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Entendendo a resposta imune frente à mastite

POR MARCOS VEIGA SANTOS

E BRUNO BOTARO

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 11/12/2008

4 MIN DE LEITURA

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Como vimos em artigos anteriores, fatores que podem ter efeito indireto sobre a CCS, como o estágio de lactação e a idade da vaca, têm conseqüências diretas sobre a intensidade da resposta inflamatória, a produção e a composição do leite. Neste artigo, vamos discutir brevemente como se estrutura a resposta inflamatória frente a uma infecção intramamária, e de que forma essa resposta influencia a saúde da glândula mamária da vaca e, conseqüentemente, a produção do leite e sua composição.

Primeiramente, deve-se ter em mente que existe uma grande variedade de tipos de células presentes no leite normal, mas nem todas têm o potencial de eliminar o microrganismo causador de uma infecção intramamária. No Quadro 1, podemos observar a proporção aproximada dos tipos celulares presentes no leite de uma vaca sadia em terço médio de lactação, com CCS de 200.000 células/mL, e do colostro um vaca sadia, recém-parida.

Quadro 1. Percentual dos tipos de células presentes no leite e colostro de animais sadios. (Adaptado de Blowey & Edmondson, 2002 )



Em uma situação normal, a CCS de animais recém-paridos é de 1.000.000 céls./mL, mas diminui para 100.000 céls./mL nos 7-10 dias pós-parto. Quando ocorre a mastite, os leucócitos, especificamente os polimorfonucleados (PMN), são as células mais importantes no processo de eliminação da bactéria causadora de mastite; entretanto, estão presentes em menor número no leite de animais sadios.

Já os macrófagos e linfócitos têm a função de reconhecer a bactéria e informar ao sistema imune a presença do patógeno. O sistema imune recruta um grande número de leucócitos PMN que, por meio da corrente sangüínea, se encaminham para a glândula mamária. Os vasos sangüíneos da glândula se dilatam para permitir um maior fluxo de sangue e o melhor trânsito de leucócitos até o interior da glândula. Isso explica porque um quarto mamário com mastite aguda tem aumento de temperatura e fica quente à palpação.

Os leucócitos PMN precisam atravessar a barreira do vaso sangüíneo até o interior da glândula; para isso, são abertas passagens nas veias e artérias próximas à luz da glândula afetada, permitindo a entrada dos leucócitos, além de soro sangüíneo que também consegue atravessar e se misturar ao leite. A passagem crescente do soro sangüíneo é o que aumenta o inchaço da glândula afetada, e conseqüentemente o desconforto da vaca.

Assim que atravessam da corrente sangüínea para o leite, os leucócitos avançam sobre as bactérias para dar início ao processo de eliminação dos patógenos. Dependendo da gravidade da infecção (o que está relacionado, em grande parte, ao tipo de bactéria envolvida na infecção), esse processo se estende, prolongando-se muitas vezes mesmo após a eliminação da bactéria. Por exemplo, uma vaca com CCS de 100.000 céls./mL, passa a ter CCS de 100.000.000 céls./mL (ou 1000 vezes mais) em apenas algumas horas após uma infecção por Escherichia coli, levando à conseqüente alteração nas proporções observadas no Quadro 1. Entretanto, a bactéria pode ser rapidamente eliminada, caso o sistema imune da vaca consiga montar uma resposta inflamatória adequada.

Isso explica o fato de comumente se verificar um quarto mamário quente, duro e dolorido à palpação, que ao invés de leite, se observa uma secreção aquosa que, quando submetida ao exame microbiológico, o isolamento bacteriano é geralmente negativo. Esse quadro é comumente observado numa infecção intramamária causada por E. coli, e que foi rapidamente debelada pela resposta leucocitária, como podemos observar na Figura 1.

Figura 1. Exemplo de uma resposta adequada de leucócitos PMN que pode levar à uma rápida eliminação da bactéria causadora de mastite (E. coli). (Adaptado de Blowey & Edmondson, 2002)



Obviamente que, como conseqüência da resposta inflamatória, o quadro clínico do animal pode ser mais ou menos grave dependendo de variações individuais. No entanto, o que se observa, tanto em trabalhos científicos quanto em observações a campo, é que vacas recém-paridas apresentam redução da capacidade de resposta inflamatória. Nesses casos, a E. coli invade a glândula e começa a se multiplicar sem ser detectada, de modo que, uma infecção por não mais que 10 UFC/mL de E. coli pode desencadear uma resposta inflamatória menos pronunciada e levar a uma colonização bacteriana de contagem superior a 100.000.000 UFC/mL, conforme a Figura 2.

Figura 2. Exemplo de resposta inadequada de leucócitos PMN, que se observa especialmente em vacas recém-paridas, quando ocorre grande colonização do quarto infectado pela bactéria (E. coli). Se o animal sobreviver, a contagem bacteriana permanece alta por muitos dias. (Adaptado de Blowey & Edmondson, 2002).



Em função da ausência de resposta adequada, alguns casos de mastite no pós-parto podem passar clinicamente despercebidos, e as alterações do leite serem indistinguíveis em relação ao colostro. A vaca, entretanto, pode prostrar-se rapidamente, devido ao efeito sistêmico da grande quantidade de endotoxinas produzidas pela multiplicação da E. coli, levando o animal à depressão, dificuldade de locomoção, profunda apatia (indiferença aos estímulos externos) e inapetência (falta de apetite). Pode ou não apresentar febre (os animais com adequada resposta inflamatória frente a uma mastite aguda por E. coli invariavelmente têm febre), tremores e diarréia profusa e fétida. Os animais que não morrem podem continuar doentes por um período de tempo considerável.

Neste caso, quando leucócitos eventualmente aparecem na glândula, normalmente são os monócitos, uma linhagem celular menos eficiente na eliminação bacteriana que os leucócitos PMN. E é por essa razão que os animais acometidos continuam eliminando E. coli por período de tempo considerável após a infecção, mesmo após a antibioticoterapia. Os danos causados nas cisternas e células do tecido mamário podem ser tão graves que se degeneram, com o comprometimento completo da produção de leite pelo restante da lactação, que na maioria das vezes, retoma a função na lactação subseqüente.

Fontes:

Dang et al. Milk Science International, 2008. Blowey & Edmondson. Mastitis control in dairy herds, 2002.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JUNIOR KULKAMP KUNTZ

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/05/2015

queria saber se o bioformula leite e mesmo um produto otimo para segurar a mastite como falam ?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/10/2014

Prezada Keila, obrigado pela participação. Peço que reformule a questão de forma mais detalhada (siglas), para que possamos tentar responder a sua questão, atenciosamente, Marcos Veiga
KEILA

PORTO VELHO - RONDÔNIA - PESQUISA/ENSINO

EM 28/10/2014

ola gostaria de saber porque HCM E PPT, ficam alteradas na mastite
TATIANE TONON

CARAZINHO - RIO GRANDE DO SUL - MÉDICO VETERINÁRIO

EM 03/04/2012

Hoje em dia existe no mercado um produto desenvolvido pela EMBRAPA, chamado BIOFÓRMULA LEITE, este por sua vez aumenta a imunidade do rebanho, automaticamente diminui os casos de mastite, ocorrendo isso, a CCS diminui, aumenta a produção leiteira e seu rebanho melhora em varios fatores e condições. Excelente produto a base de enzimas, consumo muito pequeno e um custo muito baixo de somente 0,22 centavos Vaca/dia.

Fica a Dica

Tatiane

Méd.Veterinária
DECIO REBELLATTO

CERRO LARGO - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 18/10/2010

Caro Marcos parabéns pelo artigo.

Gostaria de saber a sua opinião sobre o fato de selecionarmos vacas com baixas CCS para melhor pagamento do leite, quando fazemos isto estamos selecionando animais com menor resposta imune contra a ação de microrganismos agressores da glândula?
att
Décio Rebellatto


<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Décio Rebellatto,

Vacas com CCS baixa são considerados animais sadios (abaixo de 200.000 cel/ml), sendo que diversos fatores podem contribuir para a sanidade da glândula mamária, como por exemplo, proteção primária do canal do teto e capacidade imune. Sendo assim, a seleção para baixa CCS busca atingir objetivos de aumentar a sanidade da glândula mamaria, mas não necessariamente implica em selecionar vacas com menor capacidade imune. Adicionalmente, a resistência a mastite é uma característica multifatorial e apresenta baixa herdabilidade, o que significa que o controle não deve ser enfocado somente em termos de seleção genética.

O que a pesquisa tem indicado é que rebanhos que apresentam CCS média baixa apresentam mais risco de mastite aguda, principalmente causada por coliformes. Neste caso, a recomendação seria o uso de vacinação J5 para manter uma boa imunidade específica contra a mastite por coliformes.

Atenciosamente, Marcos Veiga



EDMILSON

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/04/2009

Marcos Veiga, Boa Noite.

Realmente estas informações são bastante interessente. Mas, em particular gostaria que você fizesse um comentário sobre a eficiência dos tratamentos homeopáticos no controle da mamite/CCS.
Uso atualmente produto homeopático Arenales (MP). Você conhece algum estudo ou trabalho a respeito de sua qualidade? Como você avalia o custo X benefício destes produtos homeopaticos?

Além do manejo; mão-de-obra qualificada e equipamento de ordenha capacitado. Haveria algum produto preventivo que você recomendaria?

Abraço

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Edmilson,

Eu não gostaria de responder a sua questão tratando de um produto comercial específico. No entanto, falando de uma forma geral, eu entendo que os maiores interessados no desenvolvimento de estudos sobre o uso desse tipo de tratamento sejam os próprios fabricantes. Eu desconheço estudos controlados que tenham sido feitos e que comprovaram os efeitos (quais os resultados esperados, situação em que se pode utilizar, etc) da homeopatia para o tratamento de controle de mastite.

Sobre as medidas preventivas, a minha opinião é de que vale a pena investir em desinfecção dos tetos (pré o pós-dipping), uso de papel toalha descartável, tratamento de vaca seca e no monitoramento da CCS.

Atenciosamente, Marcos Veiga
JOSÉ CLAUDINEI MENDES

CASTRO - PARANÁ

EM 04/01/2009

Parabéns pelo artigo publicado. O CTP (Centro de Treinamento para Pecuaristas) é uma entidade que realiza cursos, principalmente de manejo de gado leiteiro. Temos duas unidades de produção de leite que são utilizadas como material didático. Atualmente os casos agudos de mastite causados por E. coli, onde produção de leite dos animais infectados fica praticamente inviabilizada devido aos danos causados no sitema mamário, estamos fazendo o descarte destes animais. Gostaria de saber se esta decisão não está sendo precipitada, baseado neste trecho do artigo (Os danos causados nas cisternas e células do tecido mamário podem ser tão graves que se degeneram, com o comprometimento completo da produção de leite pelo restante da lactação, que na maioria das vezes, retoma a função na lactação subseqüente).

Qual a porcentagem do animal voltar a produzir leite normalmente na próxima lactação? Sem mais, Claudinei.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado JOSÉ CLAUDINEI MENDES

Obrigado pela sua mensagem.

Acredito que você esteja correto no seu raciocínio. Mesmo que um animal tenha um caso de mastite ambiental grave, pode ocorrer retorno do leite na próxima lactação, mas isso depende da quantidade de lesão e da substituição ou não do tecido mamário por tecido conjuntivo. Sem dúvida, isso é muito difícil de prever, mas eu não recomendaria um descarte de uma vaca antes dela passar por uma secagem e nova lactação. A não ser que o rebanho tenha condições de reposição e de seleção muito adequadas que possam justificar o descarte dessa vaca com mastite ambiental.

A decisão de descarte é muito dependente das condições da cada fazenda, mas entendo que vacas que sejam vacinadas (com J5) tem mais chances de recuperação e de retorno a produção do leite. Nesse caso, a minha recomendação é que seja feita a vacinação de todas as vacas nos rebanhos que tenha esse problema ambiental.

Atenciosamente, Marcos Veiga
CABANHA AMES

CAMPINA DAS MISSÕES - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/01/2009

Muito interessante,preciso saber sobre quais produtos usar em caso de mastite subclinica.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Zevir Luis Ames

Obrigado pela sua mensagem. De forma geral, eu não recomendaria o tratamento de todos os casos de mastite subclínica, pois o tratamento não é economicamente viável (custos de descarte do leite e do medicamento são maiores que os benefícios). No entanto, se o agente causador for o <i>Streptococcus agalactiae</i> (resultado de cultura micriobiológica do leite), recomendo o tratamento intramamário com bisnagas a base de penicilina ou cefalosporina, durante 3-4 dias.

Atenciosamente, Marcos Veiga
CAROLINA CASTELLO BRANCO BARROS

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/01/2009

Parabéns Marcos, pelo artigo! Seus trabalhos são sempre excelentes!Tudo isso acontece e muito, nas propriedades em que trabalho. Por isso temos que tratar e cuidar muito bem destas vacas para que a sua imunidade não abaixe e cause muito prejuízo ao produtor (de acordo com o aumento da CCS). Gostaria imensamente que um dia viesse em minha cidade (Santa Isabel do Rio Preto, interior do estado do Rio de Janeiro), dar uma palestra sobre qualidade de leite, que é de grande interesse dos produtores da associação, em que sou diretora técnica que é a "Associação de Produtores de Leite Independentes de Santa Isabel (APLISI)". Espero seu retorno, para combinarmos sua visita. Um grande abraço e Feliz 2009. Carolina

<b>Resposta do autor:</b>

Prezada CAROLINA CASTELLO BRANCO BARROS

Obrigado pela sua mensagem. Seria um enorme prazer poder conhecer a região e a APLISI. Fique a vontade para entrar em contato e se puder colaborar, fico a disposição. Atenciosamente, Marcos Veiga
ANDERSON LINARES FUJISAWA

TERRA NOVA DO NORTE - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/12/2008

Prezado Professor,

Parabéns pelo excelente artigo e gostaria de saber qual a melhor forma de se pagar pela qualidade do leite, como isso é feito na sua região?

Aqui na cooperativa estamos descontando pela alta contagem de CBT e CCS. E queremos pagar mais para quem tem % de Gordura e Proteína alta. Agora quem tiver alta CBT E CCS cancelaria o pagamento a ser acrescido pela % de Gordura e Proteína alta, ou desconta e paga mais ao memo tempo?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Anderson Linares Fujisawa

Obrigado pela mensagem. Acredito que vocês estejam na direção correta que seria valorizar produtores com menor CCS e CBT e maior gordura e proteína. O importante é definir quais desses valores tem maior peso (que trazer maior vantagem para a cooperativa) e que desta forma deveriam ser mais valorizados. Por exemplo, um laticínio que tem como foco a produção de queijo deve ter como foco a valorização de proteína e gordura, enquanto quem trabalha mais com iogurte deve priorizar a CBT e a proteína.

Acho que a melhor forma é combinar os quatro índices (CBT, CCS, gord e prot), sendo que o produtor que tem CCS e CBT alta pode ter um desconto que reduz a premiação da gordura e proteína. Isso serve para indicar ao produtor onde ele deve melhorar para aumentar a sua bonificação.

De uma forma geral, o principal problema de qualidade tem sido a CBT e desta forma é onde mais se deve focar os esforços de pagamento.

Atenciosamente, Marcos Veiga
MARA POMPEIA

JACAREZINHO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/12/2008

Prezado amigo, estou desanimada pois tudo que se pode ser feito para evitar a mastite, fazemos. Mas a cada conversa ora com profissionais da area ou práticos em ordenha, posso dizer que fico muito confusa. Nossa ordenha é balde ao pé, e a ccs é altissima.

1) fazemos limpeza no pre e pos-dip
2) as teteiras são lavadas com detergente e agua quente no batedor a vacuo.
3) os latões tambem.
4) as tetas são secas com papel descartavel.

Enfim, não consigo vencer. Diz que se o "pulsador" não estiver regulado ocasiona mastite. Como vou saber isto? Que a vaca com mais de 6 meses de lactação tambem. É melhor deixar os bezerros mamarem na vaca que evita a mastite. Nós tiramos o bezerro quando nasce, para facilitar a mão de obra.

Se realmente o bezerro ajuda, seria melhor ele mamar ao terminar de ordenhar a vaca, e o que não acontece, pois 1º se põe para que ela solte o leite. Estou certa ou não?

Tenho gasto fortunas para acabar com a mastite. Já mandei o leite para exame de laboratório, veio o principio do medicamento, apliquei 5 dias e nada valeu.
Quem sabe você pode me ajudar. Obrigada, Mara.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezada MARA POMPEIA

Em minha opinião, as medidas que você mencionou estão corretas, mas elas apenas previnem a ocorrência de novos casos. O problema que deve estar ocorrendo é que existem vacas com casos crônicos de mastite (o que explica a alta CCS prolongada).

Acredito que somente com o auxílio de um profissional capacidatado o problema poderia ser reduzido, visto que várias medidas já foram empregadas. A minha sugestão seria que fosse feito as seguintes medidas:

1) Verificar se o equipamento de ordenha está funcionando de forma adequada: procure uma revenda que tenha um serviço de assistência técnica e que tenha equipamentos para avaliação de pulsadores, regulador e vácuo e medição de bomba de vácuo.

2) Fazer o tratamento de vaca seca em todas as vacas no momento da secagem.

3) Tratar todos os casos de mastite clínica: não deixar vacas com grumos no leite sem tratamento.

4) Fazer a CCS individual de todas as vacas (ou alternativamente fazer o CMT).

5) Selecionar das vacas com alta CCS cerca de 20% para coleta de leite para cultura dos quartos mamários e identificação do agente causador.

6) Se for identificado Streptococcus agalactiae, fazer o tratamento de todas as vacas positivas, pois o sucesso do tratamento é muito bom.

7) Se for identificado Straphylococcus aureus, fazer a segregação da vaca (ordenhar por último) ou então descartar a vaca depois da secagem.

8) Se o problema de mastite for muito sério (acima de 50% de vacas com mastite), pode-se pensar em algum tipo de tratamento específico, mas nesse caso teria que ter o auxilio de um profisional

Essas medidas devem melhorar a situação, mas lembre que a mastite não acaba, somente é controlada. O auxilio de um profissional é de fundamental importância. Não acredito que produtos milagrosos ou que resolvem todos os problemas, mas sim na aplicação de um conjunto de medidas de prevenção e controle.

Atenciosamente, Marcos Veiga
JOSE L SCARPA NETO

OUTRO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 24/12/2008

Parabens pelo artigo. Preciso fazer uma pergunta e acho que você é a pessoa certa para me responder: você tem alguma experiência no uso de agua oxigenada no pré-dipping? O que acontece se usarmos agua oxigenada no tratamento da mastite via intra mamaria?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Jose L Scarpa Neto

Obrigado pela mensagem. Não tenho nenhuma informação sobre o uso de água oxigenada para desinfecção de tetos. Acredito que não seja um produto adequado nem para desinfecção, tampouco para tratamento, em razão da sua capacidade de irritação do tecido mamário e da pele do úbere.

Atenciosamente, Marcos Veiga
ROBERTO MANSO LEITE

PINDAMONHANGABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/12/2008

Excelente artigo, gostaria de saber qual o nível aceitável de casos clínicos em um rebanho (em %, considerando cada quarto afetado como um caso clínico, independente se é no mesmo animal ou não), pois monitoro um rebanho onde o nível de CCS do tanque é relativamente baixo, média de 2008 até nov de 330.000 cél/ml, mas o número de casos clínicos não muda, na média em torno de 5 por mês em 85 animais, percentual de cura dos tratamentos próximo de 60%.
AILTON ÉDER ALVES COSTA

JUSCIMEIRA - MATO GROSSO - AUXILIAR VETERINÁRIO

EM 16/12/2008

Gostaria de saber qual o metodo e procedimento de coleta, transporte e armazenamento de amostras de leite para analises, em se tratando de qualidade de leite a nível de CBT e CCS e a importância desses fatores quanto ao pagamento por qualidade.
GASTÃO SARMENTO DE MENDONÇA

RIO NOVO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/12/2008

Excelente matéria e os produtores devem atentar muito para isso. Normalmente as pessoas usam o termo "Mamite Ambiental". O que realmente significa este termo e a partir de qual percentual sobre o número de vacas no rebanho com mamite e casos de repetição podemos considerar que há na propriedade esta situação?

Mas, qual então seria a melhor solução para que o produtor elimine, ou melhor, diminua e ou controle tal situação? Eu já faço um trabalho preventivo com homeopatia e felizmente posso dizer que é raro em meu rebanho casos de mamite, acompanhado é claro de uma boa higienização. Sem mais, Gastão.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Gastão Sarmento de Mendonça,

Obrigado pela mensagem e pela participação.

O termo mastite ou mamite ambiental se refere aos casos de mastite clínica ou subclínica que têm como causa um agente de origem ambiental, como por exemplo E. coli, Klebisiela, Enterobacter ou algum estreptococos ambiental (excluindo-se o S. agalactiae). Não considero que haja um índice a partir do qual possa ser caracterizado um problema de mastite ambiental, pois para definir que temos o problema numa propriedade é necessário que seja feita a identificação do agente causador, com cultura de amostra do leite das vacas com problema.

Em termos de controle, o que temos atualmente disponível são as vacinas contra mastite causada por coliformes (J5), uso de pré-dipping e manejo do ambiente.

Atenciosamente, Marcos Veiga
JEROEN DE BEST

CARAMBEÍ - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 15/12/2008

Interessante. O melhor era não ter mastite, mas qual seria um nivel aceitável de vacas com mastite ou em tratamento em um rebanho leiteiro de alta produção (média acima de 30 litros)?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Jeroen de Best,

Obrigado pela mensagem. Concordo que sem mastite seria melhor, mas não acredito que tenhamos essa opção trabalhando com vacas leiteiras para produção comercial de leite. O mais aceito em termos de metas para controle de mastite seria ter menos de 15% das vacas com mastite subclínica (com < 200.000 cel/ml) e CCS do tanque < 200.000 cel/ml.

Atenciosamente, Marcos Veiga
RONALDO MENDONÇA DOS SANTOS

UBERABA - MINAS GERAIS

EM 12/12/2008

Interessante! Na prática, é comum ocorrer morte de vacas lactantes devido à mamites?

Att,
Ronaldo
JEHNIFFER XANDRA ALVES

SÃO LUÍS DE MONTES BELOS - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 12/12/2008

Gostaria de saber qual a sua opinião sobre as alterações ocorridas em um leite de qualidade e um com mastite no que diz respeito à proteína, pois em sala de aula aprendemos que não há alteração no teor pelo fato de diminuir a produção de proteína sintetizada na glândula mamária (caseína, lactoalbumina e lactoglobulina) mas aumentar a produção de proteína de origem sanguínea (albumina sérica e imunoglobulina) havendo portanto uma estabillização. Em conversa com produtores rurais eles afirmaram que isso não acontece, pois observaram que o teor de proteína diminui em um leite com mastite.

<b>Resposta do autor:</b>

Jehniffer Xandra Alves,

Os dados de pesquisa (considerando vacas e rebanhos) indicam que pode ocorrer tanto redução quanto estabilidade do teor de proteína total do leite, quanto comparamos vacas/rebanhos com altos e baixos índices de mastite. Acredito que essa variação possa ocorrer em função de diferenças entre os tipos de agentes causadores e da gravidade dos casos. Se algum produtor encontra redução de proteína total em função de alta CCS, isso seria explicado em razão de maior gravidade ou de particularidades do rebanho.

O fato que considero importante é que ocorre redução da caseína em relação a proteína total. Esse é um resultado importante pois impacta negativamente o rendimento de fabricação de queijos.

Atenciosamente, Marcos Veiga

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