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Como manter alto consumo de alimento em vacas pós-parto

POR MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/05/2000

4 MIN DE LEITURA

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Marcelo Pereira de Carvalho

O período que engloba as 3 semanas antes do parto e as 3 semanas pós-parto é a fase crítica do ciclo de lactação da vaca. Se tudo correr bem, a chance de uma boa lactação e de reprodução em dia é grande. Por outro lado, se problemas metabólicos e falhas de manejo ocorrerem, a lactação ou mesmo a vaca podem ir para o ralo.

Neste artigo, vamos abordar aspectos de manejo das vacas após o parto. O aspecto crítico desta fase decorre de 2 fatos: primeiro, o parto representa um stress significativo na vida do animal, estando justamente nos dias que o sucedem a maior probabilidade de problemas metabólicos; segundo, há rápida elevação das exigências nutricionais que, via de regra, não são totalmente compensadas pelo aumento no consumo de nutrientes. O resultado é que uma vaca em pós-parto está sempre no limiar de uma cascata de problemas que pode culminar com o descarte prematuro desta.

A vantagem do ponto de vista econômico é que geralmente ao redor de 10% das vacas do rebanho se encontram no primeiro mês de lactação, ou seja, ainda que haja a necessidade de cuidado especial com este lote, o aumento de custos no cômputo geral é modesto, apesar do grande benefício existência. Assim, vacas em pós-parto representam uma grande oportunidade para atuação técnica com resultado econômico.

É provável que o principal fator determinante de um pós-parto bem sucedido é o consumo de matéria seca (MS). Se o consumo de for muito baixo no pré e pós-parto inicial, o animal pode mobilizar gordura corporal em excesso, resultando em elevação nos níveis de ácidos graxos não esterificados (NEFA) no plasma. O excesso de NEFA, por sua vez, está relacionado ao acúmulo de gordura no f ígado e à ocorrência de cetose. O baixo consumo de nutrientes também atuará diminuindo a resistência imunológica do animal. Desta forma, a obtenção de consumo de MS elevado é fundamental nesta fase, caso contrário teremos um animal fragilizado e com risco de distúrbios metabólicos.

Para animais de alta produção, espera-se os seguintes consumos de acordo com a semana de lactação:

- 7º de lactação: 2,5% do peso vivo
- 14º de lactação: 2,9% do peso vivo
- 21º de lactação: 3,4% do peso vivo

Outra forma de avaliar o consumo é expressá-lo em kg de MS/animal. Para vacas de primeira cria e alta produção de leite, considerar:

- 1ª semana de lactação: 14,1 kg de MS
- 2ª semana de lactação: 15,9 kg de MS
- 3ª semana de lactação: 16,8 kg de MS
- 4ª semana de lactação: 18,1 kg de MS
- 5ª semana de lactação: 19,1 kg de MS

Para vacas de 2 ou mais crias:

- 1ª semana de lactação: 15,9 kg de MS
- 2ª semana de lactação: 19,1 kg de MS
- 3ª semana de lactação: 20,9 kg de MS
- 4ª semana de lactação: 21,8 kg de MS
- 5ª semana de lactação: 24,0 kg de MS

As recomendações para obter este consumo são:

1) Atenção à qualidade da forragem no pré-parto e no pós-parto. Lembre-se que, nestas fases, a vaca não está com o apetite maximizado. Logo, forragem de alta qualidade é importante não só pela palatabilidade mas pela possibilidade de fornecimento de mais nutrientes. Corte verde de forragem de primeira é uma possibilidade a considerar mesmo em animais confinados.

2) Manter a alteração na concentração de energia entre a dieta do pré-parto e pós-parto no máximo em 10%.

3) Evite trabalhar com níveis de gordura muito elevados nesta fase (máximo de 5,0%).

4) É interessante trabalhar com mais fibra longa do que no lote de alta produção. Em animais confinados, significa cerca de 1,0 kg de MS de feno ou pré-secado a mais. Em animais a pasto, significa começar com relação kg leite: kg concentrado um pouco mais baixa e forragem da melhor qualidade possível.

5) Mantenha acesso freqüente aos cochos e possibilite conforto máximo aos animais. Stress térmico nesta fase tem efeitos desastrosos.

6) Procure secar as vacas secas com condição corporal entre 3,25 e 3,50. Tradicionalmente, recomenda-se que os animais não ganhem peso durante o período seco. Porém, trabalhos recentes (Domecq et al, 1997) têm indicado que vacas que ganham condição corporal entre a secagem e o parto produzem mais do que vacas que mantém ou que perdem peso. Usando regressão linear, os autores verificaram que vacas que ganharam 0,5 ponto de CC produziram mais de 200 kg de leite além da média na lactação seguinte, ao passo que vacas que ganharam 1,0 ponto de CC produziram mais de 500 kg de leite. Moral da história: para vacas que secam com CC adequada, manter o peso, uma vez que CC >= 4,0 pode também ser problema; para vacas que secam magras, é interessante elaborar um programa para ganho de peso no período seco.

 

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fonte: MilkPoint

MARCELO PEREIRA DE CARVALHO

Engenheiro Agrônomo (ESALQ/USP), Mestre em Ciência Animal (ESALQ/USP), MBA Executivo Internacional (FIA/USP), diretor executivo da AgriPoint e coordenador do MilkPoint.

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RINALDO DE PAULA CAMPOS

LIMA DUARTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/09/2019

Fala aí é o seguinte a nossa pecuária de leite precisa de todo mundo está unido para nós crescer vamos todo mundo junto a los produtor de leite tamo junto aí vamos bolsonaro ajudar nós a pecuária leiteira do Brasil
ANA PAULA BRAGA

EM 25/06/2019

Oi minha vaca perdeu a cria,tá sem apetite e agora só fica balançando a cabeça....oque devo fazer
BENEDITO PEREIRA DA SILVA

PROMISSÃO - SÃO PAULO - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 18/09/2017

tenho uma vaca recem parida , ta  com falta de apetite, por fim apareceu tipo um tumoe na parte de tras do quexo
ANA PAULA BERNARDINELLI SIQUEIRA

MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 07/06/2009

Boa noite.
Gostaria de saber sobre a dimensão do cocho de sal no sitema "Free stall" e a distancia entre ele, o bebedouro e cocho de alimentação.
Aguardo resposta.

Obrigada.
Ana Paula

<b>Resposta MilkPoint:</b>

"Prezada Ana,

Não existem regras pré estabelecidas quanto ao local em que deve ser instalado um "cocho de sal" dentro de um free-stall. A preocupação básica, neste tipo de instalação é evitar que o cocho seja instalado em local inadequado quanto ao comprometimento do fluxo/tráfego dos animais dentro da instalação.
Assim como bebedouros, você deve tomar cuidado para evitar que os animais façam: fila ou aglomerem-se ao redor do mesmo. Sobre conceitos envolvendo espaçamento de cochos, recomendo a leitura destes dois artigos:

https://www.milkpoint.com.br/?noticiaID=48911&actA=7&areaID=50&secaoID=122 (Rafaela)

https://www.milkpoint.com.br/?noticiaID=16790&actA=7&areaID=61&secaoID=186 (João Paulo)

Sobre cochos de água, recomendo a leitura deste material:

https://www.milkpoint.com.br/?noticiaID=16774&actA=7&areaID=61&secaoID=186 (João Paulo)

Sobre o cocho de sal:

Eu, particularmente, não recomendo a instalação de cochos de sal, dentro de free-stalls, uma vez que, em pratricamente 100% dos animais manejados neste sistema (confinamento total), recebem mineralização via concentrado na dieta total. No entanto, em lotes heterogêneos, a formulação-base (dieta predicada) pode fornecer excesso ou falta de minerais. Desta forma, algumas propriedades utilizam saleiros. Em sistemas de free-stall eu recomendo, se for o caso, a instalação/fornecimento/suprimento adicional de mineral na sala de espera (desde que haja bebedouro na mesma, o que seria o correto) ou em "solários" que são áreas de escape, anexa aos free-stall, abertas periodicamente para que as vacas circulem, aliviando problemas oriundos da excessiva exposição dos cascos à umidade e abrasividade do concreto (piso) destas instalações.

Quanto a dimensão do mesmo, também não há regras pré-estabelecidas uma vez que somente alguns animais do grupo (lote) terão necessidade de consumir mineral (carência) suplementar à dieta fornecida. Como consultor recomendo o uso de cochos de 1 a 1,5 m, simples, com fundo de 30 cm de largura."

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