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Incidência de fêmeas repetideiras de cio em rebanhos leiteiro mestiço submetido à IATF e sincronização de cio

Por João Cisconi Giocondo Cesar¹, Fransergio Rocha de Souza¹, Luísa Cunha Carneiro¹, Flavia Freire Franco¹, Ricarda Maria dos Santos¹

Estes dados serão apresentados no 26th World Buiatrics Congress que será realizado em Santiago, Chile, de 14 a 18 de novembro de 2010


O baixo desempenho reprodutivo determina menor produção de leite e de bezerras, incremento nas despesas de manutenção com vacas secas, maiores taxas de descarte e maior número de doses de sêmen por concepção.

A eficiência reprodutiva de um rebanho é um dos componentes mais importantes no desempenho econômico de uma propriedade de produção de leite (GROHN e RAJALA-SCHULTZ, 2000). Os problemas reprodutivos podem ser considerados fatores limitantes para pecuária leiteira dentre estes a repetição de cio é um dos graves fatores que afetam a eficiência reprodutiva.

Uma vaca com várias coberturas, sem problema diagnosticável, é chamada de "repetideira" ou "repeat breeder", esse termo é utilizado para definir uma infertilidade em vacas e novilhas que, embora apresentem ciclos estrais e cios normais, necessitam de três ou mais coberturas ou inseminações para serem fecundadas.

Como qualquer outro problema reprodutivo, a chave para identificar ou confirmar o problema das vacas que estão apresentando repetições de cio frequentes após as inseminações, é a manutenção de um bom sistema de registros. Quando a porcentagem de vacas "repeat breeder" é identificada como um problema, as causas devem ser pesquisadas.

O objetivo deste estudo foi avaliar a incidência e os fatores correlacionados com a ocorrência de fêmeas repetidoras de cio em um rebanho leiteiro de vacas mestiças submetido regularmente á protocolos de sincronização da ovulação.

O experimento foi conduzido numa fazenda leiteria comercial do Triângulo Mineiro, durante o período de fevereiro de 2009 a janeiro de 2010. Os registros foram obtidos a partir de um rebanho com 500 vacas em lactação, mantidas em pastagem durante a estação chuvosa e em confinamento na estação seca, produzindo 19,5 kg de leite / dia.

Foram analisados os dados de 371 novilhas e 997 vacas leiteiras mestiças (Holandês x Jersey) criadas em clima tropical no sudeste do Brasil, no estado de Minas Gerais. Os animais foram rotineiramente submetidos à inseminação artificial em tempo fixo (IATF) ou sincronização de estro com prostaglandina. O diagnóstico de gestação foi realizado com ultra-som em 28 a 35 dias após a IA e novamente verificados 45 dias pós-inseminação. As vacas foram inseminadas até o quarto serviço e depois submetidas à monta natural controlada.

Para a coleta dos dados de "vacas repetideiras" foram realizadas visitas mensais à Fazenda, para realização dos diagnósticos de gestação e onde se coletou registros como: ordem de lactação; data da IA; tipo da IA (IATF vs. IA convencional); produção de leite; dias pós-parto no momento da IA (para vacas lactantes); e número de inseminações anteriores.

A incidência de fêmeas repetideiras de cio foi maior (P<0,001) nas vacas em lactação (24,5%) do que nas novilhas (6,5%). Isso ocorreu provavelmente devido as diferenças metabólicas existentes entre vacas e novilhas, devido principalmente em relação a adaptações fisiológicas necessárias para a produção de leite. O metabolismo da vaca leiteira está voltado para a produção de leite em detrimento a outras atividades metabólicas, tais como mantença, crescimento e reprodução (SHORT et al., 1990).

Como a incidência de novilhas repetideiras foi baixa e diferente das vacas em lactação, os dados que serão apresentados a seguir são referentes apenas as vacas lactantes.

Tabela 1. Efeito da estação do ano na taxa de repeat breeder em vacas mestiças leiteiras.



Não foi detectado efeito (P = 0,078) da época de parição na incidência de vacas repetideiras. A incidência de vacas repetideiras foi de 26,7% nas vacas que pariram nos meses de primavera/verão e de 22,8% nas paridas nos meses de outono/inverno (Tabela 1), provavelmente devido longa duração da gestação e da lactação das fêmeas bovinas, os efeitos de época do ano não foram detectados. Concordando com Guimarães et al. (2002), que também não encontram efeito de estação do ano nas características reprodutivas estudadas relacionadas com intervalo de partos e ao primeiro serviço, quando trabalharam com vacas de diferentes graus de sangue Holandes/Zebu.

Tabela 2. Efeito do tipo de parto na taxa de repeat breeder em vacas mestiças leiteiras.



O tipo do parto (normal vs. anormal) não teve efeito (P = 0,535) sobre a incidência de vacas repetideiras (Tabela 2). Isso ocorreu provavelmente devido ao fato das vacas estudadas serem mestiças, e mesmo tendo problemas ao parto, como aborto, natimorto, distoicias e parto gemelar, tiveram uma recuperação pós-parto adequada, o que não comprometeu a eficiência reprodutiva das mesmas, contrastando com os achados de Leite et al. (2001) que em um trabalho realizado com vacas Holandesas observaram que o intervalo parto/concepção foi afetado significativamente pela ocorrência de natimortos. Vacas que pariram natimorto apresentaram 51,2 dias a mais de intervalo parto/concepção que as vacas com parto normal.

Tabela 3. Efeito da taxa de repeat breeder de acordo com a ordem de lactação em vacas mestiças leiteiras.



Foi detectado efeito (P = 0,029) do número de lactação sobre a incidência de vacas repetideiras (Tabela 3). O índice de vacas repetideiras foi maior em animais de segunda lactação. Isso ocorreu provavelmente porque essas vacas ainda estavam em fase de desenvolvimento e a produção de leite já era maior do que nas vacas primíparas. Concordando com Silva et al. (1992) que relataram que maiores intervalos entre partos ocorrem nas fêmeas de primeiro e segundo parto, devido ao estresse da lactação e ao desenvolvimento físico ainda incompleto.

Conclusão

A incidência da condição de repetição de cio foi de 24,5% em vacas mestiças em lactação e de 6,5% nas novilhas. Esta condição pode ser considerada como um fator que compromete a eficiência reprodutiva de vacas leiterias mestiça.

¹Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia

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BRUNO LUIS

CUIABÁ - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 22/07/2020

Vejo diversas causas que justifica o retorno de cio mas não consigo encaixar nada com o problema que tenho, sempre tive ótimas taxas de cobertura, sendo por IA ou monta natural mas de alguns meses para cá meu problema se tornou sério, boa parte das minhas vacas em lactação estão vazia e um alto DEL, meu manejo é exatamente igual, o clima é o mesmo, o material usado é de boa qualidade, o problema não é o touro e mesmo assim as vacas voltam a ciclar cerca de 21 a 25 dias após serem inseminadas ou cobertas, achei que seria a troca do núcleo, voltei ao antigo e nada, achei que seria a ureia, reduzi praticamente a zero e nada, o score corporal sempre ok, a avaliação do aparelho reprodutivo também. Enfim, estou perdendo sono com td isso!
CELSON DE PAULA VARGAS

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/12/2017

Celson Vargas, estou com problemas de atraso no cio de meu gado, girolando. 85% estão entrando no cio a partir do quarto mês de lactação ou até mais. Quais seriam as possíveis causas disso? As informações acima destacaram muito bem as pesquisas, mas não abordou causas. Por favor, se puder nos ajudar.



Celson de Paula Vargas.

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