ESQUECI MINHA SENHA CONTINUAR COM O FACEBOOK SOU UM NOVO USUÁRIO
FAÇA SEU LOGIN E ACESSE CONTEÚDOS EXCLUSIVOS

Acesso a matérias, novidades por newsletter, interação com as notícias e muito mais.

ENTRAR SOU UM NOVO USUÁRIO
Buscar

Farelo proteinoso de milho - Parte 1

POR JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/11/2001

6 MIN DE LEITURA

8
1

Introdução

O que é farelo proteinoso de milho?

O farelo proteinoso de milho é composto basicamente pelas fibras digestíveis do grão de milho e parte do glúten, além de parte do amido e frações protéicas não extraídas no processo primário de separação, e enriquecido com água de maceração concentrada. Nas tabelas de nutrição animal é também denominado como "corn gluten feed". O produto é largamente utilizado nos Estados Unidos - maior produtor mundial - e exportado para a Europa. É produzido no Brasil desde a década de 30 pela CORN PRODUCTS BRASIL LTDA (produto comercial REFINAZIL) e pela CARGIL (produto comercial PROMIL), sendo largamente utilizado pelas fábricas de rações e cooperativas leiteiras e cada vez mais em fazendas que misturam suas próprias rações.

Qual a sua composição nutricional?

As especificações físico-químicas (níveis de garantia) são indicadas no Quadro 1, e os níveis complementares (composição nutricional), extraídos da literatura especializada, estão no Quadro 2. São estas propriedades que conferem ao produto características indicativas de utilização na alimentação de ruminantes, por ser bem balanceado em proteína e energia, facilitando a formulação de dietas para animais de diversas categorias.

Quadro 1- Especificações do farelo proteinoso de milho SECO

 



Por que utilizá-lo úmido?

Com os crescentes aumentos dos preços da energia elétrica nas últimas décadas, os custos de secagem podem, em determinadas circunstâncias, inviabilizar o uso do produto seco, o que tem incrementado a utilização deste na forma úmida. Diferentemente do produto seco, que possui na indústria de rações o seu principal cliente, o produto úmido é comercializado diretamente aos produtores rurais localizados nas regiões circunvizinhas das indústrias de moagem de milho.

O produto pode então também ser utilizado na forma úmida, sem sofrer a secagem após a separação da fibra e adição da água de maceração concentrada. Neste caso, apresenta teor mínimo de 40% de matéria seca, 9,5% de proteína (base comercial) e pH em torno de 4,0. Desta forma, é largamente utilizado nos Estados Unidos, Canadá, México e Argentina na alimentação de bovinos de corte e leite, com a denominação de Wet Corn Gluten Feed.

A literatura mostra que sua utilização tem as mesmas vantagens do produto seco, com redução de custo em virtude da economia no processo de secagem, possibilidade de maior inclusão devido à excelente palatabilidade do farelo úmido, sendo mais vantajoso que outros ingredientes usados em dietas que requerem certa umidade, como a cevada úmida ou o resíduo de cervejaria, já que apresenta composição constante e disponibilidade o ano todo.

Quadro 2 - Níveis complementares do farelo proteinoso de milho

 


Fontes: NRC - GADO DE LEITE, 1989; U.S.A.-CANADIAN TABLES OF FEED COMPOSITION, 1989; LATIN AMERICAN TABLES OF FEED COMPOSITION, 1974 CORNELL, 1990

O Refinazil úmido apresenta teores médios de matéria seca de 43% e valores de nutrientes em base seca, 21% de proteína bruta, 3% de extrato etéreo, 7% de matéria mineral e 1,3% de fósforo. Quanto ao teor de cálcio, há uma variação muito grande com valores mínimos de 0,03%, e máximos de até 0,36%. Possui 3,66 Mcal de energia digestível por quilo de matéria seca, ou 89% de NDT, ou 1,91 Mcal ELl/kg MS, o que possibilita que, além de ser utilizado como fonte de nitrogênio, possa suprir energia em dietas para bovinos.

No Quadro 3 é apresentada a composição química do farelo de milho úmido com base em análises de diversos trabalhos de pesquisa. Os teores de minerais, como seria esperado com base no teor de matéria mineral, são muito baixos com exceção do enxofre, que variou de 0,13 a 0,20%. Esse teor de enxofre é provavelmente devido à água sulfitada usada no processo de maceração antes da moagem do grão de milho. Portanto, a utilização deste na alimentação animal exige uma suplementação mineral adequada. A fração protéica desse subproduto é proveniente quase na sua totalidade da proteína zeína do milho. Essa fração protéica do grão de milho caracteriza-se pelo seu baixo valor biológico em função do desbalanceamento de aminoácidos essenciais na sua composição.

Para vacas leiteiras, em especial animais de alto potencial de produção, que em geral recebem pouco volumoso, ou quando este é de baixa qualidade, e também concentrados ricos em amido; o produto por conter pouco amido e alto teor de fibras digestíveis (45% de FDN) de alta e rápida digestibilidade, constituindo-se em uma fonte segura de energia. Além disso, dietas com alto teor de amido podem levar a uma redução do pH ruminal, o que compromete a digestão das fibras, eventualmente resultando em problemas como acidose, laminite, queda na condição corporal e conseqüente redução na produção de leite e em seu teor de gordura. Portanto, o farelo contribui para melhorar a saúde ruminal, por diminuição no fornecimento de carboidratos e aumento de fibra efetiva na dieta, possibilitando também, a substituição de parte do volumoso, sem as desvantagens de outros ingredientes tradicionais. Deste modo, é um ingrediente que substitui parte dos volumosos e parte dos concentrados em dietas normais, não apresentando restrições de palatabilidade/aceitabilidade.

Quadro 3 - Composição bromatológica do farelo proteínoso de milho úmido (% base seca)

 



1 - MS:matéria seca, PB: proteína bruta, FB:fibra bruta, EE:extrato etéreo, MM:matéria mineral, EB:energia bruta (Mcal/kg MS), ED: energia digestível (Mcal/kg MS), FDA:fibra detergente ácido, FDN:fibra detergente neutro, Ca:cálcio e P:fósforo.

De maneira geral, a maioria das dietas apresenta níveis baixos de proteína solúvel, sendo seu nível ideal de 30%. O farelo de milho aumenta a eficiência na produção de proteína microbiana em dietas que contenham carboidratos prontamente fermentescíveis no rúmen, em geral ricas em milho em grão, pelo fato de 48% de sua proteína ser de rápida solubilização no rúmen, possibilitando pronta utilização por parte dos microrganismos ruminais. O produto pode ser utilizado em substituição à parte da silagem de milho, em níveis de 15 a 20%, com ligeiro aumento na produção de leite e manutenção do teor de gordura, desde que se utilize bicarbonato de sódio na dieta, conforme experimentos citados na literatura.

Comentário MilkPoint: Existem muitos trabalhos na literatura se referindo à CASCA OU FIBRA ÚMIDA DE GRÃOS DE MILHO. A diferença entre esse produto e o farelo (Refinazil ou Promil) é a não adição de água de maceração, reduzindo-se a proteína bruta para valores próximos de 12%. Com uma menor utilização dessa água para outros fins, a indústria precisa criar um destino, e esse fim é a adição na casca e constituição do farelo proteinoso de milho. Atualmente, a sua venda é praticamente inexistente. A utilização do farelo de milho para bovinos é vantajosa como: fonte de proteína de baixo custo, fonte de energia em substituição de alimentos ricos em amido e fonte de fibra digestiva em dietas com pouco volumoso ou quando este for de baixa qualidade. O uso do farelo de milho na forma úmida ou seca depende, em primeira instância, do custo colocado na propriedade, ou seja, precisamos computar o preço do produto na fábrica, o custo do frete e o custo do seu armazenamento. Baseado nestes parâmetros, é possível determinar qual a melhor escolha para a propriedade.

Fonte: DEMARCHI, J. J. A. A.; POZZI, C. R.; ARCARO JÚNIOR, I.; GERDES, L. e SOUZA, E. F. Análise qualitativa e de conservação do farelo de milho úmido (wet conr gluten feed). In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 35, Botucatu, 1998. Anais... Botucatu, 1998, p.275-77.

JOÃO JOSÉ ASSUMPÇÃO DE ABREU DEMARCHI

8

DEIXE SUA OPINIÃO SOBRE ESSE ARTIGO! SEGUIR COMENTÁRIOS

5000 caracteres restantes
ANEXAR IMAGEM
ANEXAR IMAGEM

Selecione a imagem

INSERIR VÍDEO
INSERIR VÍDEO

Copie o endereço (URL) do vídeo, direto da barra de endereços de seu navegador, e cole-a abaixo:

Todos os comentários são moderados pela equipe MilkPoint, e as opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva dos leitores. Contamos com sua colaboração. Obrigado.

SEU COMENTÁRIO FOI ENVIADO COM SUCESSO!

Você pode fazer mais comentários se desejar. Eles serão publicados após a analise da nossa equipe.

VALERIA ALVES BORGES

CAMPINA VERDE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 26/05/2021

Gostaria de saber onde encontrar o resíduo de milho
JOÃO JOSÉ DEMARCHI - IZ/SAA COMITÊS PCJ

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 07/06/2021

Prezada Valéria,
O artigo foi escrito 20 anos atrás! Atualmente esse subproduto ganhou status de produto e é muito valorizado, sendo utilizado como ingrediente na formulação de rações para diversas espécies, inclusive monogástricos, PETs, etc..
Acompanha os preços do milho e raramente / nunca está disponível na forma úmida como era na época dos primeiros estudos sobre sua viabilidade.
A utilização de ingredientes alternativos ganha espaço em períodos de valorização do milho e da soja e também em períodos de estiagem.
Avalie a possibilidade de outros ingredientes disponíveis na sua região, levando em consideração preço, composição, umidade e transporte.

Conforme citado abaixo pela Amanda Franco: A antiga REFINAÇÕES DE MILHO BRASIL, posteriormente CORN e hoje chamada de INGREDION, faz a comercialização do produto REFINAZIL. Possui fábricas em Mogi Guaçu/SP; Balsa Nova/PR; Cabo de Santo Agostinho/PE; e Alcântara/RJ.

https://www.ingredion.com.br/

Atenciosamente,
João Demarchi
CARLOS MG

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 09/05/2018

Li o comentário. Minha avó dizia morava da roça e fazia angú com farelo de milho, dizendo que era ótimo para diminuir o colesterol alto e a diábete. Isso é verdade. Ele tem propriedades importantes para exerce essa função no organismo humano,
AMANDA TASCA FRANCO

MOGI GUAÇU - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 08/03/2018

A antiga CORN, hoje chamada de INGREDION, faz a comercialização do produto REFINAZIL. Possui fábricas em Mogi Guaçu/SP; Balsa Nova/PR; Cabo de Santo Agostinho/PE; e Alcântara/RJ.

https://www.ingredion.com.br/
ODAIR BASTO DE SOUZA

ESPERANÇA NOVA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/02/2016

onde comprar promil no parana
RAIMUNDO JOSÉ PAIVA

CHAVES - PARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 14/05/2015

Qual o preço da ton? É viável comprar para oferecer a bubalinos, no Marajó?
SILVIO JOSE MENDES

CURITIBA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/01/2015

sim eu já conheço o refinazil queria saber onde comprar em Curitiba pr
FELCIO MANOEL ARAUJO

CARIACICA - ESPÍRITO SANTO - ESTUDANTE

EM 14/04/2014

parabens pela materia .

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades do MilkPoint diretamente no seu e-mail

Obrigado! agora só falta confirmar seu e-mail.
Você receberá uma mensagem no e-mail indicado, com as instruções a serem seguidas.

Você já está logado com o e-mail informado.
Caso deseje alterar as opções de recebimento das newsletter, acesse o seu painel de controle.

MilkPoint Logo MilkPoint Ventures