ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Solução de problemas: solucionando o caso do surto de mastite

POR PAULO FERNANDO MACHADO

E ANA FLÁVIA DE MORAIS S. R.E ANDRADE

CLÍNICA DO LEITE/AGRO+LEAN

EM 18/11/2020

5 MIN DE LEITURA

0
15

Atualizado em 18/11/2020

No artigo anterior, iniciamos juntos o trabalho para solucionar um problema fictício de surto de mastite clínica utilizando a ferramenta FCA (Fato-Causa-Ação). Você assumiu o papel de gerente da propriedade nessa narrativa e após seguir os primeiros passos do método e entender o problema reunindo fatos e dados, nossa folha do FCA está assim: 

Neste artigo, vamos terminar o nosso FCA, desdobrando o problema a partir dos fatos que acabamos de levantar até chegarmos a uma possível causa raiz e desdobrar ações para eliminá-la. 

Primeiramente, precisamos entender que os fatos que observamos na primeira etapa são sintomas, mas que as causas estão escondidas e ainda precisamos identificá-las para criar um plano de ação efetivo. Na folha do FCA, vamos começar a montar o mapa de causas. No primeiro post it da esquerda, colocamos o efeito do problema que estamos observando. A partir daí, vamos investigar e perguntar “por quê?” repetidamente até chegar a uma causa raiz. 

coluna

No nosso exemplo, o efeito é o alto número de mastites clínicas e após interpretar os indicadores e relatórios no artigo anterior, sabemos que a pista para encontrar a causa raiz do surto provavelmente está relacionada às vacas sujas na ordenha.

É hora então de ir a campo e ver o problema onde ele está acontecendo. Você acompanha a ordenha e nota que as vacas realmente estão chegando muito sujas. Durante a ordenha, no entanto, elas estão calmas, não defecam. Seguindo o método, você procura o porquê de as vacas estarem chegando sujas na ordenha. Visita a sala de espera, que não apresenta nada fora do comum. Seguindo o caminho que as vacas fazem até a ordenha, você chega ao barracão onde os animais ficam alojados. A fazenda adota o sistema de compost barn. Checando a cama, encontra outra pista: está úmida demais. Você então pede ajuda ao funcionário responsável por repor e manejar a cama, João, para entender o que está acontecendo. Ele explica o processo atual de reposição da cama e relata que estão sem estoque de maravalha há mais de uma semana. O pedido de compra já foi feito ao setor administrativo, mas a reposição ainda não chegou. Outra luz se acende para você. Mentalmente, o seu mapa de causas está assim: 

compost barn

A pergunta agora é, por que faltou maravalha para repor a cama? É hora de visitar o setor administrativo. Chegando ao escritório, você conversa com a funcionária do setor, Maria, e entende como é feito o processo atual de compras. Uma pilha de papéis e anotações sobre a mesa já são um indicativo da complexidade e desorganização no setor. Apesar disso, vocês verificam que o pedido de maravalha foi feito conforme o combinado, mas o prazo para a chegada do produto foi maior do que o estoque que a fazenda possuía, o que resultou na falta de maravalha durante os últimos dias. 

De volta ao barracão, você acompanha João e ele te explica como é feita a solicitação de compra da maravalha. Vocês mapeiam o processo atual e percebem que não há um padrão definido, o pedido é feito “no olho” quando ele verifica que o produto vai acabar e a solicitação é feita ao administrativo verbalmente. Retornando a sua sala, você começa a juntar as peças do quebra cabeça e termina de preencher o mapa das causas, pois acredita ter chegado a uma possível causa raiz: 

compost

Veja que interessante. Quando começamos a trabalhar o problema, que é um alto número de mastites clínicas, você imaginaria que sua causa raiz estaria ligada a controle de estoque? Certamente não. Por isso é tão importante analisar o problema a fundo, entender e explorar os fatos e dados, que nos ajudaram a direcionar o olhar para a verdadeira causa. Depois, é imprescindível ir a campo e acompanhar os processos onde o problema ocorre. Nunca teríamos chegado à causa raiz analisando apenas os dados do escritório. 

Agora sim temos informações para organizar um plano de ação sobre o problema, é hora de definir as contramedidas. Para resolvê-lo definitivamente, você precisa atacar a causa raiz, que é a falta de controle de estoque. No entanto, essa ação vai diminuir a probabilidade de ocorrência de um novo episódio de falta de maravalha, mas não vai tratar o que já está acontecendo. Sendo assim, com a ajuda dos dois funcionários envolvidos diretamente no problema, Maria e João, vocês definem juntos algumas ações:  

compost

Para lidar pontualmente com a crise da cama das vacas, vocês decidem pedir um pouco de maravalha emprestada ao vizinho. E para evitar que esse problema volte a ocorrer, vão criar um procedimento de controle de estoque para a maravalha. Além dessas duas ações, Maria pede ajuda com o processo de compras, que está desorganizado. Não ocorreu um problema desta vez, mas a chance de ocorrer em qualquer outro pedido é muito grande. 

Juntos então vocês anotam todas as ações a serem feitas na folha do FCA. Elas são:

- Pedir maravalha para o vizinho;

- Criar um processo de controle de estoque para maravalha;

- Fazer o 5S no escritório;

- Mapear o processo de compras;

Após ter tudo combinado, vocês organizam as tarefas no painel de projetos, definindo quando a tarefa vai ser feita e quem será o responsável.

Durantes as próximas semanas, enquanto executam as contramedidas, vocês continuam acompanhando o indicador de mastite clínica. Se o ambiente, a umidade da cama das vacas, for o único fator causando o surto de mastite, em algum tempo o indicador voltará aos limites normais de variação. Mas pode ser que haja outros fatores interferindo nesse problema. Se esse for o caso, você deve rodar o método novamente, sempre anotando as lições aprendidas, e envolver as pessoas na busca pela solução, como fizemos com o João e a Maria. Devemos aproveitar o potencial dos funcionários, eles são os donos do processo no dia a dia, sabem como ninguém onde podem estar as falhas e envolvê-los faz com que eles se engajem cada vez mais. 

Este é o método que utilizamos no Agro+Lean. O que acontece nas fazendas que o adotam é que com o passar do tempo, o gestor vai capacitando o seu time a seguir sempre esse raciocínio e a fazenda passa a ter um exército de pessoas que enxergam e solucionam problemas, todos os dias. O trabalho flui, as anomalias recorrentes diminuem e a fazenda evolui. Substitui-se a frustração de lidar sempre com os mesmos problemas pela empolgação e desafio de estar melhorando continuamente, com o envolvimento de todas as pessoas. 

 

Gostou do conteúdo? Deixe seu like e seu comentário, isso nos ajuda a saber que conteúdos são mais interessantes para você. Quer escrever para nós? Clique aqui e veja como!

ANA FLÁVIA DE MORAIS S. R.E ANDRADE

Equipe Agro+Lean

0

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures