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Manejo de vacas leiteiras para melhoria do desempenho reprodutivo durante períodos de estresse calórico - parte 2

POR JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

JOSÉ LUIZ M.VASCONCELOS E RICARDA MARIA DOS SANTOS

EM 30/03/2001

5 MIN DE LEITURA

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José Luiz Moraes Vasconcelos

Nesse radar, apresentaremos a segunda parte da palestra proferida pelo Dr. Matt Lucy durante o curso "Novos enfoques na produção e reprodução de bovinos".

Efeitos do Estresse Calórico no Embrião

São observados efeitos do estresse calórico no ovário, que podem afetar a capacidade de as vacas ficarem prenhes. Contudo, seus efeitos diretos no embrião são mais intensos. O período de maior susceptibilidade é logo após o início do estro e da fase pós-inseminação. Putney et al. (1989b) demonstraram que o desenvolvimento do embrião foi prejudicado em novilhas submetidas a estresse calórico durante 10 horas após o início do estro. Esse é um período interessante de desenvolvimento, pois se trata de uma fase posterior à onda de LH, mas anterior à ovulação. Ealy et al. (1993) descobriram que o estresse calórico no dia 1 pós-inseminação também diminuiu o desenvolvimento posterior do embrião (Figura 1). Porém, o estresse calórico nos dias 3, 5 ou 7 pós-inseminação não afetou o desenvolvimento do feto. Portanto, o período de sensibilidade do embrião ao estresse calórico começa no início do desenvolvimento folicular (conforme sugerido pelos efeitos do estresse calórico na prenhez das vacas, consulte acima) e continua até cerca de 1 dia pós-inseminação. Até 3 dias pós-inseminação, os embriões aparentemente desenvolveram resistência aos efeitos do estresse calórico.

Figura 1. Efeito do estresse calórico no percentual de blastócitos recuperados no dia 8. As vacas apresentaram estresse calórico no dia 1, 3, 5 ou 7 após o estro (dia 0) ou eram controles sem estresse calórico (Ealy et al., 1993).

 

Figura 1



Métodos para Melhorar o Desempenho Reprodutivo de Vacas com Estresse Calórico

Melhoria das Taxas de Detecção do Estro

Alguns dos efeitos do estresse calórico são causados pela redução da intensidade da manifestação do estro. Portanto, deve ser possível melhorar o desempenho reprodutivo de rebanhos de leite através da melhoria dos métodos de detecção do estro. Ealy et al. (1994) demonstraram que o uso de giz para marcar a garupa das vacas foi capaz de melhorar as taxas de detecção em vacas leiteiras durante o verão na Flórida. Outros elementos que auxiliam na detecção do cio, como, por exemplo, adesivos ativados por pressão ou dispositivos eletrônicos colocados na base da garupa, devem teoricamente melhorar o desempenho das vacas leiteiras durante o estresse calórico.

Inseminação Artificial Programada (IA programada)

Se a detecção do estro for um problema em vacas leiteiras com estresse calórico, então deve ser possível melhorar o desempenho reprodutivo através da IA programada (Ovsynch: GnRH - 7 dias - PGF2a - 2 dias - GnRH - 12-18h - IA). A inseminação é realizada em um momento pré-determinado após a última administração de GnRH. A IA programada diminuiu o intervalo até o primeiro serviço e aumentou as taxas de prenhez em vacas com estresse calórico em comparação à inseminação com detecção do estro (Tabela 1). Portanto, a IA programada é uma boa alternativa no manejo reprodutivo das vacas durante períodos de estresse calórico.

Refrescamento

A infertilidade durante o estresse calórico é causada principalmente pela elevada temperatura corporal das vacas de leite. Refrescar as vacas leiteiras durante o estresse calórico deve, portanto, melhorar as taxas de concepção. Há vários sistemas de refrescamento disponíveis para vacas leiteiras. Talvez o mais largamente utilizado seja uma combinação de pulverizadores de água com ventiladores. Pulverizar as vacas com água e em seguida ventilá-las provoca um refrescamento evaporativo, que diminui a temperatura corporal. Inúmeros pesquisadores avaliaram os efeitos do refrescamento no desempenho reprodutivo (Tabela 2) e em geral observaram uma melhora. Porém, as vacas refrescadas no verão nunca atingem as mesmas taxas de concepção quando comparadas a vacas no inverno. Portanto, o refrescamento consegue apenas minimizar em parte os efeitos do estresse calórico no desempenho reprodutivo.

Tabela 1. Intervalo até primeiro serviço e taxas de prenhez em vacas leiteiras na Flórida inseminadas através de detecção do estro ou submetidas a IA programada (IAP). Adaptado de Hansen and Aréchiga (1999)

 

Tabela 1



Tabela 2. Taxas de concepção durante período de estresse calórico em vacas leiteiras em lactação que foram ou não (controle) refrescadas. Adaptado de Hansen, 1997

 

Tabela 2



Transferência de Embriões

Os embriões são sensíveis aos efeitos do estresse calórico. Porém, a maior sensibilidade ocorre no início do desenvolvimento fetal. Mais tarde, durante o estágio de mórula ou blastócitos, eles desenvolvem certa tolerância ao estresse calórico. Portanto, deve ser possível melhorar as taxas de prenhez em bovinos com estresse calórico através do uso da transferência de embriões congelados coletados de vacas sem estresse calórico. Inúmeros pesquisadores na University of Florida utilizaram essa estratégia (Tabela 3). A transferência de embrião praticamente duplicou as taxas de concepção em comparação às vacas leiteiras inseminadas artificialmente na Flórida. Portanto, é possível pular os estágios iniciais do desenvolvimento embrionário e melhorar as taxas de concepção durante o estresse calórico. A praticidade dessa estratégia é limitada apenas pela disponibilidade de embriões de boa qualidade a um preço razoável.

Tabela 3. Taxas de concepção durante estresse calórico em vacas leiteiras lactantes que foram inseminadas artificialmente (IA) ou receberam transferência de embrião (TE). Adaptado de Hansen and Aréchiga (1999)

 

Tabela 3



Conclusões

O estresse calórico diminui a fertilidade das vacas leiteiras. Essa redução da fertilidade é causada pelas altas temperaturas corporais que afetam a função ovariana, a manifestação do estro, a saúde dos oócitos e o desenvolvimento do embrião. Como resposta a essas limitações, os pecuaristas de leite intensificam o manejo ambiental e reprodutivo das vacas durante o estresse calórico. Por exemplo, o refrescamento das vacas leiteiras e o aumento da freqüência da detecção de estro melhoram as taxas de prenhez. A IA programada também pode ser utilizada como uma alternativa para a detecção do cio. Futuras estratégias para o manejo durante o estresse calórico podem envolver a transferência de embriões se houver fontes disponíveis de alta qualidade e a um preço razoável.

fonte: MilkPoint

JOSÉ LUIZ MORAES VASCONCELOS

Médico Veterinário e professor da FMVZ/UNESP, campus de Botucatu

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