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Sete maneiras de melhorar a fertilidade de vacas leiteiras

POR RICARDA MARIA DOS SANTOS

E JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 20/07/2006

5 MIN DE LEITURA

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Este texto é parte da palestra apresentada por Richard Pursley, no X Curso de Novos Enfoques na Reprodução e Produção de Bovinos, realizado em Uberlândia (MG) em março de 2006.

A baixa fertilidade de vacas leiteiras em lactação representa um importante desafio para a maioria dos produtores e técnicos que trabalham com rebanhos leiteiros. Na maioria dos rebanhos, a taxa de concepção das vacas é, quando muito, a metade da taxa das novilhas. Não está claro quais são os principais culpados por este problema. O que está claro, entretanto, quaisquer que sejam os fatores responsáveis por esta diminuição no desempenho, é provável que tenham efeito sobre um dos três fatores: o espermatozóide, o óvulo e o ambiente no útero/oviduto. Este artigo apresenta sete maneiras de melhorar a fertilidade de vacas leiteiras.

1) As palhetas devem ser descongeladas adequadamente!

É imperativo que o sêmen seja descongelado de acordo com as recomendações da central de IA que processou o sêmen. A maioria das centrais de IA recomenda o descongelamento de palhetas de 0,5 ml durante aproximadamente 45 segundos em banho-maria entre 35 e 36,5 ºC. A porcentagem de espermatozóides móveis em uma palheta diminui lentamente com o tempo passado no banho-maria e desde a montagem do aplicador até a deposição na vaca.

Não descongele mais palhetas de sêmen que você possa utilizar nas vacas em um período de 15 minutos. Se descongelar múltiplas unidades de sêmen, procure assegurar que as palhetas permanecem separadas durante o descongelamento. Procure manter as palhetas em "termo neutralidade" desde a sua remoção do descongelador até a deposição na vaca. O choque térmico pode reduzir dramaticamente a porcentagem de espermatozóides móveis depositados no útero.

2) A vaca está pronta ou não para a cobertura?

As vacas que não estão no cio (se estiver usando detecção de cio diariamente) ou que não foram sincronizadas (se estiver usando protocolo de sincronização) não têm nenhuma probabilidade de emprenhar. Para melhorar a detecção de estro, use técnicas auxiliares como tinta ou giz na cauda, ou dispositivos que mudam de cor com a monta. O uso desses dispositivos junto com uma observação cuidadosa aumenta as probabilidades de concepção.

Para maximizar as taxas de sincronização com os protocolos de sincronização as injeções devem ser intramusculares profundas. Quando aplicar injeções, assegure que as vacas estão sob contenção. Não seria necessário dizer que deve se assegurar que as injeções estão sendo dadas no momento adequado e na dose certa. As variações de momento e dose podem resultar em uma diminuição da taxa de sincronização, comprometendo a concepção.

3) Inseminar as vacas no momento ótimo antes da ovulação.

A inseminação de vacas aproximadamente 12 horas antes da ovulação resulta nas maiores taxas de concepção. As vacas ovulam aproximadamente 28 horas depois do inicio da aceitação de monta. Isto significa que as vacas com estro detectado por observação visual ainda devem ser inseminadas pela regra manhã/tarde.

4) Técnica IA.

O local de deposição dos espermatozóides tem um efeito sobre a fertilidade de vacas leiteiras em lactação. O sêmen deve ser depositado próximo do corpo do útero ou dividido entre os cornos uterinos. Dados do laboratório do Dr. Ray Nebel da Virginia, EUA, indicam que a deposição do sêmen no colo reduz a fertilidade em aproximadamente 20%.

Dados de fazendas em Michigan, indicam que a IA profunda no corno uterino aumenta a fertilidade. Em um estudo de Michael Diskin na Irlanda, a IA profunda no corno uterino aumentou a fertilidade de vacas leiteiras holandesas em lactação.

É interessante que houve um efeito do inseminador. Alguns inseminadores profissionais consistentemente aumentam a fertilidade, alguns não têm nenhum efeito, e um chegou a diminuir a fertilidade com a IA profunda no corno uterino. Este estudo teve um número suficiente de vacas para poder interpretar o impacto de cada inseminador sobre a fertilidade.

A manipulação excessiva do corno uterino deve ser evitada, por isso o sêmen deve ser depositado o mais profundamente possível com um mínimo de manipulação. Simplesmente levantar o trato para endireitar os cornos pode ser o suficiente para alcançar a grande curvatura dos dois cornos (dividindo o sêmen entre os cornos).

5) Se possível, incorpore touros de alta fertilidade ao seu programa reprodutivo.

É importante observar que a seleção de touros de alta fertilidade deve ser secundária à de seleção de touros com base no Mérito Líquido US$. Para ter um impacto sobre a fertilidade, é recomendado usar touros com valor +2 ou maior de taxa de concepção relativa estimada (ERCR) com repetibilidade > 90%.

6) Reduzir o estresse calórico do verão.

O estresse térmico reduz as taxas de concepção. Os ventiladores são absolutamente necessários no sistema free-stall. Sistemas de aspersores podem ser uma alternativa em casos de clima extremamente quente. Para animais mantidos a pasto, é imprescindível a manutenção das áreas de sombra.

7) Usar dispositivos intravaginais de progesterona em vacas que não estão ciclando no início dos protocolos de sincronização.

Os dispositivos de liberação de progesterona são inseridos na vagina das vacas para ajudar a induzir as vacas que não estão ciclando a iniciarem os ciclos estrais. Os dispositivos intravaginais de progesterona parecem melhorar a fertilidade em vacas que não estão ciclando e que são inseminadas em tempo fixo.

Uma das principais razões para a baixa fertilidade do rebanho quando se usa protocolos de sincronização da ovulação é que muitas vacas não estão ciclando. As vacas que não estão ciclando têm taxas de concepção mais baixas quando comparadas com as vacas cíclicas. Para identificar as vacas que não estão ciclando, recomendamos que o veterinário do rebanho examine-o rotineiramente antes do inicio dos protocolos, se as vacas forem diagnosticadas como em anestro, sem a presença de um corpo lúteo (CL) funcional ou regredido, devem ser tratadas com protocolos que incluam os dispositivos intravaginais de progesterona.

Estas questões e muitas outras apresentadas por diversos pesquisadores irão, um dia, resultar em maneiras de se melhorar as taxas de concepção em vacas leiteiras em lactação. Ainda que a comunidade científica não tenha encontrado a "bala mágica" para curar os problemas de fertilidade das vacas leiteiras, existem inúmeras estratégias comprovadas que podem ajudar a manter a fertilidade máxima das vacas leiteiras. Cabe a nós, técnicos e proprietários, usá-las da melhor forma possível.

RICARDA MARIA DOS SANTOS

Professora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia.
Médica veterinária formada pela FMVZ-UNESP de Botucatu em 1995, com doutorado em Medicina Veterinária pela FCAV-UNESP de Jaboticabal em 2005.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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