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Avanços no tratamento da mastite subclínica causada por Staphylococcus aureus - Parte 1

POR MARCOS VEIGA SANTOS

MARCOS VEIGA DOS SANTOS

EM 28/06/2004

3 MIN DE LEITURA

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A despeito de ser um agente amplamente estudado e de enorme importância como causador de mastite bovina, o S. aureus continua com controle muito difícil em muitos rebanhos leiteiros. Este agente causa infecções intramamárias tanto na forma clínica quanto subclínica, sendo esta última forma diretamente associada ao aumento da CCS e redução da produção de leite. As estimativas de sua incidência em rebanhos leiteiros ao redor do mundo variam dependendo de diferenças de manejo. Em estudo realizado no estado de Nova York (EUA), cerca de 9% das vacas analisadas eram positivas para o S. aureus, enquanto que 70-90% dos rebanhos em duas províncias no Canadá apresentaram pelo menos uma vaca infectada. O caráter contagioso do S. aureus torna o seu controle ainda mais difícil, uma vez que este microrganismo é facilmente transmitido dentro do rebanho.

As ferramentas de controle tradicionalmente recomendadas para S. aureus incluem o programa dos 6 pontos, que se baseia em medidas preventivas de higiene e tratamento visando reduzir o número de quartos infectados e a duração dos casos. Este programa apresenta bons resultados para a maioria dos rebanhos, no entanto, em muitas situações, mesmo com a adoção destas medidas, não se obtém um controle adequado do S. aureus, o que confirma as dificuldades de redução da ocorrência de casos de origem deste microrganismo. Pode-se argumentar também que nos rebanhos com alta prevalência de S. aureus, as medidas de controle não são corretamente implementadas e que as falhas explicam a manutenção do agente. Por exemplo, em muitos rebanhos uma fonte constante de novas infecções por S. aureus é a entrada constante das primíparas (vacas de primeira lactação) no lote de vacas em lactação, as quais mesmo antes do primeiro parto podem se encontrar infectadas pelo S. aureus. Desta forma, medidas de controle visando as novilhas devem ser implementadas para a redução desta fonte de novas infecções.

Outra situação concreta em muitos rebanhos leiteiros é que uma vez identificado um grande número de vacas infectadas por S. aureus, a segregação e/ou descarte destes animais é inviável por razões econômicas e, neste caso, o tratamento surge como uma opção possível a ser empregada. A grande limitação do tratamento é a baixa taxa de cura de mastite clínica e subclínica causada por S. aureus. Ainda que não haja recentemente grandes avanços no desenvolvimento de novas drogas, alguns regimes alternativos de tratamento estão sendo pesquisados visando o aumento da taxa de cura, tais como: a terapia combinada e a combinação de tratamento intramamário e sistêmico.

Os estudos controlados sobre taxas de cura de infecções intramamárias causadas por S. aureus variam desde 4 a 92%, indicando que fatores tais como a escolha do antibiótico e características da vaca afetam diretamente a cura. Outras fontes de variação das taxas de cura são as diferenças no delineamento dos estudos, a definição de caso de mastite e cura, assim como a forma de acompanhamento posterior ao tratamento. Sendo assim, o tratamento constitui apenas um dos fatores que afetam a prevalência do S. aureus nos rebanhos. O objetivo do presente artigo é fazer uma revisão sobre estes fatores, com base em artigo publicado nos Anais do Encontro do Conselho Nacional de Mastite dos EUA de 2004.

Fatores ligados à vaca

Alguns fatores ligados à vaca influenciam a cura da mastite causada por S. aureus, como por exemplo: a CCS, a idade e o estágio de lactação da vaca e se a infecção ocorreu no quarto dianteiro ou traseiro. Numa estimativa baseada em vários estudos realizados, a probabilidade de cura de uma vaca velha, com 150 dias em lactação, infecção no quarto posterior e CCS de 2.000.000 cel/ml é de cerca de 1%. Por outro lado, esta mesma estimativa para a cura de uma primípara infectada no quarto anterior aos 220 dias em lactação e com CCS de 500.000 cel/ml é de cerca de 61%. Além disso, as vacas com mais de um quarto infectado têm probabilidade de cura menor do que aquelas com apenas um quarto infectado.

A duração de infecções intramamárias causadas por S. aureus é outro aspecto importante na taxa de cura. Por exemplo, as infecções com duração < 2 semanas apresentam taxa de cura de cerca de 70%, enquanto aquelas com duração > 4 semanas têm cura em cerca de 35% dos casos. A formação de micro-abscessos na glândula mamária de vacas com mastite crônica poderia explicar como a cronicidade de uma infecção afeta a sua cura. A maioria dos estudos sobre taxas de cura de S. aureus não disponibiliza informações sobre os fatores ligados à vaca que poderiam afetar a cura nos animais tratados. Isto torna as comparações entre os vários estudos muito difíceis e levanta a necessidade de descrição destes fatores nos estudos futuros.

MARCOS VEIGA SANTOS

Professor Associado da FMVZ-USP

Qualileite/FMVZ-USP
Laboratório de Pesquisa em Qualidade do Leite
Endereço: Rua Duque de Caxias Norte, 225
Departamento de Nutrição e Produção Animal-VNP
Pirassununga-SP 13635-900
19 3565 4260

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GUSTAVO FRANCISCO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 11/07/2004

Primeiramente gostaria de cumprimentar o Prof. Marcos Veiga pela brilhante publicação, precisamos avançar muito nas pesquisas a respeito de tratameto de Mastites causadas por S. aureus.

Gostaria de saber quais são as referência da publicação sobre o assunto.

Antecipo agradecimentos.

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Gustavo,

A referência completa sairia na segunda parte do artigo, no qual foi baseado todas as informações apresentadas.

Bakerma, H.W. Dingwell, R.T., Kefe, G.F., Sampimon, O.C., Sol, J. Fastors associated with cure of subclinical Staphylococcus aureus mastitis during lactation. Encontro Anual do Conselho Nacional de Mastite dos EUA (NMC), p. 24-34, 2004.

Atenciosamente, Marcos Veiga

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