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Novos usos da peneira para determinação do Teor de Fibra das Dietas

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/01/2001

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 01/09/2022

José Roberto Peres

O tamanho das partículas de fibra continua a ser um tópico "quente" entre produtores, veterinários e nutricionistas. A peneira desenvolvida pela Universidade da Pennsilvania (EUA), que já foi tema do artigo anterior: Fibra Efetiva em Dietas de Vacas Leiteiras - Parte II: Avaliação Prática - 07/07/00, continua a ser uma boa ferramenta para se determinar o tamanho das partículas, mas algumas recomendações foram revisadas em função de observações de campo.

Na realidade, as recomendações básicas, apresentadas no artigo anteriormente mencionado não se alteraram; o que será aqui discutido, portanto, são detalhes e usos complementares ou alternativos para a peneira.

O autor argumenta, por exemplo, que quando a dieta possui alimentos muito úmidos (resíduo de cervejaria ou farelo úmido de glúten de milho), uma correção deve ser feita nas proporções de alimentos encontradas nas diferentes peneiras pois, academicamente, as proporções recomendadas deveriam ser calculadas com base na matéria seca dos alimentos. Como exemplo ele menciona que 6% de feno na peneira superior equivale a 12% de silagem pré secada de capim.

Ele recomenda ainda que as forragens sejam testadas quando ainda estão sendo cortadas (pois elas não ficarão maiores durante a armazenagem); também logo após a retirada do silo (desensiladeiras podem picar o material); além do teste da ração completa, pois a mistura em excesso pode provocar a diminuição do tamanho das partículas.

Após algum tempo de uso desta metodologia os fazendeiros e técnicos passaram a observar que dietas aparentemente bem supridas de fibra efetiva acabavam por resultar em rebanhos com problemas. Concluiu-se que isto era devido à seleção dos alimentos pelos animais. Normalmente se tenta corrigir problemas relacionados à falta de fibra efetiva adicionando-se mais fibra à dieta. Porém, em alguns casos específicos, a forragem picada em tamanho excessivamente grande permite a seleção e, mesmo tendo fibra à sua disposição, os animais acabam por não consumi-la. Isto fez com que, atualmente, se dê maior ênfase à peneira intermediária do conjunto. Quatro anos atrás, a atenção era concentrada na peneira superior (que mede as fibras mais longas). Dois anos atrás, a peneira inferior ganhou atenção. No entanto, a peneira do meio é a que mede a fibra com tamanho ainda suficiente para estimular a ruminação; fornece maior área superficial para a adesão das bactérias no rúmen e também diminui a taxa de passagem.

Como exemplo disso ele menciona um rebanho que teve resolvido seu problema de baixo teor de gordura no leite (típico de falta de fibra), aumentando o tempo de mistura da ração completa e reduzindo a porcentagem de alimento na peneira superior de 18 para 12%. Ele acrescenta que vários rebanhos têm utilizado dietas com 4 a 8% na peneira superior, mas próximo a 50% na peneira intermediária. A recomendação é que se mais de 15% da ração completa for retida na peneira superior, as vacas devem ser observadas para indícios de seleção de alimentos.

Um novo uso sugerido para o conjunto de peneiras é na avaliação da chamada "fibra efetiva", na forma de FDN-e (Fibra Detergente Neutro - efetiva), que é a proporção da FDN total da dieta que contribui para o funcionamento ruminal. Para alimentos INDIVIDUAIS (não serve para avaliação de rações completas ou misturas de alimentos), subtraia a porcentagem do alimento na peneira inferior de 100. Por exemplo, silagem de milho processada, com 30% de silagem na peneira inferior teria um FDN-e de 70% (100-30). A tabela 1 dá um exemplo do FDN total e efetivo no cálculo de uma dieta.

Tabela 1: Cálculos dos valores de FDN total e efetivo

 

Tabela 1



No exemplo acima, o pré-secado e a silagem não fornecem fibra efetiva longa necessária para manter o ótimo funcionamento ruminal. A recomendação para FDN-e é de 20 a 22% da matéria seca total da dieta. O FDN total está no limite superior com 31% (a variação para vacas de alta produção seria entre 28 e 32%). O nível e tipo de amido da dieta também teriam impacto nos resultados.

Outro cálculo feito por alguns programas de balanceamento de dietas é o FDN oriundo de forragens. No exemplo da tabela 1, o FDN de forragens seria de 6,12 kg (2,27 do pré-secado e 3,40 da silagem de milho) resultando em 27% de FDN de forragem (acima do mínimo recomendado de 21%). A vantagem do FDN-e é que ele considera todas as fontes de FDN da dieta, todos os alimentos são ajustados baseando-se no seu tamanho de partícula, e nível de FDN.

A recomendação final é que se avalie tanto a forma física quanto a química da fibra nas dietas.

Comentário MilkPoint: Estas novas considerações aperfeiçoam o uso da peneira da Penn State e fazem dela um instrumento prático de maior valor.

 

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fonte: HUTJENS, M., 2000. An Update On The Penn State Box. Illinois Dairynet. University of Illinois, Urbana.

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