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Uso de calcário em cama reduz contaminação microbiana

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 08/04/2009

3 MIN DE LEITURA

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Um dos principais desafios atuais na prevenção da mastite é o controle dos agentes ambientais. Isso ocorre não somente porque grandes investimentos de pesquisa foram prioritariamente direcionados para o controle dos agentes contagiosos, mas também pela ampla distribuição e pela impossibilidade de erradicação dos agentes ambientais.

O principal reservatório dos agentes ambientais (p.ex., Escherichia coli, Klebisiella spp., Streptococcus spp) é o próprio ambiente que a vaca vive. Os resultados de estudos apontam que existe uma relação positiva entre a taxa de infecções intramamárias causadas por coliformes e a contaminação da extremidade dos tetos. Em outras palavras, quanto maior a contaminação dos tetos, maior é o risco da vaca apresentar mastite ambiental.

Em sistemas confinados, como o free-stall, um dos principais reservatórios de agentes ambientais é a cama das baias, o que significa que a manutenção da limpeza dos tetos depende de um bom design da baia e do manejo de limpeza da cama. Diversas estratégias de manejo da cama têm sido usadas, entre as quais o uso de calcário, diretamente sobre a cama ou sobre o colchão de lona, é uma das mais difundidas.

Um estudo recente avaliou a eficácia de cinco diferentes tipos de tratamento para cama em relação à redução da contaminação microbiana da cama em sistemas tipo free-stall. Foram testados os seguintes produtos em relação ao controle (sem adição de qualquer produto): adição de calcário, desinfetante ácido comercial, cinzas (subproduto da queima do carvão) e maravalha de madeira. A aplicação dos produtos foi feita a cada dois dias em camas a base de borracha, para grupos de 30 vacas, dentro do seguinte esquema: 0,5 kg de calcário, 120 ml de desinfetante ácido comercial, 1 kg de cinzas e 1 kg de maravalha de madeira. Após os tratamentos foram feitas avaliações da contagem de agentes ambientais na cama e na extremidade dos tetos.

Os resultados obtidos no estudo indicaram que o tipo de tratamento da cama teve efeito altamente significativo em relação à contaminação por agentes ambientais, sendo que o calcário foi o produto que apresentou a maior eficácia, seguido da aplicação do desinfetante comercial. Em relação ao controle, a aplicação de calcário reduziu a contagem de coliformes em 2,6 vezes, a contagem de Klebisiella em 2,80 vezes, a de E. coli em 3,4 vezes e a de Streptococcus spp em 3,25 vezes. O uso de maravalha de madeira apresentou as maiores contagens de Klebisiella spp similares ao procedimento controle, o que aponta para uma grande dificuldade de controle deste agente quando se usa esse tipo de cama.

Quando foi avaliada a contaminação na extremidade dos tetos, o único procedimento que apresentou eficácia em termos de redução tanto de coliformes quanto de Klebisiella spp foi o uso do calcário. Em termos de contagem de Streptococcus spp, nenhum dos tratamentos foi eficiente na redução da contaminação dos tetos em relação ao controle. Em síntese, os resultados indicam que o único tratamento que reduziu de forma significativa a contaminação por agentes ambientais na cama foi a aplicação de calcário. Como era esperado, a cama atingiu pico de contaminação após 36-48 hs da aplicação dos tratamentos, enquanto a contaminação dos tetos atingiu valores máximos após 12 hs da aplicação dos produtos na cama. É bom lembrar, que além do manejo da cama, o tipo de material usado apresenta impacto direto sobre o nível de limpeza das vacas, principalmente em relação às seguintes características: capacidade de absorção de umidade, capacidade de redução de crescimento de um grupo específico de microrganismo (exemplo: Klebisiella spp cresce rapidamente em maravalha de madeira) e destino da cama depois do uso. Um bom manejo de cama resulta em vacas com tetos limpos e secos, o que auxilia no controle da mastite ambiental.

Fonte: Kristula, et al., J. Dairy Sci. 91:1885-1892, 2008.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JONES DA COSTA JUNQUEIRA

RESENDE - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/08/2019

Boa tarde prof. Marcos Veiga , gostaria de saber sua opinião sobre tratamento da cama de maravalha com calcario. Se recomendado qual a dosagem para m² de cama. A cama tem 55 cm de altura. 13 vacas por m². Meu nome é Jones Junqueira , sou de Quatis RJ. Acompanho e aprecio muito seus artigos. Obrigado.
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 27/08/2019

Prezado Jones, não sei se entendi bem a sua mensagem. Pela sua descrição a cama seria de um composto ou free-stall (13 vacas por m2????). A recomendação de adição de calcário seria para camas de free-stall.
fico no aguardo para entender melhor a sua questão, atenciosamente, Marcos Veiga
EM RESPOSTA A MARCOS VEIGA SANTOS
JONES DA COSTA JUNQUEIRA

RESENDE - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/12/2019

boa tarde senhor Marcos , desculpe o ocorrido, é compost e a densidade é 1 vaca para 13 m². A cama é serragem. Cabe usar calcáreo na serragem como prevenção de MASTITE , qual a dosagem? Desde já agradeço.
DIEGO STURMER

GUARACIABA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2018

Boa noite
Gostaria de saber se o uso de calcário ou de produto químico(virkon S) em cama de composto barn para diminuir a pressão de microrganismos patogênicos pode afetar a fermentação da cama.
Aguardo resposta
DIEGO STURMER

GUARACIABA - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/03/2018

Boa noite.
Gostaria de saber se é possivel o uso de calcario ou de produto químico( virkon S) em cama de compost barn para diminuição de CBT, e se o uso desses produtos afeta a fermentação da cama?
Obrigado
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 14/03/2018

Diego, não recomendo o uso de calcário ou outro produto químico como aditivo de cama de compost-barn. Não tenho conhecimento de estudos sobre este tipo de recomendação, atenciosamente, Marcos Veiga
DEOCY FRANCA

CURITIBA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 08/09/2009

Prezado Prof. Marcos,

A utilização de pó secante,formulado com agentes antiumectantes,tem se mostrado eficiente na secagem de uberes e pisos,assim como na cicatrização de feridas de tetas e mãos de ordenhadores.

Atenciosamente

Deocy França

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Deocy Franca,

Obrigado pela mensagem. Atenciosamente, Marcos Veiga
MILTON ANTÔNIO D´OLIVEIRA

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2009

Prof. Marcos,
Nosso gado, na seca, após as ordenhas(02) vão para um canzil concretado e coberto onde damos cana, cevada, concetrado. Após alimentar-se são soltas e ficam nas proximidades do cocho, área terra sobreada onde deitam-se, etc. Recentemente sugeriram que fosse jogado cal nessa área para "limpeza" porem sem saber a frequência. Você tem conhecimento dessa pratica e procedimentos ? Com relação ao calcário seria tambem uma alternativa; se sim como proceder, etc.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Milton Antônio D´Oliveira,

Os dados do trabalho sobre calcário foram obtidos em outra situação (cama com colchão em free-stall) e eu não acredito que isso possa ser usado na sua situação. Ainda que seja difícil do ponto de vista de execução, a melhor recomendação seria manter o local o mais limpo e seco possível. Acho que o uso do calcário teria pouco efeito, além do fato de reduzir a umidade. Pela sua mensagem isso ocorre principalmente no período seco, quando o problema ambiental é menor.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ANTONIO FRANCISCO CHAVES NETO

ARAPONGAS - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/07/2009

Gostaria de saber da possibilidade da utilização do calcáreo em camas de maravalha no tie-stall, e se o calcáreo utilizado foi o calcítico ou o dolomitico, desde já agradeço a atenção.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Antonio Francisco Chaves Neto,

No artigo em questão não se menciona sobre o tipo de calcário utilizado, mas acredito que ambos os tipos podem funcionar, pois basicamente a diferença entre os dois é a diferença de teores de cálcio e magnésio, o que não deve interferir no resultado em relação ao uso em camas de maravalha.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MÁRCIA LUANE M. ANDRADE

REDENÇÃO - PARÁ - ESTUDANTE

EM 22/05/2009

Parabéns!
É uma ótima solução para a prevenção de possíveis doenças infectocontagiosas, além de serem métodos simples e baratos e de grande importância para o meio acadêmico!
EDUARDO COGO ABIB

OUTRO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/04/2009

Bom Dia!

Gostaria de saber se a Cal pode ser usada no lugar do calcario. E qual o intervalo ideal entre uma aplicação e outra?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Eduardo Cogo Abib,

O artigo em questão fez uso do calcário (CaCO3). Considerando que a cal é (CaO) é uma base e que tem outra composição eu não tenho informação se pode ocorrer essa substituição. Aparentemente, são produtos parecidos, mas com composição e comportamento químico diferentes, o que me indica que não deveria ser utilizada a Cal para essa finalidade, a não ser que tenhamos um outro estudo avaliando o seu uso. No estudo em questão, o calcário foi usado dia sim, dia não.

Atenciosamente, Marcos Veiga
RODRIGO DE PAULA LONGO CUNHA

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 23/04/2009

Prof. Marcos,

Qual seria o melhor manejo considerando cama de free-stall com areia? E se tem algum trabalho comparando o uso de formol e de calcário e qual a frequência de uso.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Rodrigo de Paula Longo Cunha,

O trabalho que foi apresentado no radar técnico tratava do uso do calcário para camas com colchões e não camas de areia. A minha opinião é que para camas de areia o impacto do calcário deve ser muito pequeno. Na minha opinião um bom manejo de cama, deve ser o de reposição quinzenal de areia nas camas (areia nova) e diariamente retirar o esterco das camas que estão sujas.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARINA DE FATIMA RIBEIRO

SÃO LOURENÇO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/04/2009

Boa Tarde.
Trabalho com gado de leite e esta matéria me serviu muito, pois o nosso manejo se resulta em 10 baias com cama de areia e pó de serra (maravalha) e temos dois free stall com cama só de areia. Fazemos lógico limpeza diária e jogamos Cal só em outras partes e não diretamente na cama, estou com problemas de CCS alta pois não consigo diminuir. Como posso dentro do meu manejo me adequar melhor? Devo tirar a maravalha das baias?

Espero um retorno e agradeço a matéria.

Abraços
Marina

<b>Resposta do autor:</b>

Prezada Marina de Fatima Ribeiro,

Obrigado pela mensagem. É muito difícil fazer uma recomendação técnica com poucas informações, mas o passo inicial que você deveria considerar é se a alta CCS tem relação com a ocorrência de mastite ambiental (pouco comum) ou se em razão de agentes contagiosos (o mais provável). Após ter definida essa situação, pode-se então pensar em tomar alguma medida em relação a cama, que teria uma relação somente com a mastite ambiental.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ALEXANDRE DE CARVALHO PIRES

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/04/2009

Os artigos do professor Marcos Veigas sempre nos trazem soluções simples e baratas, como foi o caso do flambador de úberes à álcool que já estamos utilizando com sucesso, e essa pesquisa sobre desinfecção de camas, afasta algumas dúvidas e será de grande utilidade. Parabéns!

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Alexandre de Carvalho Pires

Obrigado pela mensagem.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ALEXANDRE DE CARVALHO PIRES

OLIVEIRA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/04/2009

Gostei muito desse artigo, simples e direto pra quem trabalha com manejo de camas em Freestall.

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