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Características de fazendas com baixa CCS de tanque

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 26/10/2017

4 MIN DE LEITURA

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Gustavo Freu*
Marcos Veiga


A mastite é uma das principais doenças que acomete as vacas leiteiras e é responsável por inúmeras perdas econômicas. Tradicionalmente, essa doença se apresenta de duas formas: a forma clínica, na qual os sinais são visíveis (queda na produção de leite, dor, vermelhidão no úbere e alterações no aspecto do leite); e a forma subclínica na qual as alterações não são aparentes, e dessa forma, sua detecção é feita por meio de medições de indicadores de qualidade do leite, como a contagem de células somáticas (CCS)

A CCS é um indicador de saúde da glândula mamária, pois representa a intensidade de migração de células imunes que chegam até na glândula mamária. Quando a CCS > 200.000 cels/mL, indica a ocorrência de infecção intramamária. Por outro lado, quando a CCS < 200.000 cels/mL, temos um indicativo de vacas sadias, as quais devem estar respondendo adequadamente frente aos desafios de novas infecções. 

O impacto econômico gerado pela mastite é bastante significativo. Dentre os principais itens do impacto econômico, estão incluídos os custos de tratamento (veterinário e medicamentos), descarte de leite e produção de leite reduzida. Dessa forma, para minimizar essas perdas econômicas, deve-se implementar práticas de manejo para tratar e/ou prevenir a incidência de infecções intramamárias nos rebanhos leiteiros.

Além das práticas convencionais de prevenção e controle de mastite (uso de pré e pós-dipping, higienização de equipamentos de ordenha, tratamento de mastite clínica e subclínica e linha de ordenha), alguns estudos avaliaram como as características dos rebanhos, o comportamento dos produtores e a forma de gerenciamento do rebanho podem explicar parte da variação associada a contagem de células somáticas do leite de tanque (CCS de tanque) entre os rebanhos.

Um estudo recente desenvolvido nos EUA analisou as características da fazenda e do operador que estavam associadas à CCS de tanque em rebanhos leiteiros, por meio de um levantamento de dados de produtores de leite da região Sudeste dos EUA.

Em termos gerais, não houve associação entre tamanho da fazenda (número de vacas em lactação), produtividade (kg/vaca/d) e a CCS do tanque. Foi observado que a CCS de tanque foi maior nas fazendas que tinham outro tipo de renda além da produção de leite. Isso pode estar atribuído ao fato de que os produtores que possuem outra fonte de renda não adotam a atividade leiteira como sua principal atividade. Consequentemente, investem menos em ferramentas para o gerenciamento da mastite e não monitoram o desempenho de seus rebanhos de forma adequada.

Com relação às práticas de gestão da fazenda, a CCS de tanque foi menor nas fazendas em que havia o monitoramento da rotina de ordenha dos funcionários e participação ativa do gerente ou proprietário durante o processo de ordenha. Esse maior monitoramento durante a rotina de ordenha poderia ajudar a reduzir a incidência de mastite. Da mesma forma, foi observada menor CCS de tanque nos rebanhos nos quais os produtores iniciavam a implementação de medidas de controle de mastite, mesmo em níveis mais baixos de CCS de tanque (<300.000 cels/mL).

O nível de instrução dos produtores foi outra variável associada com a menor CCS de tanque. O acesso à informação esteve positivamente associado com a redução da CCS nas fazendas que eram orientadas por veterinários ou responsáveis pela extensão, os quais transmitiam as informações voltadas ao correto controle da mastite. Dessa forma, a redução da CCS de tanque pode estar relacionada ao fato de que o acesso e a qualidade da informação estavam fortemente associados à adoção de melhores práticas de gestão pelos agricultores.

Os resultados deste estudo sugerem que os produtores que têm a percepção de que podem controlar a CCS de tanque e sabem da importância de buscar informações de fontes confiáveis tinham mais chance de produzir leite com baixa CCS. Esses dados podem servir de incentivo aos técnicos que atuam na área da qualidade do leite, para que a redução da CCS de tanque dos rebanhos leiteiros seja alcançada mais facilmente.

DELONG, K. L. et al. Journal of Dairy Science, v. 100, n. 11, p. 9298-9310, 2017.

*Gustavo Freu é mestrando do Departamento de Nutrição e Produção Animal da FMVZ/USP e pesquisador do Laboratório Qualileite-FMVZ/USP.
 
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MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/01/2018

Cesar Luis, en mi experiencia en rodeos de ordeño con una rutina muy ordenada, me he encontrado con recuento de CCS de 95000 en tanque, rodeos que obtuvieron premios a la calidad de leche, con Recuento de Bacterias Totales de 5 a 8000 ufc/ml. Pero he aqui el exito no estaba en instalaciones modernas, sino en todo el contexto, desde el trato hasta la maquina de ordeño tienen sincronia . Esto me sorprendio mucho.
CESAR LUIS

EM 29/01/2018

Bom tarde , faço trabalho de campo e oriento os produtores , um dos meus produtores esta com um resultado de CCS muito Baixo , um resultado de 74 e o outro 75 , nunca tinha visto resultados assim , que fatores podem estar relacionados a isso ?
SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 31/10/2017

Muy acertado, el nivel de educación, de los operarios es critico en cuanto al ordeño y sanidad o salud de la ubre. Es mi experiencia que en establecimientos medianos la rotación del personal y la falta de educación hace que no sea fácil bajar los RCS por debajo de los 400.000. Es hora que para avanzar a la obtención de un producto saludable e inocuo como debería ser la leche, hay que capacitar al personal. Interesante articulo
JOSE CARLOS ROMAO

ARCOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/10/2017

Excelente material publicado, trabalho em fazenda produtora de leite, sei bem na prática como é difícil monitorar, mas após alguns anos de trabalho consegui envolver a equipe e os resultados estão sendo muito satisfatório.
LUIS EINAR SUÑE DA SILVA

ANÁPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2017

Parabéns pela divulgação deste importante trabalho.
LUIS EINAR SUÑE DA SILVA

ANÁPOLIS - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/10/2017

Parabéns pela divulgação deste importante trabalho.

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