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Sobre-ordenha afeta a condição dos tetos e a ocorrência de mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 19/07/2005

4 MIN DE LEITURA

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A condição conhecida como sobre-ordenha é um problema que ocorre em rebanhos leiteiros e pode afetar negativamente a condição dos tetos e a ocorrência de mastite. Em termos históricos, considerava-se que para maximizar a produção, todo o leite deveria ser retirado da glândula mamária, durante a ordenha.

Atualmente, contudo, a intensa seleção genética das raças especializadas para maior produção favoreceu o aumento da capacidade alveolar e da cisterna da glândula mamária. Este fato explica a maior eficiência das vacas em termos de produção de leite e facilidade de ordenha e desta forma, assim não haveria necessidade de extrair totalmente o leite durante a ordenha nas vacas.

Para entendermos os efeitos da sobre-ordenha, é necessário antes definir quando esta situação ocorre. Considera-se que ela ocorra quando o fluxo de leite da cisterna do teto é menor que o fluxo para fora do teto. Em outras palavras, significa que o teto está sendo ordenhado sem que haja enchimento da cisterna do teto por leite de origem alveolar. Como conseqüência imediata, ocorre aumento do nível de vácuo dentro da cisterna do teto.

Em algumas situações, pode até mesmo ocorrer que o vácuo dentro da cisterna do teto seja maior que o vácuo aplicado na sua extremidade, o que é conhecido como gradiente de pressão reversa, que tem como resultado o fluxo de leite contaminado com agentes causadores de mastite para partes superiores do úbere.

Considera-se que esta situação apenas ocorra durante a ordenha de tetos totalmente vazios e, portanto, a sobre-ordenha aumenta o risco de entrada de bactérias para dentro da glândula mamária, causando mastite. Considerando-se que a vaca está suficientemente ordenhada quando o fluxo de leite é menor que 200 g/minuto, o que pode ser mais facilmente identificado nos sistemas de ordenha com extrator automático de teteiras.

A avaliação da alterações dos tetos pode ser dividida em três diferentes abordagens: a) respostas imediatas (algumas ordenhas), b) repostas médias (alguns dias ou semanas) e c) respostas de longo prazo (várias semanas ou meses). Exemplos de respostas imediatas são alterações na coloração e formação de anel na base do teto, enquanto que a respostas de longo prazo mais importante é a hiperqueratose.

A sobre-ordenha aumenta a ocorrência de avermelhamento e formação de anel na base dos tetos, além de resultar em longo prazo, maior ocorrência de hiperqueratose.

Considerando que o fluxo de leite que aciona o extrator automático de teteiras é um fator crucial na ocorrência de sobre-ordenha, alguns estudos têm avaliado os efeitos do aumento deste limite para acima de 200 g/minuto. De forma geral, os resultados de estudos comparando os limites de 200 e 400 g/minuto indicam que quando o extrator automático de teteira é acionado mais precocemente (400 g/minuto) ocorre redução do tempo de ordenha (0,52 minutos), sem prejuízo da produção e da composição do leite produzido. Adicionalmente, o aumento do limite do extrator automático de teteiras (EAT) resultou em melhoria da condição dos tetos, principalmente em relação à ocorrência de hiperqueratose dos tetos.

Isto significa que o final da ordenha (a extração do último quilo de leite), quando os tetos estão se esvaziando, é um momento muito crítico para o desenvolvimento da hiperqueratose dos tetos. Destaca-se dentre os resultados destes estudos que o fato de deixar um maior volume de leite dentro da glândula mamária ao final da ordenha não aumentou a ocorrência de mastite, dentro deste limites estabelecidos.

O uso de limites maiores para acionamento do EAT pode ser utilizado para rebanhos que executam uma boa estimulação da ejeção dos tetos antes da ordenha. Esta etapa é fundamental para que ocorra um alto fluxo de leite no momento que as teteiras forem colocadas nas vacas, pois caso contrário aumenta-se o tempo de ordenha. A principal vantagem desta medida é o aumento da capacidade de ordenha das vacas utilizando-se o mesmo equipamento, pois se reduz o tempo de ordenha/vaca. Em rebanhos com ordenhas longas, esta pode ser uma grande vantagem, sem comprometer a produção e composição do leite, além da melhora da condição dos tetos e sem efeitos na ocorrência de mastite.

Para rebanhos sem EAT, a sobre-ordenha pode ocorrer devido à falta de atenção dos ordenhadores para o final do fluxo de leite no final da ordenha. Pode-se suspeitar que esteja ocorrendo sobre-ordenha quando se observa alteração da coloração dos tetos (ficam mais avermelhados) e formação de anel na base dos tetos, além das vacas mostrarem desconforto no final da ordenha. Deve-se também ter em mente, a importante função da boa estimulação dos tetos antes da ordenha para a adequada ejeção do leite, visto que a extração do leite no final da ordenha é mais demorada, principalmente sem uma boa preparação da vaca.

Fonte: Anais do Encontro Anual do NMC-National Mastitis Council, EUA, p.169-174, 2004.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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