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Iogurtes para intolerantes à lactose?

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

EM 03/05/2016

3 MIN DE LEITURA

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Boa parte da população mundial tem dificuldade para digerir a lactose na fase adulta da vida. Estamos falando de 75% da população global. Essa prevalência muda de país para país, sendo que no Brasil, como somos miscigenados, essa característica varia conforme os aspectos raciais. Por exemplo, entre brancos essa prevalência pode ser de até 57%, entre negros de 80% e entre descentes de japoneses, de 100%. Para todos aqueles que apresentam desconforto digestivo após ingestão de leite chamamos indistintamente de intolerantes à lactose. Mas é importante dizer que se faz necessário um diagnóstico clínico para confirmar essa condição.

Outra importante informação é que existem diferentes tipos e níveis de intolerância à lactose. Vamos primeiramente aos tipos: primária, secundária e congênita. A deficiência primária é caracterizada pela perda da capacidade de quebrar o açúcar do leite observada após o desmame. Essa condição é geneticamente determinada e permanente. As manifestações costumam ser evidentes por volta dos 2 aos 15 anos de idade. A intolerância à lactose secundária é decorrente de problemas de saúde, temporários ou permanentes (exemplos são doença de Crohn, retrocolite ulcerativa, fibrose cística, parasitoses, desnutrição, etc.). No caso da intolerância congênita à lactose essa é uma condição rara em que os bebês já nascem intolerantes à lactose.

Em relação aos níveis de intolerância, tudo depende da quantidade da enzima lactase (necessária para a quebra da lactose) que o organismo é capaz de secretar. Algumas pessoas apresentam moderada ou leve redução na produção da referida enzima, mas outras perdem literalmente a capacidade de produzi-la e, neste caso, mesmo pequenas quantidades de lactose presentes na dieta serão difíceis de manejar.

O que fazer então? Retirar todos os lácteos da dieta? Não necessariamente, pois existem algumas opções. Além dos leites deslactosados e queijos curados, o iogurte também pode ser uma boa opção. Isso porque durante a produção do iogurte parte da lactose é quebrada pelos fermentos láticos. No entanto, é preciso estar atendo ao rótulo porque alguns iogurtes são adicionados de leite em pó e/ou soro de leite para aumentar o teor de sólidos do produto. Por um lado essas adições são interessantes porque melhoram a textura e podem diminuir a dessoragem do iogurte. Mas com esses acréscimos alguns iogurtes passam a apresentar o mesmo percentual de lactose do que o leite, ou seja, cerca de 4,5 a 5%.

Mas então, por que alguns indivíduos reconhecidamente intolerantes à lactose geralmente não apresentam tantos sintomas de desconforto quando ingerem iogurte? A explicação para isso são as culturas láticas fermentadoras do produto. Essas pequenas notáveis além de serem as responsáveis pela fermentação do iogurte - que passa a ter as características sensoriais que adoramos – são nossas auxiliares. Elas não apenas quebram parcialmente a lactose no produto, mas também nos “emprestarem” a enzima lactase (que elas apresentam de sobra).

Assim, quando ingerimos iogurtes, as culturas láticas que estão ativas e abundantes no produto nos auxiliam no trabalho de digestão da lactose. Esta enzima está presente no interior das células das culturas láticas. Para a quebra da lactose acontecer o açúcar do leite precisa ser transportado para dentro da célula dos fermentos ou então a enzima precisa ser excretada para fora da célula microbiana para agir no trato intestinal. Durante o processo digestivo os sais biliares ajudam neste processo por alterarem a permeabilidade das células dos fermentos, facilitando a entrada de lactose nas células dos fermentos e/ou liberando a enzima intracelular.

Por fim, para aqueles que são altamente intolerantes à lactose, mas que são amantes do iogurte, segue uma sugestão: no mercado existem iogurtes zero lactose. É só procurar na gôndola do supermercado. Que bom que a indústria de laticínios é nossa aliada – assim como as culturas láticas! Que venham mais novidades e lançamentos!

Referências bibliográficas 

ANTUNES e OLEJ. Intolerância e sensibilidade aos componentes do leite. In: ANTUNES, A. E. C., PACHECO, M. T. B. (Org.). Leite para Adultos: Mitos e Fatos Frente à Ciência. São Paulo: Varela, 2009, v. 1, p. 19-42.

MATTAR e MAZO, Intolerância à lactose: mudança de paradigmas com a biologia molecular. Ver Assoc Med Bras 2010, 56(2): 230-6.

ARTIGO EXCLUSIVO | Este artigo é de uso exclusivo do MilkPoint, não sendo permitida sua cópia e/ou réplica sem prévia autorização do portal e do(s) autor(es) do artigo.

ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

Docente da Faculdade de Ciências Aplicadas-FCA/UNICAMP. Graduação em Nutrição (UFPEL), Mestrado em Ciência e Tecnologia Agroindustrial (FAEM/UFPEL), Doutorado em Alimentos e Nutrição (FEA/UNICAMP), Pós Doutorado no TECNOLAT/ITAL.

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ADRIANE ELISABETE ANTUNES DE MORAES

LIMEIRA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 15/06/2016

Gracias Ucacha por sus palabras.



Saludos



Adriane
SERGIO CHAVEZ

INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 13/05/2016

Muy interesante aporte. Desde hace años, para algunas personas, el encontrar productos deslatosados, les ha resultado dificil, por la falta de oferta de los mismos y el desconocimiento de los consumidores, incluyendo muchos profesionales, que desconocen que hay productos lacteos como yoghurt o quesos, en los cuales la lactosa ha sido eliminada por accion bacterina, y enzimaticas. Un tema muy interesante para desarrollarlo a travez de una difusion muy amplia, para conocimiento de los consumidores.

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