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Manejo nutricional de vacas leiteiras visando aumento da eficiência reprodutiva (1ª parte)

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 06/07/2001

5 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

A produção de leite por vaca continua aumentando 2 a 3% anualmente. O melhoramento genético responde por 33 a 40% deste crescimento, ao passo que a nutrição e o manejo perfazem os 60 a 67% restantes.

Vacas com menor incidência de problemas peri-parto produzem mais leite e têm melhores índices reprodutivos - ou seja, vacas com problemas metabólicos produzem menos leite, têm mais problemas reprodutivos e, conseqüentemente, são mais predispostas a serem descartadas e também são menos eficientes, diminuindo o retorno econômico da atividade leiteira.

A expressão do potencial genético depende do manejo nutricional, sendo que maximizar a ingestão de energia no pós-parto e, conseqüentemente, da produção de leite, requer manejo apropriado em todas as fases do ciclo lactacional.

Bom manejo nutricional minimiza perda de peso e otimiza produção de leite e eficiência reprodutiva, ou seja, vacas de alto potencial sem produção adequada = falhas do meio.


 

Manejo da Alimentação



O período seco deve ser dividido em duas fases:

1- Da secagem até 21 dias antes do parto - fase de descanso do rúmen, cascos e glândula mamária. Os animais devem ser mantidos com uma dieta rica em alimentos volumosos de boa qualidade e devem ganhar peso de forma moderada.

2- De 21 dias até o parto - fase de preparação para uma nova lactação; inicia-se o fornecimento de concentrado com o objetivo de adaptação da microbiota ruminal para uma fase de grande fornecimento de grãos.

Deve-se utilizar os mesmos alimentos utilizados para vacas em lactação, evitar o uso de bicarbonato e sal comum e se possível fornecer dieta completa. Esta prática minimiza as perdas de peso e aumentam o consumo de matéria seca.

O período pós-parto deve ser dividido em três fases:

0 a 70 dias em lactação - Balanço energético negativo
A produção de leite aumenta mais rápido que o consumo de alimentos, a demanda de energia é mais alta que a quantidade de energia consumida nos alimentos, a vaca mobiliza reservas corporais e perde peso.

Os nutrientes da dieta precisam estar ajustados para impedir perda de peso excessiva. A densidade da dieta precisa ser aumentada. Se a dieta não está adequada ocorre: queda na produção, excessiva perda de peso, baixo pico de produção e aumentam os riscos de cetose.

O uso excessivo de concentrados pode levar a: acidose ruminal, torção de abomaso, queda na percentagem de gordura do leite e depressão no consumo de alimentos.

70 a 140 dias em lactação - Consumo máximo de matéria seca
A produção de leite começa a diminuir e o consumo de matéria seca continua a aumentar. A demanda de energia para lactação pode ser mantida pelo consumo de alimentos e a vaca pára de mobilizar reservas corporais.

Nesta fase as vacas precisam ingerir grande quantidade de alimentos para manter o pico de produção o maior tempo possível e ficar gestante. A quantidade de concentrado não deve exceder a 2,3% do peso vivo.

140 a 305 dias em lactação - Balanço energético positivo
A produção de leite e o consumo de alimentos reduzem. A vaca consome mais energia do que gasta com a lactação e as reservas corporais podem ser restabelecidas. Animais estão ganhando peso. A dieta pode agora conter um volumoso de qualidade média e quantidade limitada de concentrado.


 

Manejo nutricional de vacas em transição



Período de transição é definido como sendo as últimas três semanas antes do parto

Implicações

Vacas sem problemas peri-parto produzem mais leite e têm melhores índices reprodutivos.

Controlar as doenças metabólicas é necessário para otimizar performance.
Doenças metabólicas são complexas, ou seja, uma predispõe à outra, que pode predispor à outra, etc.

Estratégias

1: Prepare o rúmen para que possa oferecer dietas com alta densidade nutricional no início da lactação, minimizando perdas de peso e otimizando produção de leite e eficiência reprodutiva.
Estimular o crescimento de bactérias que metabolizam lactato.
Estimular o crescimento das papilas ruminais, visando maximizar absorção dos nutrientes.

Prevenção do aumento de lactato no rúmen pode ser através da adaptação da flora a altas concentrações de amido que induz a população de bactérias que converte lactato em acetato, propionato ou ácidos graxos de cadeia longa. Adaptação da flora à dietas com altas concentrações de amido requer de 3 a 4 semanas. O aumento das papilas ruminais aumenta a absorção de lactato e AGV, o que previne o declínio no PH ruminal.

2: Prevenir decréscimo acentuado da concentração sangüínea de cálcio ao parto

Devido a grande quantidade de cálcio disponibilizado para o colostro e leite, pode ocorrer menor concentração de cálcio sangüíneo. Casos graves resultam em febre vitular. Casos menos graves resultam em depressão da ingestão de matéria seca e perda de contractilidade muscular que pode levar a retenção de placenta, deslocamento de abomaso e mastite ambiental (não fechamento do esfíncter da teta após a ordenha).

3: Redução da imunodepressão

Ao parto, fisiologicamente as células sangüíneas brancas (leucócitos = células de defesa) apresentam menor capacidade de fagocitose (capacidade de "engolir" as bactérias) aumentando assim a susceptibilidade do animal à infeções uterinas e da glândula mamária. Fatores hormonais relacionados ao parto (alto estradiol e cortisol) e fatores estressantes, como diminuição da ingestão de matéria seca peri-parto (Balanço energético negativo), são
os prováveis responsáveis por esta diminuição da capacidade de fagocitose pelos leucócitos.

 

Paradoxal declínio na Ingestão de Matéria Seca



Infelizmente, a Ingestão de Matéria Seca começa a declinar em torno da terceira semana pré-parto, e este declínio é em torno de 30%. Quando a gestação é gemelar, o declínio inicia em torno da quinta semana pré-parto.

Com a associação do declínio da IMS com o aumento dos requisitos pelo feto, torna-se necessário aumentar a densidade nutricional da dieta nas três semanas antes da data prevista do parto, enquanto em vacas com gêmeos, a alteração deve ocorrer com 5 semanas pré-parto.

 

Gráficos


Ingestão de Matéria Seca, Requisitos de Energia e de Proteína de vacas e novilhas nas ultimas 3 semanas antes do parto (Grummer, 1999)

Como conclusão, com a associação do declínio da IMS com o aumento dos requisitos pelo feto, faz-se necessário aumentar a densidade nutricional da dieta nas três semanas antes da data prevista do parto.

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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