dias 17, 18, 23 e 24 de novembro teremos um encontro marcado com grandes especialistas e profissionais da cadeia do leite global, com informações valiosas e estratégicas para o futuro do seu negócio!
A Kennya Siqueira, Pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Engenharia de Alimentos e Doutora em Economia também fará parte do nosso time de palestrantes, explorando a temática de comportamentos de consumo, oportunidades e tendências.
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