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Alimentação de precisão para novilhas, estratégias e recomendações

POR JUNIO CESAR MARTINEZ

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/10/2011

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 04/10/2022

Custos com recursos humanos para manejo, com construções de instalações e principalmente com a alimentação fazem da categoria novilha uma grande consumidora de dinheiro em uma granja leiteira. Estes custos são alto pois o manejo a ser dado às novilhas deverá ser o suficiente para se produzir a melhor vaca possível, do ponto de vista produtivo e reprodutivo. Para atingir esse objetivo, alguns pontos importantes do ponto de vista nutricional deverão ser observados, alguns dos quais discutiremos a seguir.

Embora o sistema de criação interfira no desenvolvimento da novilha, são os fatores dietéticos que causam grande impacto no desempenho ponderal as mesmas. O tipo de alimento que é fornecido às novilhas afeta diretamente a eficiência com que estes são utilizados para o crescimento e desenvolvimento das estruturas orgânicas, dentre elas a glândula mamária.

Dietas com alto concentrado

A alimentação balanceada é facilitada quando a dieta é fornecida no cocho, onde o fornecimento de ração total facilita o suprimento preciso de nutrientes. Pesquisas recentes recomendam o seguinte:

Balanceamento proteico

- Fornecer entre 14 a 15% de proteína bruta na dieta de novilhas antes da puberdade, fornecendo alimentos a 2,15% do Peso vivo (CMS=consumo de matéria seca)
- Reduzir para 13 a 14% de proteína bruta depois da puberdade das novilhas, reduzindo o CMS para 1,65% do Peso vivo.
- Manter pelo menos 30 a 35% de proteína solúvel nas rações o tempo todo.
- Não exceder a proteína não degradável no rúmen em 25 a 30%.

Os animais nesta fase requerem quantidades muito especificas de nutrientes diariamente, em especial a proteína. Logo, a manutenção de uma rotina alimentar bem definida é uma das chaves do sucesso para uma boa criação de novilhas.

Balanceamento energético

As exigências por energia depende principalmente do tamanho das novilhas, da taxa de crescimento e das condições ambientais onde elas são criadas. Existem duas estratégias para suprir as necessidades de energia das novilhas. Primeiro, as dietas podem ser formuladas com densidade energética variável e fornecidas livremente, para que as novilhas selecionem o consumo de energia. Na segunda estratégia, as dietas podem ser formuladas para conter uma quantidade fixa de energia, geralmente alta. Independentemente da estratégia de alimentação, a concentração de energia deverá permitir ganho de peso variando entre 800 a 900 gramas por dia de peso vivo, ou ainda, fornecer 130 kcal de energia metabolizável para cada meio quilo de peso vivo metabólico (peso vivo vezes 0,75). A segunda estratégia de alimentação é recomendada, pois facilita o fornecimento preciso dos demais componentes da dieta.

Teores de Fibra na dieta

Mesmo para os programas mais avançados em nutrição de bovinos, como o NRC, os teores de fibras para novilhas leiteiras ainda não foram exatamente explicadas pelos experimentos científicos. Historicamente o nível de fibra depende principalmente da qualidade do alimento, e consequentemente interfere na densidade energética da dieta.

Os requerimentos por FDN (fibra em Detergente Neutro) para novilhas em crescimento ainda não estão completamente estabelecidos, principalmente no que se refere ao limite mínimo. Portanto, prudência é requerida, não fornecendo dieta com FDN menor que 19%, visando evitar problemas de laminite, dentre outros. Entretanto, recomendações abaixo de 19% de FDN não são recomendados devido aos poucos experimentos realizados, o que é importante, pois o teor de FDN da dieta é um dos fatores que controla o consumo de alimento.

Principais recomendações

1. Pese as novilhas frequentemente

O monitoramento do peso dos animais é a forma mais barata e muito eficiente de verificar se o manejo alimentar está adequado, principalmente depois que as novilhas estão prenhas. A pesagem uma vez por mês é suficiente para as checagens necessárias.

2. Separe as novilhas por grupo em função do tamanho

Facilita o manejo alimentar, uma vez que um dos fundamentos básicos da nutrição é o oferecimento de alimento em função do Peso Vivo. Se possivel, permitir uma variação máxima de 90kg dentro do lote.

Considerações finais

Cada propriedade e grupo de animais possuem particularidades, que se não atendidas poderão depreciar a futura vaca. Procure um profissional que possa avaliar cuidadosamente o manejo adotado, o padrão dos animais, a infraestrutura da fazenda e assim, definir o melhor manejo alimentar a ser adotado para as novilhas de reposição.

Referências sobre o assunto:

Gabler, M. T., P. R. Tozer, and A. J. Heinrichs. 2000. Development of a cost analysis spreadsheet for calculating the costs to raise a replacement dairy heifer. J. Dairy Sci. 83:1104-1109.

Hoffman, P. C., C. R. Simson, and M. Wattiaux. 2007. Limit feeding of gravid Holstein heifers: effect on growth, manure nutrient excretion, and subsequent early lactation performance. J. Dairy Sci 90:946-954.

Lammers, B. P., A. J. Heinrichs, and R. S. Kensinger. 1999. The effects of accelerated growth rates and estrogen implants in prepubertal dairy heifers on estimates of mammary development and subsequest reproduction and milk production. J. Dairy Sci. 82: 1754-1764.

Moody, M. L., G. I. Zanton, J. M. Daubert, and A. J. Heinrichs. 2007. Nutrient utilization of differing forage-to-concentrate ratios by growing Holstein heifers. J. Dairy Sci. 90:5580-5586.

Zanton, G. I., and A. J. Heinrichs. 2006. The effects of restricted feeding high concentrate or high forage rations on rumen fermentation in dairy heifers. J. Dairy Sci. 89(Suppl. 1):438-439. Abstr.

Zanton, G. I., and A. J. Heinrichs. 2007. The effects of controlled feeding of a high-forage or high-concentrate ration on heifer growth and first-lactation milk production. J. Dairy Sci. 90:3388-3396.
Zanton, G. I. and A. J. Heinrichs. 2008. Analysis of nitrogen utilization and excretion in growing dairy cattle. J. Dairy Sci. 91:1519-

JUNIO CESAR MARTINEZ

Doutor em Ciência Animal e Pastagens (ESALQ), Pós-Doutor pela UNESP e Universidade da California-EUA. Professor da UNEMAT.

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SEBASTIÃO DA SILVA GONÇALVES

EM 05/02/2014

Boa noite Profº Dr. Junio Cesar Martinez, estou iniciando na atividade leiteira, com novilhas 3/4 holandesa e com sete meses de prenhez. Gostaria de saber a dieta nessa fase , assim como, se o  Sr. poderia  esclarecer as dúvidas que forem surgindo, durante e após esse período?

Obs.: dieta relacionada à capins elefante e tifton 85.





Parabéns pela matéria divulgada.





Att.,



Sebastião da Silva Gonçalves  
EZEQUIEL DE OLIVEIRA SANTOS

CABO FRIO - RIO DE JANEIRO

EM 11/04/2013

boa noite ,Julio cesar, preciso duma ajuda sobre f1 holandes x pardo suisso para confinamento numa propriedade de tres hectares no rio de janeiro ainda e´ um projeto,me ajuda ai ..
JUNIO CESAR MARTINEZ

TANGARÁ DA SERRA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/01/2012

Prezado Pedro,

Tenho pouco material sobre ovinos, bem como sobre leucena. Entretanto, pelas características informadas, não vejo necessidade de ajustes no manejo dos animais ou tratamento especial à leucena. Acredito que o órgão de extensão do governo para a sua região seja a melhor escolha para busca de informação específica para sua propriedade.
PEDRO

JACAREZINHO - PARANÁ - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 31/12/2011

Bom dia Dr Junio Cesar Martinez.

Tenho acompanhado suas materias, divulgacao de vossos trabalhos, tao importante para nós produtores.

Gostaria de saber se V. Sa, se possui algum artigo sobre ovinos, pois pretendo comecar uma criacao, com ovelhas Santa Inez e reprodutor Dorper, para cruza, visando precocidade e rendimento de carcaca.

Outra informacao que seria de muita valia para mim, e que estou querendo plantar Leucena para fornecer como banco de proteina, e ja tenho algumas arvores na fazenda, mas nao sei se sao todas da mesma caracteristica, nossa altitude e de 450mts, e nosso solo roxo, ph em media 5,5 a 6,0, fico no aguardo, de vosso pronunciamento, e desde ja agradeco imensamente. Abracos. Pedro Administradoir Fazenda Sao Joaquim. Jacarezinho Pr.
JUNIO CESAR MARTINEZ

TANGARÁ DA SERRA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 05/12/2011

Prezado Leôncio,


Pode fazer contato pelo e-mail da Universidade: martinez@unemat.br que será um prazer colaborar.


Att,


Prof. Dr. Junio Martinez
LEÔNCIO CEZAR

SÃO PAULO - SÃO PAULO - MÍDIA ESPECIALIZADA/IMPRENSA

EM 05/12/2011

Olá Junio Cesar Martinez .Sou Leôncio Cezar, reporter da Revista Balde Branco (https://www.baldebranco.com.br). Estamos desenvolvendo uma pauta sobre o uso da soja na alimentação de vacas leiteiras e queria sua ajuda para nossa matéria. Como faço para entrar em contato? Por favor, me passe teu e-mail ou telefone para contato. Aguardo um retorno.


Leôncio Cezar


Jornalista
JUNIO CESAR MARTINEZ

TANGARÁ DA SERRA - MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/11/2011

Prezado Antônio Cesar,


Atualmente sou professor em uma Universidade no Mato Grosso, e vejo que o Sr tem propriedade em São Paulo. Mas, estou aberto a um bate papo.





Prezado Laercio,


Manejo nutricional não é tão dificil assim de implantar. Igualmente a pesagem, pois o uso da fita dispensa a compra de uma balança.





Prezado Gustavo.


Sim, existe uma fase de crescimento isométrico e outra fase de crescimento alométrico (corpo em relação à glândula mamária). Mas, como em praticamente todas as situações os produtores brasileiros fornecem menos alimento do que o necessário, achei melhor não aprofundar no assunto.


PATRICK BRAUNER

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/10/2011

Muito boa a matéria! Explicou bem definido o manejo nutricional de novilhas.
GUSTAVO SALVATI

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 12/10/2011

Boa tarde,





  Tenho um questionamento sobre o balanceamento energético. Não é problemático imprime ganhos de pesos altos antes da puberdade por causar deposição de mais tecido adiposo na glândula mamária?  Desde já agradeço pela atenção.





Att,

Gustavo Salvati

LAERCIO FLORES MARQUES

SÃO JOSÉ DO CEDRO - SANTA CATARINA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/10/2011

Muito eslcarecedor o artigo pena que a nível de campo um grande números de produtores


ainda não conseguem entender perffeitamente e utilizar este manejo no dia a dia.
ANTONIO CESAR TORRES

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 11/10/2011

É com grande satisfacao e interesse que leio os artigos aqui postados pelo professor Junio Cesar. Sao sempre diretos,  visando a lucratividade e a alta eficiencia. Parabens e obrigado por nos brindar com um pouco de seu conhecimento. Gostaria de saber como obter o contato do prof. Junio para tratar de futura consultoria.  

Abracos

Antonio.

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