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Vale a pena tratar a mastite subclínica causada por S. aureus durante a lactação?

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 19/02/2008

4 MIN DE LEITURA

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O tratamento imediato da mastite clínica é, atualmente, uma medida altamente recomendável, tanto do ponto de vista do bem estar e saúde da vaca, quanto da busca do retorno imediato da produção de leite e da redução de perdas econômicas resultantes da ocorrência da doença. Na realidade, o produtor praticamente se vê obrigado a tratar a vaca, pois o leite não pode ser comercializado, além de correr o risco de ter o agravante do caso e, como resultado, a vaca pode perder o quarto ou ter a sua capacidade produtiva seriamente comprometida.

Não se pode usar o mesmo raciocínio acima para a decisão de tratar ou não casos de mastite subclínica em rebanhos leiteiros. Não custa lembrar que vacas que apresentam casos de mastite subclínica não apresentam quaisquer sintomas visíveis de alteração das características do leite ou do úbere, sendo que somente por métodos diagnósticos como o CMT (California Mastitis Test) ou a CCS (contagem de células somáticas) do leite, pode-se confirmar a ocorrência da forma subclínica. O leite de vacas com mastite subclínica pode ser consumido, ainda que, dependendo da prevalência da doença em nível de rebanho, exista a preocupação de descontos em termos de remuneração pela CCS do tanque.

Na busca de soluções rápidas para redução da ocorrência de mastite subclínica, alguns produtores podem tentar o tratamento dessas vacas durante a lactação, visando assim, não somente reduzir a CCS do tanque e melhorar o preço do leite, mas também diminuir o potencial de transmissão de agentes contagiosos entre as vacas. A recomendação de tratamento dos casos subclínicos ao longo da lactação, geralmente, só é indicada para a mastite causada por Streptococcus agalactiae, uma vez que esse agente, que é altamente contagioso e causa grande elevação de CCS, é muito sensível ao tratamento intramamário com antibióticos como as penicilinas e cefalsporinas.

Contudo, para os demais agentes, em particular para o Stahylococcus aureus, a recomendação geral é de ser mais adequado e vantajoso o tratamento da mastite subclínica no momento da secagem, usando-se a terapia da vaca seca em todos os quartos.

Para avaliar o custo benefício do tratamento de mastite subclínica causada por S. aureus, foi desenvolvido um estudo na UNESP de Jaboticabal, que contou com a avaliação de 270 quartos mamários de um rebanho leiteiro ao longo de dois anos. Após uma avaliação dos quartos pelo CMT e do isolamento daqueles positivos para S. aureus, o quartos foram distribuídos em 4 diferentes grupos com relação ao estágio de lactação: grupo 1, formado por animais entre 10 e 60 dias da lactação e tratados contra mastite; grupo 2 composto por animais entre 61 dias da lactação e dois meses antes da secagem e tratados contra mastite; grupo 3 e 4, sendo formados por animais com as mesmas características em termos de estágio de lactação do grupo 1 e 2 , respectivamente, mas que não receberam o tratamento. Para os grupos 1 e 2, foi realizado o tratamento intramamário com 150 mg de gentamicina, por 3 dias consecutivos.

Para avaliação da relação custo:benefício dos animais tratados, foram realizadas pesagens individuais da produção de leite de cada quarto mamário selecionado e do quarto contralateral sadio do mesmo animal durante duas ordenhas consecutivas (no momento do diagnóstico e 30 dias após a realização dos tratamentos), o que funcionaria como controle em termos de produção de leite. Para a realização dos cálculos foram considerados os custos do medicamento, o preço do leite, descarte do leite com resíduos, custos de mão-de obra de análises laboratoriais, assim como as receitas geradas pela produção de leite de cada grupo.

Os principais resultados de CCS e produção de leite de quartos estão apresentados na Tabela 1 e 2. Houve redução da CCS dos quartos após o tratamento, no entanto o tratamento da mastite subclínica realizado durante a lactação não foi capaz de determinar significativa elevação da produção de leite dos quartos tratados. Para os animais que receberam tratamento intramamário, as taxas de cura obtidas para os grupos 1 e 2 foram de 79% e 83,3%, respectivamente.

Tabela 1. Valores médios da contagem de células somáticas (CCS) de quartos mamários tratados e não tratados com gentamicina e quartos sadios.


Grupos 1 e 3: 10 a 60 dias pós-parto; grupos 2 e 4: início do terceiro mês pós-parto até dois meses antes da secagem.
* Diferenças significativas em relação aos quartos sadios (P<0,05); ns= não significativo (P>0,05).
Fonte: Zafalon, et al. 2007.

Tabela 2. Valores médios de produções lácteas de quartos mamários tratados/não tratados com gentamicina e quartos sadios.


(1) 10 a 60 dias pós-parto; (2) início do terceiro mês pós-parto até dois meses antes da secagem.
* Diferenças significativas em relação aos quartos sadios (P<0,05); ns= não significativo (P>0,05).

Fonte: Zafalon, et al. 2007.

Quando se considera os cálculo de custo:benefício do emprego do tratamento, as conclusões do estudo indicaram redução de 2% e 14% das receitas nos grupos 1 e 2, respectivamente, quando comparada com as receitas obtidas antes do tratamento, demonstrando que nas condições avaliadas, o tratamento da mastite subclínica causada por S. aureus, durante a lactação, não foi viável.

Da mesma forma, o emprego do tratamento, mesmo com taxas de cura consideradas elevadas, não resultou em aumento da produção de leite em comparação com os quartos sadios, indicando assim que mesmo que o tratamento tenha reduzido a CCS e resultado em melhoria da qualidade do leite, não houve benefícios econômicos como o aumento de receitas para a propriedade avaliada.

Fonte:

ZAFALON, L.F., NADER FILHO, A., OLIVEIRA, J.V. et al. Mastite subclínica causada por Staphylococcus aureus: custo-benefício da antibioticoterapia de vacas em lactação. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., vol.59, no.3, p.577-585, 2007.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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CAIO GOMES

IPERÓ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/09/2013

Professor Marcos, primeiramente parabéns pelo artigo.



Todo estudo, mais ou menos abrangente, mais ou menos rico em detalhes, se desenvolvido e disseminado de forma responsável e firme no que trata, como o professor pondera durante o artigo, sempre será útil a nós, produtores, que analisaremos exatamente o que o estudo toma para si, e então com esclarecimento que nos cabe como obrigação, buscaremos nossas próprias conclusões, de acordo com variáveis particulares de cada propriedade, questões aleatórias ao que trata seu estudo.



Comecei no negócio leiteiro há 2 anos, e nunca sofri com problemas, se quer com CCS altas, mantendo até esse ano meu tanque abaixo de 200.000.

Infelizmente desde Junho iniciou-se um foco de um animal com Aureus e dois com Agalactiae. Repeti o exame essa semana, e foram diagnosticadas 5 vacas com Aureus, e mais 2 com Agalactiae.



Mais infelizmente ainda, são cabeceiras de meu pequeno rebanho de 38 animais, com produções individuais que beiram até 35 Litros, em alguns casos.





Tenho, como toda propriedade, problemas com mão de obra e estrutura, e muita gerando resistencia a instalação de qualquer mudança da rotina.





Desta forma, por não ter formação na área, meu baixo conhecimento técnico foi vencido pelas circunstancias, e eu deixei com que o método errado de isolamento fosse instalado.



Como devo proceder agora com relação a esses animais com Aureus? Não consegui controlar(ou simplesmente em Junho não foi constatado todos os agentes Aureus presentes) o foco apenas com sanitização da teteira no momento pós ordenha do animal com áureus, disseminando a patologia para outros animais.



Li alguns artigos sobre o assunto, bem como tenho através do técnico que me dá assistencia, Adriano Seddon, relato de que o Prof. Paulo Machado reza que apenas 6%, em geral, se curam desse Staphylo. De acordo com tudo que vi e ouvi, concluo que não há solução farmacológica para o momento, mas sim apenas isolamento dentro do manejo. Fora a segregação do lote, haveria alguma outra alternativa da qual o Professor tenha conhecimento?



Grato desde já.





Um abraço!
JULIO CÉSAR MENEZES DE SÁ

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 26/03/2008

Prezado Prof. Marcos dos Santos

Em relação ao artigo e à observação do colega Luiz Veloso, de Goiás, gostaria de colocar em pauta a utilização por via intramuscular da associação entre amoxilina e ácido clavulânico, juntamenteom intramamário com a mesma composição. Tenho acompanhado junto a colegas nos estados em que trabalho, bons resultados na utilização desse protocolo.

Saliento que essa associação consegue ser efetiva contra diferentes patógenos produtores de penicilinase, tal é comprovado pelos resultados clínicos e pelos antibiogramas avaliados.

Muito obrigado.
LUIZ FERNANDO GONÇALVES VELOSO

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/03/2008

Alguém teria algum resultado de tratamento de vacas em lactação, infectadas com S. aureus, utilizando-se outro antibiótico que não seja a Gentamicina?

Regionalmente observamos alto indí­ce de inefi­ciência deste antibiótico. No exame de cultura onde foi detectado o S. aureus, foi também feito o antibiograma e neste foi indicado o uso de ceftiofur. Até recentemente, não tinhamos este princí­pio em pomadas intramamá¡rias, porém, hoje, já existe tal medicamento no mercado. Alguém já utilizou? Seria interessante ver o mesmo trabalho ser realizado com o uso não somente deste, mais de outros antibióticos mais novos.



<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Luiz Fernando Gonçalves Veloso,

Realmente, as taxas de cura para S. aureus são menores que para os demais agentes. Isso se deve a uma série de razões e não somente a fator de resistência aos antibióticos. De qualquer modo, é certo que são necessários estudos para avaliação da eficácia de novos princípios ativos e esquemas de tratamento, conforme você exemplificou. Tão logo tenhamos essas informações produzidas de forma científifica, teremos todo o interesse em disponibilizar para os colegas.

Obrigado pela participação. Atenciosamente, Marcos Veiga
MARIO RENCK REAL

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 12/03/2008


Ok, Prof. Perfeito em suas considerações.

A única liberdade verdadeira é do pensamento.
Divergir é exercer a democracia.
Eu sempre que posso participo (como ouvinte) da defesa de teses nos temas de meu interesse. Recentemente em uma defesa na USP, vi um excelente trabalho ter que ser praticamente reescrito por conta do Material e Métodos.
Vou procurar ler o trabalho na íntegra, em especial seu Material e Métodos na montagem dos grupos.
A tese esta disponível em que local ?

Obrigado pelas respostas

Mario Renck Real
MARIO RENCK REAL

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 10/03/2008

Professor Marcos,

Eu estive fora do ar uns dias e somente hoje voltei ao site. Li com atenção as suas considerações sobre o meu comentário, bem como a dos outros participantes e agradeço pelos esclarecimentos. Neste tipo de conversa, em tese, ninguém tem a intenção de atacar as opiniões aqui colocadas, ao menos é neste sentido que me posiciono.

Os resultados mostram que os antibióticos foram incapazes de solucionar o problema, fato, neste trabalho incontestável. Para mim é a conclusão é ótima pois tenho muitas reservas quanto ao seu uso...

Entretanto, o assunto tratar ou não a Mastite Sub-Clínica renderá ainda acalorados debates e discussões pois as diferentes experiências pessoais e diferentes formas de encarar a situação naturalmente levam ao debate.

Quanto a dificuldade em trabalhar com vacas em lactação continuo com igual pensamento pois é muito difícil estabelecer grupos comparáveis...por mais que se faça a randomização e objetivem-se os parâmetros, alguns ficam fora da análise, porque é praticamente impossível isolá-los. O trabalho comentado, (que eu vou procurar lê-lo na íntegra) ao menos no seu resumo, não faz referência a algumas variáveis importantes na definição da qualidade da resposta do indivíduo tratado, como (voltando ao tema) o escore corporal, o número de lactações das vacas, seu histórico e ficha clínica (aqui referindo-se a eventuais retenções de placenta e vacas com pododermatite etc... que são portas de entrada de bactérias e sobrecarregam o fígado para a detoxicação das endo-toxinas oriundas destes processos etc.) fatores que sabidamente interferem na capacidade de resposta orgânica.

Os dados apresentados também não abordam um fato interessante, posto que o experimento durou 2 anos e foi na mesma propriedade, assim supõe-se que as vacas (a maioria delas) tenha retornado e tenha sido reavaliada na lactação seguinte... Se foi assim pode ter sido re-constatada a presença do Staphylo e ela tenha entrado novamente no grupo (tratado ou não). Desta forma é possível que 1 vaca tenha sido tratada na 1ª fase e tenha caído no grupo das não tratadas na 2ª fase e vice-versa. Pode inclusive ter ocorrido casos de vacas não tratadas nos 2 anos...produzindo com o Staphylo...sem problemas.

Então fica a pergunta, no experimento, que foi feito em fazenda comercial, as vacas (todas) não receberam o tratamento de vaca seca? Este tratamento atinge o Staphylo? Se sim, caberia uma reflexão sobre a eficácia do tratamento de vaca seca.

As variáveis que podem se combinar para o desenlace final são inúmeras e permitem que se coloquem questões, que nem sempre são feitas para serem respondidas. Elas servem de contraponto ao raciocínio lógico, por vezes cartesiano e reducionista, do tipo, tem a bactéria "X" portanto temos um causador da inflamação. A manutenção da mastite (sub-clínica) por vezes independe da presença da bactéria. Enfim, são muitos tópicos que poderíamos ponderar, mas o espaço não permite. Agradeço + 1 vez a oportunidade.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Mario Renck Real,

Obrigado pela sua resposta e pela sua participação. Acho que a discussão e a troca de idéias são fundamentais para crescermos e melhorarmos o nosso entendimento sobre um tema tão importante. Obviamente que o nosso interesse é tornar mais transparente e aumentar a disponibilidade de informações científicas para todos os envolvidos com produção de leite. Não poderia deixar de lembrar que as conclusões de um trabalho científico, que no caso passou por uma defesa de dissertação e depois pelo crivo de mais dois revisores antes de ser publicado, se aplicam a uma situação especifica na qual foi desenvolvida. Todas as demais variáveis que alguém possa levantar ou mesmo contestar ficam em aberto para ser estudado e publicado e eventualmente, contestado ou corrigido.

Sou absolutamente intransigente no respeito à diversidade de opiniões, mas considero que sempre que as argumentações com informações produzidas de forma científica são mais sólidas.

Mais uma vez obrigado pela sua participação.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/03/2008

Prezado Juliano Ricardo Resende,

Primeiramente, obrigado pela mensagem. Sem dúvida alguma, esse seria mais um trabalho de pesquisa em uma área extremamente aplicada ao dia a dia de uma fazenda leiteira, mas obviamente não traz uma solução cabal e definitiva ao assunto. É mais uma contribuição ao nosso entendimento e principalmente, com base em dados científicos, tomarmos uma decisão de manejo.

A minha recomendação pessoal é não trata a mastite subclínica como regra, mas nos casos de alto índice de infecção causada por S. agalactiae seria sim interessante. Sobre o esmalte na extremidade dos tetos, eu não tenho nenhuma informação sobre isso, mas o que se busca atualmente é um selante de tetos com função de bloquear fisicamente o canal do teto após a secagem. Isso já foi conseguido com selante externo (exemplo Dryflex) e um selante interno, que ainda não está disponível no Brasil.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/03/2008

Prezado Eduardo Correa Brito,

Não tenho nenhuma explicação definitiva sobre essa diferença entre as taxas de cura desses tratamentos, mas pelos números são muito próximas. Sobre a produção de leite, lembro que a avaliação foi feita com base no quarto mamário e, portanto as produções ficam abaixo do que esperamos para uma vaca adulta de alta produção. Os animais avaliados tinham média de 10 litros/dia e eram vacas cruzadas.

Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos
CARLOS EDUARDO FREITAS CARVALHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/03/2008

Prezado Marcos Veiga, primeiramente parabéns pelo artigo, isso vem afirmando mais ainda o trabalho que estamos fazendo no campo (técnicos da Confepar - PR),que utiliza pesquisas concretas e eficientes no tratamento da mastite. Não consigo entender como ainda existem pessoas que não se embasam em conhecimentos técnicos para realização de algo, tendo como único interesse o comercial, e não ajudar de verdade a quem precisa no campo, o produtor.

Sem mais,

Carlos Eduardo Carvalho
Eng. Agrônomo - Confepar - Barracão

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Carlos Eduardo Freitas Carvalho,

Obrigado pela sua participação e pela sua mensagem.

Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos
VALDIR CHIOGNA JUNIOR

RIO VERDE - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/03/2008

Caro Juliano Ricardo Resende,

Em nenhum momento tive o intuito de criticar o autor, desprezar o trabalho, ou ridicularizar os resultados dos mesmos, mas apenas de discuti-los de forma imparcial e analítica, pois acredito que este é o papel de pesquisadores, consultores e demais cabeças pensantes de nosso meio ao qual todos nós fazemos parte, e por esta razão assumi responsavelmente, o dever de expor minha humilde percepção da conclusão do referido trabalho.

Mesmo sem termos o trabalho na íntegra, e talvez por isso mesmo, não temos as informações cruciais para chegarmos a uma conclusão clara do assunto discutido, portanto, nos obstivemos a interpretar somente os dados a que tivemos acesso.

A página do relevante MilkPoint, felizmente, não é lido somente por técnicos como nós, mas também por produtores, gerentes, estudantes, e funcionários rurais em geral, e estes, muitas vezes não tem uma análise acadêmica dos trabalhos expostos, e portanto, assumem a conclusão do autor do trabalho como a sua própria conclusão, e levam isto como verdade absoluta. E estes acontecimentos geram mitos, lendas, que acabam trazendo conflitos entre produtores e técnicos, levando a desgastes desnecessários.

Mas é claro também que apoiamos e incentivamos a dissociação da informação, pois é indispensável para o desenvolvimento rural, este elo entre o campo e a pesquisa.

Um abraço a todos, peço desculpas ao Prof. Marcos se transpareci arrogância, ou qualquer outro sentimento desprezível sobre sua pessoa ou trabalho.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Valdir Chiogna Junior,

Acho fundamental a discussão sadia e bastante franca sobre os temas mais polêmicos. Isso fortalece a todos e é absolutamente necessária a participação de cada um com as suas opiniões. Não se preocupe, pois estamos sempre abertos para receber as opiniões.

Atenciosamente,

Marcos Veiga dos Santos
EDUARDO CORRÊA BRITO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/02/2008

Prezado Prof. Marcos Veiga,

Gostaria de saber, em primeiro lugar, o motivo pelo qual os animais em final de lactação tiveram uma cura maior do que os animais em inicio de lactação (83,3% vs 79,9%)? O segundo questionamento seria em relação ao grau de sangue e produção media por lactação dos animais do experimento?

E a terceira dúvida é em relação à unidade de medida que foi utilizada para medir a produção dos animais (a tabela 2 fala em gramas, ou seja 2.500 gramas)?
JULIANO RICARDO RESENDE

UBERABA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/02/2008

Boa tarde. Bom, antes de mais nada, gostaria de dar minha opinião sobre as considerações dos colegas.
Nenhum trabalho de pesquisa deve ser considerado como verdade absoluta, pois se fosse assim, não se pesquisava mais sobre inúmeros assuntos já tão estudados. No entanto, dentro das condições do trabalho, a conclusão pode ser uma verdade absoluta até que alguém prove ao contrário. Se neste estudo não foi viável o tratamento, essa deverá ser a conclusão do autor, sem economia de palavras. No entanto, cabe ao técnico ponderar as inúmeras variáveis, pois estamos tratando de condições ambienteis, efeitos da natureza, etc.

Eu percebo também que algumas considerações são no intuito de criticar o autor e não de realmente esclarecer uma ou outra dúvida, o que considero desnecessário.
Professor, você como consultor, diante da grande experiência e de muitos trabalhos, tem recomendado o tratamento da mastite sub-clínica?

Eu li uma reportagem onde uma pessoa recomendou passar esmalte no esfincter quando secar a vaca, qual a sua opinião sobre isso?

Obrigado e parabéns pelo trabalho
Juliano Ricardo Resende
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/02/2008

Prezado Ivar Biava,

Quando o úbere está "empedrado" é sinal de que existe um grau de inflamação muito grave ou que ocorreu algum tipo de fibrosamento. Geralmente, o sintoma de endurecimento do úbere ocorre em casos graves de mastite aguda causada por agentes ambientais (coliformes) e está associado ao tipo de resposta que a vaca tem contra esses agentes.

O tratamento é basicamente contra os sintomas (antinflamatórios não esteroidais, antibiótico sistêmicos, fluidoterapia e anti-térmico no caso de febre), sendo que a ordenha mais freqüente do quarto pode auxiliar na melhora dos sintomas.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/02/2008

Prezado Ivar Biava,

Provavelmente isso ocorre porque não ocorreu a cura microbiológica (não houve a eliminação do agente causador da mastite) e sim houve a cura somente do sintoma clínico. Nesse caso, recomenda-se a realização de cultura microbiológica para identificar o tipo de agente e ter um melhor prognóstico para saber se vale a pena ou não outra tentativa de tratamento.

Atenciosamente, Marcos
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/02/2008

Prezado Mario Renck Real,

Obrigado pela sua participação. Vou procurar responder pontualmente as suas questões levantadas:

1) Efeito de época do ano: esse fator já foi controlado, porque as vacas foram tratadas na mesma época do ano, sendo feita a distribuição aleatória entre tratados e não tratados (a randomização é uma das premissas em termos de delineamento experimental).

2) Não vejo dificuldades de estudar vacas em lactação, uma vez que o estudo é justamente como tratamento de mastite durante a lactação (não vejo outra forma de estudar isso se não for na lactação). O fator de dias em lactação e número de lactação também deve (e foi) balanceado entre os grupos, para evitar diferenças de resposta.

3) Escore de condição corporal: essa variável não teria significância alta (e não foi objetivo do estudo) a não ser para vacas com escore muito baixo ou alto, pois estamos analisando uma resposta a um tratamento.

4) O fato de uma porcentagem de vacas não ter cura em relação ao agente S. aureus é absolutamente normal, dado que esse agente em particular tem mecanismos de proteção que dificultam a ação do medicamento e/ou a chegada do medicamento ao local de presença do agente, entre outras razões.

Desta forma, em minha opinião, o trabalho aborda um importante e atual aspecto da viabilidade do tratamento de mastite, e foi muito bem delineado e desenvolvido, tanto que foi publicado em periódico de alto prestígio. No caso específico, deve-se enfatizar que as conclusões são válidas para as condições que o estudo foi desenvolvido e não se pode inferir que os resultados sejam os mesmo para condições diferentes. Não se trata simplesmente, por outro lado, de termos conclusões definitivas sobre um assunto (tratar ou não a mastite durante a lactação) e sim demonstrar com resultados de pesquisa (o que considero fundamental) o uso ou não de uma tecnologia.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/02/2008

Prezado Valdir Chiogna Junior,

Obrigado pela sua mensagem e pela participação. Em relação as suas
observações, gostaria de salientar que o espaço dos radares técnicos é
justamente para a apresentação de resultados dos estudos em
desenvolvimento, assim que para possibilitar uma avaliação crítica dos
resultados.

No caso em questão, o estudo foi muito bem delineado e buscou-se fazer
os controles necessários para a obtenção de conclusões fundamentas.
Deve-de enfatizar que a conclusões e aplicam para as condições em que
foi desenvolvido (preço, taxa de cura, etc).

Em minha opinião, não se trata de tomar ou não como verdade
determinado resultado ou conclusão e sim, com base nessas informações
e quando for conveniente, os técnicos e produtores terem mais
ferramentas para a tomada de decisões, como por exemplo, sobre tratar
ou não a mastite subclínica.

Por outro lado, a sua sugestão de tratar ou não com outras
alternativas, conforme você indicou, somente teria justificativa se
fosse embasada em trabalhos científicos realizados por institutos de
pesquisa ou unversidades, o que infelizmente ainda não existe.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARIO RENCK REAL

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 23/02/2008

Também deve ser considerada a variável época do ano, pois, segundo o autor, o intervalo de coleta dos dados foi de 2 anos, e sabidamente há diferenças de respostas dos animais em relação a época do ano e ao tipo de desafio ambiental (maior ou menor).

Analisando o trabalho e os comentários dos técnicos, fica clara a enorme dificuldade de se estudar as vacas em lactação, em face ao grande número de variáveis.

Ainda poderiam ser considerados os aspectos de escore corporal das vacas, que influenciam diretamente na resposta orgânica, na imunidade e capacidade de recuperação, além de, como bem salientou o Dr Valdir, o estudo não apresenta por faixa etária e número de lactações, o que é um dado relevante na capacidade de resposta dos animais.

Interessante também demonstrar que, em média, 20% das vacas tratadas continuaram com a presença do Staphylo, o que sugere que outros fatores estavam envolvidos na pesquisa, que não foram tratados ou cogitados no artigo.

Portanto, a meu ver, a pergunta inicial do autor fica sem resposta conclusiva ou no mínimo, abre espaço para novos artigos sobre a questão proposta.
IVAR FRANCISCO BIAVA

CHOPINZINHO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 23/02/2008

Por que a mastite retorna 10 dias após o tratamento?
IVAR FRANCISCO BIAVA

CHOPINZINHO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 23/02/2008

Quando o úbere fica "empedrado", qual o tratamento? Qual a diferença do úbere estar inflamado e empedrado duro? O que causa o endurecimento do úbere?
VALDIR CHIOGNA JUNIOR

RIO VERDE - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 20/02/2008

O fato que deve ser avaliado neste trabalho é o estágio da lactação das vacas em questão. Segundo o autor, as vacas do grupo 1 e 3 estão caminhando para o pico de lactação. No 1, que foi tratado e a ccs abaixou, consegue-se notar que a produção aumentou, embora não significativamente como deveria, fato que só pode estar associado ao episódio da mastite. E o grupo 3, não tratado, diminuiu a produção, quando por condicões fisiológicas deveria aumentar, fato também propício de influência de mastite não tratada.

Nos grupos 2 e 4 também, fisiologicamente, ja deveríamos esperar que a produção caísse, por estarem avançando para o final da lactação, mesmo tratados ou não.

Outro fator a ser observado, são os números da ccs, que no patamar apresentado, não ocasionariam, segundo estudos, impactos acentuados na produção. Notaríamos diferença significativa, quando estes números ultrapassassem 1.000.000, onde, a partis daí, teríamos um decréscimo na produção de até 20%.

Portanto, na minha opinião, pelo presente trabalho, não podemos tomar como verdade, que com tratamento da mastite subclínica não obteremos retorno econômico, ou que o aumento da ccs não prejudica a produção leiteira do animal, e sim que nos numeros em questão, não justifica-se, economicamente, um tratamento oneroso e invasivo como a antibioticoterapia intramamária.

Nesta situação, podería-se, ou não intervir, ou utilizar um tratamento alternativo como a homeopatia, visando não agravar a situação, e naão ter perdas por descarte de leite com resíduos.
RAFAELA RIZZARDI

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL

EM 19/02/2008

Interessante esta avaliação em relação ao tratamento da Mastite Subclínica. Mesmo que os dados referenciais demonstrem que com o tratamento não houve aumento na produção de leite, por que então vários estudos demonstram que as perdas por mastite subclínica somam mais de 70% na atividade leiteira e uma redução média de 45% na secreção mamária?

Acredito que demonstrar esta relação custo:benefício é importante, mas esta relação também pode ser equilibrada quando há tratamento e se consegue melhorar a qualidade do leite, redução de CCS e o produtor é pago por isso. Somente quando não se paga pela produção pode-se pensar em não fazer tratamento.

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