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Conhecendo alguns agentes causadores de mastite: C. bovis, Nocardia sp , fungos e leveduras

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 07/11/2003

3 MIN DE LEITURA

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Corynebacterium bovis

C. Bovis é a espécie de corinebacterium mais comumente isolada em bovinos. Este agente causador de mastite é considerado um patógeno secundário, que habita normalmente o canal do teto e, desta forma, pode ser controlado pelo uso da desinfecção dos tetos após a ordenha (pós-dipping). Em rebanhos nos quais não é realizado do pós-dipping, o C. Bovis pode ser isolado em até 60% dos quartos.

C. bovis é uma bactéria Gram-positiva e catalase positiva. Ao microscópio são visualizados como bastonetes não esporulados, ainda que possam apresentar formato esférico ou oval. As principais fontes do Corynebacterium bovis são o interior da glândula mamária e canal do teto. Pode ser considerado um agente contagioso, pois a sua transmissão pode ocorrer principalmente durante o momento da ordenha, de vaca para vaca. A alta incidência de C. Bovis em um rebanho indica uma deficiência na desinfecção dos tetos pós-ordenha, em particular para os produtos cujo ingrediente ativo é o LDBSA (ácido sulfônico linear duodecilbezeno).

Este agente apresenta patogenia limitada, colonizando principalmente o canal do teto e determinando pequeno aumento na CCS (em torno de 300-400 mil células/ml) e limitada redução na produção leiteira. Os casos são quase sempre subclínicos e leves, ainda que ocasionalmente o C. Bovis possa ser isolado em amostras de leite de casos de mastite clínica e alguns rebanhos podem apresentar alta incidência de mastite clínica por este agente. Em termos de controle a terapia da vaca seca é altamente eficaz na eliminação de infecções subclínicas causadas C. Bovis, não sendo recomendado o tratamento dos casos subclínicos.

Nocardia sp

Ainda que pouco comuns, alguns casos de mastite podem ter como agente causador a Nocardia, sendo a espécie mais freqüentemente isolada a Nocardia asteróides. Os reservatórios possíveis vetores não são bem estabelecidos, mas a Nocardia sp pode ser encontrada no solo, água e pele do úbere da vaca. Podemos ter ainda como fontes do patógeno a utilização de cânulas e frascos de antibióticos de uso múltiplo que são contaminados durante o manuseio, levando a sua transmissão durante o tratamento intramamário. A Nocardia sp pode também ser introduzida dentro do úbere quando não é feita uma adequada assepsia antes do tratamento. É ainda possível que este agente possa ser transferido do ambiente para a vaca ou entre as vacas durante a ordenha.

A mastite causada por Nocardia pode ser subclínica, clínica ou aguda. Nos quartos infectados por Nocardia sp podem ser encontrados nódulos endurecidos ou áreas de extensa fibrose. A secreção pode ser purulenta e os animais acometidos podem apresentar febre alta. Algumas infecções podem resultar na formação de fístulas, que se rompem e drenam para o exterior. As infecções causadas por Nocardia sp não respondem ao tratamento com antibióticos, pois o agente é resistente à maioria dos antibióticos. Desta forma, as medidas de controle passam pelo uso de produtos descartáveis para tratamento intramamário, sendo desaconselhável a utilização de produtos de uso múltiplo. Recomenda-se o descarte de vacas comprovadamente infectadas por Nocardia sp ou a secagem permanente do quarto afetado, visando a eliminação da fonte de infecção.

Casos de mastite por Nocardia não são geralmente problemas de rebanhos, podendo ser em grande parte resolvidos com medidas de higiene na ordenha e no tratamento intramamário.

Leveduras e fungos

As fontes de leveduras e fungos são o solo, plantas, matéria orgânica em decomposição e preparações para tratamento de mastite (frascos de uso múltiplo), além de seringas e cânulas contaminadas.

As novas infecções causadas por estes patógenos ocorrem principalmente pela infusão intramamária sem cuidados com assepsia do teto antes do tratamento, ou possivelmente durante a ordenha quando os procedimentos de higiene não são adequados.

Desta forma, o controle passa pelos cuidados com assepsia dos tetos antes do tratamento intramamário e pelo uso de produtos descartáveis. Não é recomendado o tratamento com antibióticos nos quartos comprovadamente infectados, pois pode ocorrer exacerbação dos sintomas clínicos da mastite. As infecções causadas por leveduras podem apresentar cura espontânea. O isolamento leveduras e fungos em casos de mastite deve servir como alerta para os procedimentos de tratamento e normalmente não apresenta grande significância em termos de mastite do rebanho.

Fonte: Laboratory and Field Handbook on Bovine Mastitis,1999.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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JUNIOR MACHADO

MARECHAL CÂNDIDO RONDON - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 10/04/2018

Boa noite professor.
A mastite causada por fungos está relacionada a um procedimento falho no pré dipping ou também está relacionada ao pós dipping?
MARCOS VEIGA SANTOS

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 18/04/2018

Prezado Junior, de forma geral, mastite por leveduras (um tipo mais comum de fungo causador de mastite), ocorre geralmente associado ao uso de tratamento intramamário por produtos de dosagens múltiplas (uso de cânulas contaminadas). Geralmente, está associado a um procedimento de travento com deficiência de higiene. Sendo assim, não tem relação com o uso de pós-dipping e sim com contaminação ambiental durante procedimentos de tratamentos. Atenciosamente, Marcos Veiga
KEVEN CAIRES

EM 07/03/2018

Muito bom meu amigo esta me ajudando muito. Inclusive eu queria saber mais sobres os agentes causadores da mastite estou fazendo um projeto de pesquisa.

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